Jane Nogara – Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes na V Conferência Internacional “Pelo Equilíbrio do Mundo” que será realizada em Havana, Cuba, de 24 a 28 de janeiro. A Conferência anual comemora o nascimento de José Martí, apresentando sua figura como um incentivo para despertar a consciência de todos aqueles que no mundo são chamados a criar um clima de diálogo e fraternidade que possa promover mudanças significativas nas atuais circunstâncias sociais e políticas.
Construir pontes sem exclusões
Francisco iniciou sua mensagem aludindo às tais circunstâncias pois “dão motivo para alarme e devem despertar em nós um interesse por esta mudança de rumo. Para isso, porém, acredito que seja importante não olharmos tanto para o que cada um de nós, com a melhor das intenções, poderia propor, mas para a necessidade absoluta de nos sentarmos e escutar os outros. Há uma necessidade urgente de construir pontes que possam nos ajudar a encontrar juntos soluções viáveis que não excluam ninguém”.
“Digo sem medo o que vejo”
Francisco disse ter ficado impressionado com algumas palavras de José Martí no túmulo do venerável padre Félix Varela, “que podem ser significativas neste contexto”. “Martí”, disse o Papa, “certamente admira o amor de Varela por sua terra e sua coragem em denunciar o que ele considera incompatível com o bem social – digo sem medo o que vejo – mas, ao mesmo tempo, ele destaca sua gentileza, uma virtude essencial do governante, que deve orientar o diálogo social e político: ‘sem perder a razão, nem apressar’, tendo o ‘justo respeito’ por nosso interlocutor a fim de chegar a uma solução concordada”.
Capacidade de unir para um esforço comum
A importância destas raízes, é destacada por Martí ao recordar a figura do padre Varela: “Trata-se, de olhar para o passado, de não negar nossas raízes, que nos levam a aprender com nossos idosos, sobre a fé que os moveu, sobre a coerência de vida que esta fé lhes impôs, sobre aquela dedicação ao povo que nada mais é do que o mandamento do Senhor de amarmos como Ele nos amou (cf. Jo 13, 34-35)”. A partir destas raízes, José Martí afirma como a figura do Padre Varela é capaz de unir para um esforço comum.
A palavra “juntos” no centro
Por fim o Papa escreve que a partir de sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, ele retomou a ideia fundamental, pensando nos heróis que surgiram na pandemia, “de colocar a palavra ‘juntos’ novamente no centro; de fato, é juntos, em fraternidade e solidariedade, que podemos construir a paz, garantir a justiça e superar os acontecimentos mais dolorosos”. Acrescentando, “esta é a chave para recuperar o equilíbrio que dá nome ao encontro de vocês, pois só juntos podemos enfrentar as diversas crises morais, sociais, políticas e econômicas das quais sofremos e que estão todas interligadas.
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