O Papa Francisco rezou a oração mariana do Regina Coeli deste domingo (10/05), na Biblioteca do Palácio Apostólico, no Vaticano, por causa da pandemia de coronavírus ainda em andamento.
Francisco recordou que no Evangelho deste domingo, “ouvimos o início do assim chamado ‘Discurso de despedida’ de Jesus. São palavras que Ele dirigiu aos discípulos no final da Última Ceia, pouco antes de enfrentar a paixão. Num momento tão dramático, Jesus começou dizendo: “Não fique perturbado o coração de vocês”. Ele diz a nós também, nos dramas da vida. Mas como fazer para que o coração não se perturbe?”
O Senhor indica dois remédios para a perturbação. O primeiro é: “Tenham fé em mim”. Parece um conselho um pouco teórico, abstrato. Em vez disso, Jesus quer nos dizer uma coisa específica. Ele sabe que, na vida, a ansiedade pior, a perturbação, nasce da sensação de não ser capaz, do sentir-se sozinho e sem pontos de referência diante do que acontece. Essa angústia, em que a dificuldade acrescenta dificuldade, não pode ser superada sozinha. Precisamos da ajuda de Jesus.
“É por isso que Jesus pede para ter fé Nele, ou seja, não nos apoiar em nós mesmos, mas Nele, porque a libertação da perturbação passa através da confiança”, frisou o Papa. “Confiar-se a Jesus. Dar este passo. Esta é a libertação do turbamento. Jesus ressuscitou e está vivo para ficar sempre ao nosso lado. Então podemos dizer-lhe: ‘Jesus, creio que você ressuscitou e que está ao meu lado. Creio que você me ouve. Apresento-lhe o que me perturba, as minhas preocupações: tenho fé em Ti e me confio a Ti’.”
A seguir, Francisco disse que “há um segundo remédio para a perturbação, que Jesus expressa com essas palavras: ‘Na casa de meu Pai há muitas moradas. […] vou preparar um lugar para vocês’.”
Eis o que Jesus fez por nós: nos reservou um lugar no Céu. Tomou sobre si a nossa humanidade para levá-la além da morte, para um novo lugar, no Céu, para que onde Ele está, estejamos também nós. É a certeza que nos consola: há um lugar reservado para cada um. Não vivemos sem meta e sem destino. Somos esperados, somos preciosos. Deus é apaixonado pela beleza de seus filhos. E para nós Ele preparou o lugar mais digno e bonito: o Paraíso.
“Não nos esqueçamos”, disse o Pontífice: “A morada que nos espera é o Paraíso. Aqui estamos de passagem. Somos feitos para o Céu, para a vida eterna, para viver para sempre. Para sempre: é algo que agora não conseguimos imaginar. Mas é ainda mais bonito pensar que esse para sempre será na alegria, na plena comunhão com Deus e com os outros, sem mais lágrimas, rancores, divisões e perturbações”.
“Mas como chegar ao Paraíso? Qual é o caminho?”, perguntou o Papa. Eis a frase decisiva de Jesus hoje: “Eu sou o caminho”.
Para subir ao Céu o caminho é Jesus: é ter um relação viva com Ele, é imitá-lo no amor, é seguir os seus passos. E eu, cristão, posso me perguntar: “Qual caminho devo seguir?” Existem caminhos que não levam ao Céu: os caminhos da mundanidade, os caminhos da autoafirmação, os caminhos do poder egoísta. E há o caminho de Jesus, o caminho do amor humilde, da oração, da mansidão, da confiança, do serviço aos outros. Não é o caminho do meu protagonismo, é o caminho de Jesus protagonista da minha vida. É seguir em frente todos os dias dizendo-lhe: “Jesus, o que você acha dessa minha escolha? O que você faria nessa situação, com essas pessoas?”
Francisco concluiu, dizendo que “nos fará bem perguntar a Jesus, que é o caminho, as indicações para o Céu. Que Nossa Senhora, Rainha do Céu, nos ajude a seguir Jesus, que abriu o Paraíso para nós”.
Radio Vaticano