No dia 14 de setembro, a Igreja celebra a Exaltação da Santa Cruz, relembrando, com especial atenção, o sacrifício amoroso de Cristo, que se imolou para a salvação dos homens. A vida de Jesus foi dedicada à humanidade, desde o seu nascimento até a morte na cruz, revelando, na ressureição, o cumprimento da promessa de vida eterna. Relembrar do sacrifício é relembrar a misericórdia e o amor de Deus por nós, por isso, a Santa Cruz deve ser exaltada.
Jesus nos fala sobre a missão de salvação dos homens em um diálogo rico de amor e propósito que têm com Nicodemos, um homem que pertencia à elite do povo judeu e reconhecia que Jesus “vieste como mestre da parte de Deus, pois ninguém é capaz de fazer os sinais que tu fazes, se Deus não está com ele” (Jo 3, 2). Ao ensinar, Jesus compara a sua crucificação com a serpente de bronze, que Moisés levantou no deserto em uma haste, para que, quando alguém fosse mordido pela serpente, olhasse para a serpente de bronze, então, ficaria com vida (Nm 21, 9). Jesus explicou que “será levantado o Filho do Homem, a fim de que todo o que n’Ele crer tenha vida eterna” (Jo 3, 14-15). A cruz na qual morreu o Cristo é a mesma que nos dá a vida eterna.
A cruz é a manifestação do amor de Deus a humanidade
Em seguida, Jesus explica a Nicodemos que “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, e sim para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3, 17). O Cristo estava consciente de seu sacrifício e que sua morte representa o amor de Deus e a promessa de vida eterna. Com efeito, as palavras de Jesus são muito claras: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único” (Jo 3, 16). O sacrifício na cruz é a manifestação do amor de Deus pela humanidade, de tanto amor.
E a consciência desse amor é a razão de alegria, força e sustento para a vida em Cristo. Com profunda confiança, podemos repetir o que Paulo escreveu aos Gálatas: “Com Cristo, eu fui pregado na cruz. Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim. Minha vida atual na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2, 19-20). Repito, para que essas palavras encontrem seu coração: ‘Deus te amou tanto que entregou seu Filho Unigênito por você! Celebrar a morte na cruz é celebrar o amor misericordioso de Deus’.
Amor e fé
Nas palavras do Papa João Paulo II: “A vida de Jesus é, portanto, uma existência para os outros, uma existência que culmina numa morte pelos outros, entendendo-se nos ‘outros’ a inteira família humana, com todo o peso das culpas que traz consigo desde o princípio”. De fato, o próprio Cristo revelou que “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10, 45).
Na Exaltação da Santa Cruz, relembremos com profunda dedicação o significado da morte redentora de Cristo: Deus nos ama tanto a tal ponto que o amor e a fé estão presentes em nossa vida, de forma a não nos esquecermos de que os pecados foram perdoados pelo sacrifício do Cordeiro Imolado, para que tenhamos vida eterna. Assim, a santidade é para nós o único e verdadeiro caminho. Que assim seja!
Referências Bibliográficas:
BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
JOÃO PAULO II. Audiência Geral. Vaticano, 14 set. 1983.
Fonte: CançãoNova