Aprenda a abandonar o seu nada nas mãos de Deus
O Catecismo da Igreja Católica, do número 296 ao número 298, traz-nos o seguinte ensinamento: “Cremos que Deus não precisa de nada preexistente nem de nenhuma ajuda para criar […] A fé na criação a partir “do nada” é atestada na Escritura como uma verdade cheia de promessa e de esperança […] Uma vez que Deus pôde criar do nada, pode, pelo Espírito Santo, dar a vida da alma a pecadores, criando neles um coração puro, e a vida do corpo aos falecidos, pela ressurreição”.
Deus pode criar tudo a partir “do nada”. Anteriormente, refletíamos a respeito de que a glória de Deus é o homem vivo e, a partir da ação de Deus em nossa vida, nos tornamos vivos de verdade. Deus infunde a vida em nós. Agora, o Catecismo da Igreja nos atesta essa realidade: Deus que cria a ordem de todas as coisas a partir do caos, do vazio existente.
Talvez, meu irmão, hoje, você esteja se sentindo exatamente assim: um nada. Pode ser que seu coração encontre-se num vazio muito grande. Lembro-me de uma antiga canção que cantávamos, principalmente, durante o momento da apresentação das ofertas nas celebrações eucarísticas. A letra da canção diz o seguinte: “Eu não sou nada e do pó nasci, mas Tu me amas e morrestes por mim. Diante da Cruz, só posso exclamar: Teu sou, teu sou”.
Essa música retrata bem essa verdade: somos criados a partir do nada e do pó nascemos. Portanto, meu irmão, o que Deus precisa criar a partir desse nada em seu coração? O que Ele precisa realizar diante desse nada existente na sua alma por causa da tribulação, da perda, de um sofrimento tão grande?
Não se desespere, meu irmão! A partir desse nada que você se sente hoje, é que Deus pode e quer criar algo de maravilhoso. Afinal, como nos assegura o Catecismo da Igreja, o Senhor é capaz de “dar a vida da alma a pecadores, criando neles um coração puro, e a vida do corpo aos falecidos, pela ressurreição”.
Clame o Espírito Santo sobre você agora. Peça a Ele que transforme esse seu nada no tudo da vontade divina.
Quero ser uma bolinha nas mãos de Jesus
Há um ensinamento de Santa Teresinha do Menino Jesus, no qual ela se utiliza da imagem de uma criança brincando com uma bolinha. Essa pequena criança se diverte com essa bolinha, porém, em alguns momentos, ela também põe essa bolinha de lado, deixando-a esquecida. Outras vezes, a criança pega algo para furar essa bolinha. Enfim, essa criança faz o que quer com essa bolinha.
Santa Teresinha gostava muito dessa imagem e ensinava: “A alma, como a bolinha, se faz o brinquedo do Menino Jesus. Eu sou a bolinha do Menino Jesus, que Ele faça de mim o que quiser. Brinque à vontade com a sua bolinha. Se me quiser atirar a um canto, abandonada, serei feliz, contanto que Ele o queira. Eu me ofereço ao Menino Jesus para ser o seu brinquedo, uma bolinha que Ele pode pisar, ferir, atirar ao canto ou apertar contra o coração. Enfim, eu quisera divertir o Menino Jesus e entregar-me aos seus caprichos infantis”.
Santa Teresinha, no seu nada, quis se fazer essa bolinha nas mãos do Senhor, para que Ele agisse conforme a Sua santa vontade com ela. Que belo ensinamento! Hoje, vamos fazer isso? Vamos, também, ser essas bolinhas nas mãos do Senhor? Precisamos aprender a abandonar o nosso nada nas mãos de Deus e deixar que Ele faça em nós segundo a Sua vontade.
Eu lhe digo, meu irmão: se você se abandonar com confiança na soberana vontade de Deus, você começará a experimentar, já aqui nesta vida, o antegozo da eternidade reservada a nós, no Céu. Afinal, esse Deus que cria todas as coisas a partir “do nada”, pode muito bem pegar esse nada do nosso coração e transformar no tudo da Sua soberana vontade.
Sejamos dóceis a Deus! Sejamos bolinhas nas mãos de Jesus.
Um forte abraço!
Radio Vaticano