Em seu discurso, Francisco se deteve sobre o tema da comunhão, destacando que o “compromisso que assumimos como Igreja para crescer na sinodalidade é um estímulo forte também para os Institutos de Vida Consagrada”.
Em particular, vocês, consagradas, são uma presença insubstituível na grande comunidade a caminho que é a Igreja. Vem à mente a imagem de Jesus percorrendo as estradas da Galiléia, Samaria e Judéia: com ele estão seus discípulos, e dentre eles muitas mulheres, algumas das quais até conhecemos o nome. Eu gosto de pensar que vocês consagradas são uma extensão da presença feminina que caminhava com Jesus e os Doze, partilhando a missão e dando sua contribuição particular.
Comunhão e missão
Como as Irmãs da Caridade participam do caminho sinodal? Qual é a sua contribuição? Perguntou o Papa às religiosas, sublinhando que a resposta pode ser encontrada no tema de seu Capítulo “Recomeçar de Betânia, com a solicitude de Marta e a escuta de Maria”.
Novamente, aparece a presença de duas mulheres, Marta e Maria, com seus nomes e rostos. “Duas discípulas que tiveram um lugar muito importante na vida de Jesus e dos Doze, como podemos ver nos Evangelhos.”
“Isto confirma que, primeiramente, como mulheres e como batizadas, ou seja, discípulas de Jesus, vocês são uma presença viva na Igreja, participando da comunhão e da missão. Não devemos esquecer o que está na raiz: o Batismo.”
“Porque aqui está a raiz de tudo. Desta raiz Deus fez crescer em vocês a planta da vida consagrada, de acordo com o carisma de Santa Joana Antida”, disse Francisco.
Solicitude com os pobres e a escuta dos pobres
Segundo o Pontífice, o tema do Capítulo das religiosas diz muito com as palavras “solicitude” e “escuta”.
Estou certo de que, se realmente vocês conseguirem viver a solicitude e a escuta, seguindo o exemplo das santas irmãs Marta e Maria de Betânia, vocês continuarão dando uma valiosa contribuição para o caminho de toda a Igreja. Em particular, a solicitude com os pobres e a escuta dos pobres. Aqui vocês são mestras. Vocês são mestras não com palavras, mas com obras, com a história de muitas de suas irmãs que deram suas vidas por isso, na solicitude e na escuta dos idosos, dos doentes, dos marginalizados, na proximidade aos pequenos, aos últimos com a ternura e a compaixão de Deus. Isto edifica a Igreja, a faz caminhar no caminho de Cristo que é o caminho da caridade.