O Papa Francisco enviou uma Mensagem aos participantes no Evento de Alto Nível da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa sobre o tema: “Meio ambiente e direitos humanos: Direito à segurança, saúde e meio ambiente sustentável, que se realiza em Estrasburgo nesta quarta-feira, 29 de setembro. O Papa iniciou sua mensagem recordando que “a Santa Sé, como país Observador, segue com particular atenção e interesse todas as atividades do Conselho da Europa a este respeito, na certeza de que toda iniciativa e decisão concreta desta Organização, que possa melhorar a dramática situação em que se encontra a saúde de nosso planeta, deve ser apoiada e bem valorizada”.
“O presente evento – escreveu o Papa aos participantes – que se realiza às vésperas da COP26, prevista para novembro próximo em Glasgow, poderá oferecer, graças a uma maior consideração do princípio fundamental do multilateralismo, uma contribuição válida também para a próxima Reunião das Nações Unidas”.
Novo instrumento jurídico
Elogiando a iniciativa Francisco afirmou que esta poderia se estender não só à Europa mas “chegar a todo o mundo”. “Neste sentido, é vista com muito interesse a decisão que o Conselho da Europa tomará para criar um novo instrumento jurídico que poderá ligar o cuidado com o meio ambiente ao respeito pelos direitos fundamentais do homem”.
E Francisco adverte mais uma vez:
“Não há mais tempo para esperar, é preciso agir. Qualquer instrumento que respeite os direitos humanos e os princípios da democracia e do estado de direito, que são valores fundamentais do Conselho da Europa, pode ser útil para enfrentar este desafio global”
Comer para viver, não viver para comer
“Os antigos já diziam”, continua o Santo Padre: “Esse oportet ut vivas, non vivere ut edas: ‘É preciso comer para viver, não viver para comer’. Deve-se consumir para viver, não viver para consumir. Acima de tudo, nunca se deve consumir desenfreadamente, como é o caso hoje. Cada pessoa deve usar da terra o que é necessário para seu sustento”, conclui Francisco. E reitera: “Tudo está conectado, e como uma família de nações devemos ter uma preocupação comum: ‘fazer com que o meio ambiente seja mais limpo, mais puro e preservado. E cuidar da natureza, a fim de que ela cuide de nós”.
Francisco continua sua mensagem recordando a importância da ação interdisciplinar e das futuras gerações: “Certamente esta crise ecológica, que é ‘uma única e complexa crise sócio-ambiental’, nos convida a um diálogo interdisciplinar e operacional em todos os níveis, do local ao internacional, mas também a uma responsabilidade individual e coletiva. Devemos, portanto, falar também dos deveres de cada ser humano de viver em um ambiente saudável, sadio e sustentável. Em vez disso, quando falamos apenas de direitos, pensamos apenas no que nos é devido. Devemos também pensar na responsabilidade que temos para com as gerações futuras e o mundo que queremos deixar para nossas crianças e nossos jovens”.
Por fim Francisco concluiu: “Desejo que esta Assembleia Parlamentar e o Conselho da Europa sejam capazes de identificar, promover e implementar com determinação todas as iniciativas necessárias para construir um mundo mais saudável, mais justo e mais sustentável”, afirmando:
“Das mãos de Deus recebemos um jardim, para nossos filhos não podemos deixar um deserto”
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