Andressa Collet – Vatican News
Na manhã desta quinta-feira (4), entre a série de audiências no Palácio Apostólico, o Papa Francisco recebeu uma delegação de participantes do VI Colóquio “Comunalidades criativas entre o Cristianismo e o Islamismo” do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso e do Instituto Real de Estudos Inter-Religiosos (Royal Institute for Interfaith Studies) de Amã, na Jordânia.
Em discurso, o Pontífice saudou tanto o príncipe El Hassan bin Talal, também líder da organização, como enviou sua saudação ao Rei da Jordânia, Abdullah II, a quem demonstrou apreço e gratidão pela atenção às comunidades cristãs “não apenas do seu país, mas também às do Oriente Médio, especialmente em tempos marcados por conflitos e violência. Sua Majestade não se cansa de repetir que os cristãos daquelas terras abençoadas são autóctones, ou seja, vivem onde seus ancestrais viveram por muitos séculos”, disse o Papa.
A fraternidade: base das relações com os povos
Ao se direcionar aos participantes do Colóquio, Francisco disse ser motivo de alegria a sexta edição do evento, o que demonstra “perseverança no caminho do diálogo inter-religioso e intercultural, e também é demonstração de uma amizade fiel que continua apesar das mudanças de pessoas e de responsabilidades”, mas sempre “confirmando o sentimento de fraternidade que é a base das relações entre os povos”. O Instituto, reconheceu ainda o Papa, procura preservar e valorizar o patrimônio árabe cristão, beneficiando “os cidadãos cristãos de ontem e de hoje, protege e consolida tal patrimônio em todo o Oriente Médio, tão diverso e rico em etnias, religiões, culturas, idiomas e tradições”.
“O diálogo que vocês praticam e promovem, para ser frutífero, requer um estilo de sinceridade e respeito mútuo, com consciência seja das convergências seja das divergências. É no primeiro caso que devemos nos concentrar acima de tudo, ou seja, no que nos une, tanto em nível religioso e espiritual quanto em nível ético e moral. Nesse sentido, vocês pretendem enfatizar muitos valores comuns, como a adoração ao Deus único, a oração, o jejum, a peregrinação, a compaixão, o compartilhamento, o cuidado com os desfavorecidos e sofredores: o órfão, a viúva, o doente, o idoso, o imigrante, o refugiado.”
A proximidade do Papa às vítimas do terremoto
No entanto, ponderou o Pontífice, “também seria desejável, sempre que possível, colaborar estreitamente com institutos cristãos que têm o mesmo nobre objetivo”. E ao sair do texto escrito e falando espontaneamente, o Papa Francisco finalizou:
“E não quero ir embora sem dizer uma palavra. Encontrei o embaixador e ele me lembrou do que é o drama da Turquia e do norte da Síria. Também os nossos corações estão próximos a tantas pessoas que sofreram com esse terrível terremoto. Vamos rezar por elas e façamos o melhor de nós para ajudá-las. Há muçulmanos, cristãos, nossos irmãos e irmãs.”
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