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Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A Igreja nos propõe o jejum como uma maneira de nos educar, de aprendermos a dominar nosso corpo e também nossas inclinações. O jejum e a penitência não são para que sintamos fome ou passemos necessidade. A penitência é “uma reorientação radical de toda a vida, um retorno, uma conversão para Deus de todo o nosso coração” (cf. Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1431). Ou seja, essas práticas espirituais servem para nos ajudar a encontrarmos a Deus por meio da oração.

A Igreja “contém pecadores no seu seio” (CIC, n. 1428) e é, “ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e renovação”. “A penitência interior do cristão pode ter expressões muito variadas. A Escritura e os padres insistem sobretudo em três formas: o jejum, a oração e a esmola que exprimem a conversão” (CIC, n. 1434).

Os jejuns e as mortificações, embora sejam atos exteriores, impelem-nos à oração, a uma melhor escuta de Deus por meio da temperança, do espírito de sacrifício, de equilíbrio do corpo e da mente, levando-nos a essa conversão interior. Inclusive, recomenda-se que o gesto do jejum seja acompanhado da partilha do alimento não consumido, com os necessitados. O tempo litúrgico da Quaresma tem essa dimensão penitencial de revisão interior, mas também, de amor concreto ao próximo.

Por que a Igreja recomenda essa prática espiritual?

É importante saber que o jejum é uma prática muito mais interior do que exterior, não é apenas algo que se deixa de comer, mas tem um propósito: abster-se de certos alimentos. O jejum não é uma dieta, mas uma prática espiritual que visa uma intimidade maior com Deus. O jejum é para a conversão, e também, para que amemos mais a Deus e ao próximo. O Papa Leão Magno aconselhava:

“Mortifiquemos um pouco o homem exterior, para que o interior seja restaurado. Perdendo um pouco do excesso corpóreo, o espírito robustece-se”. As práticas penitenciais são tão importantes na busca da conversão que, a observância de algumas delas, foram indicadas como um dos mandamentos da Igreja. Muito mais do que preceitos, essas práticas penitenciais revelam ser busca pela perfeição no amor.

O quarto mandamento da Igreja diz que é preciso “jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja”. Os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, são todas as sextas-feiras do ano, e o tempo da Quaresma. Estão obrigados à lei da abstinência, os católicos que tiverem completado catorze anos de idade, e obrigados à lei do jejum todos os católicos maiores de idade até os sessenta anos começados.

Jejum e abstinência

A abstinência de carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da Conferência dos Bispos, devem ser observadas em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades. Na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, devem ser observados o jejum e a abstinência. (Código de Direito Canônico, cânon 1250).

No Brasil, a CNBB afirma que, o fiel católico brasileiro pode substituir a abstinência de carne por uma obra de caridade, um ato de piedade ou trocar a carne por outro alimento.

Monsenhor Jonas Abib, fundador da Comunidade Canção Nova, apresenta em seu livro “Práticas de Jejum”, quatro tipos de jejum, para nos mostrar que todos podem fazê-lo, desde que, escolha qual se adeque mais à sua realidade.

Regiane Calixto, Missionária da Comunidade Canção Nova

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