“Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5)

Os ensinamentos de Nossa Senhora em Fátima, embora passados mais de 100 anos, permanecem atuais. Ela continua como nas bodas de Caná, indicando-nos buscar sempre e em tudo o Seu filho Jesus, com ouvidos atentos para escutar e obedecer ao que Ele nos disser.

Passamos por momentos desafiadores no mundo e na Igreja, e também é uma oportunidade de renovação de vida, pois, nos desafios, descobrimos meios para respondê-los e nos fortalecemos. Nos momentos de sofrimento, muitos recorrem à fé e voltam para Deus, basta olhar a história da Igreja e certificarmos a superação e renovação diante dos desafios.

Nesse contexto mundial em que vivemos, em todos os níveis – guerras, inversão de valores familiares, miséria humana e social, falta do cuidado com a casa comum, desagregação social –, a mensagem de Fátima é um convite de verdadeira conversão de vida e esperança. Ela é portadora de uma mensagem atual, profética e, podemos considerar, universal: “Fátima é, sem dúvida, a mais profética das aparições modernas” (Card. Tarcisio Bertone).

“A mensagem de Fátima teve um alcance universal no século XX e continuará a tê-lo no século XXI, porque toca na questão essencial para a humanidade – o seu reencontro com Deus” (Dom Virgílio Antunes, Fátima, 29/03/2010).

Os ensinamentos das aparições de Nossa Senhora em Fátima

Todas as aparições de Nossa Senhora em Fátima, pedagogicamente, nos ensinam um caminho de santidade que nos conduzirá unicamente para Deus. Nós nos deteremos apenas na primeira aparição de 23 de maio de 1917. São eles:

Revela-nos a existência de Deus manifesto na Luz que ilumina a nossa vida e o mundo inteiro; e, se preciso for, desce do céu para vir ao nosso encontro. Ela se deixa encontrar: “Mais brilhante que o Sol, espargindo luz, mais clara e intensa que um copo de cristal, cheio d’água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente”.

Diante do que vivemos, encoraja-nos a não nos deixarmos conduzir pelo medo, pois está conosco em cada situação: “Não tenhais medo!”.

Pede aos pastorinhos disposição, perseverança e fidelidade para receber a Mensagem do céu nos seis meses seguidos, e, se obedecerem, promete dizer quem é e o que deseja, e que voltará uma sétima vez.

É uma Mãe de promessa: “… Depois, vos direi quem sou e o que quero. Depois, voltarei ainda aqui uma sétima vez”.

A céu é nossa casa

Recorda que existe o Céu, que é a nossa pátria definitiva, e promete para lá nos levar: “Eu sou do céu” – “E eu também vou para o Céu?”… – “Sim, vais”.

Afirma-nos a existência do purgatório: “ … estará no purgatório…”

Pergunta-nos se livremente queremos oferecer a Deus os sofrimentos que nos acontecem como meio de reparação às ofensas a Deus e pela conversão dos pecadores que podem perder o céu: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos?”.

Se aceitarmos os sofrimentos, não seremos desamparados, prometendo que “a graça de Deus será o vosso conforto”.

A Santíssima Trindade e o terço

Ela nos revela a Trindade Santa, que nos faz ver a nós mesmos em Deus, que é a Luz do mundo e que podemos fazer uma experiência pessoal, professar a nossa fé e adorá-la: “Por um impulso íntimo também comunicado, caíamos de joelhos e repetíamos intimamente: ‘Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento’”.

E por fim, recordar-nos a eficácia da reza do terço para obtermos a paz para o mundo, para nós mesmos e nas nossas famílias: “Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”.

A Mensagem de Fátima foi e será sinal de esperança espiritual para o mundo, expressa nas promessas de salvação dos pecadores. Aponta-nos os meios para sermos pessoas virtuosas: a reparação, o sacrifício, a penitência e a oração. (…) A mensagem de Fátima vai continuar a proclamar o lugar de Deus para o mundo e para o homem que, de algum modo, O perderam pela falta de fé.

Meu coração Imaculado

Recordando as palavras do Cardeal Angelo Sodano: “Nos trágicos anos da guerra, as palavras de Nossa Senhora aos Três Pastorinhos estavam carregadas de conforto e esperança para a humanidade: “No final, o meu Coração Imaculado triunfará!” (24/03/2017)

Se atendermos aos apelos de Nossa Senhora, conquistaremos o céu, pois Fátima é um resumo do Evangelho e escola de santidade. “Fátima é o resumo, a recapitulação e a recordação do Evangelho para os tempos modernos. Sua mensagem é sempre atual. É a mãe que vem lembrar aos filhos o caminho do Céu” (D. Fernando Rifan 15/05/2020).

Fonte:

Páginas citadas – p.173

MEMÓRIAS DA IRMÃ LÚCIA I

Compilação do P.e Luís Kondor, SVD

13a edição, Outubro de 2007 – Secretariado dos Pastorinhos

Nilza Maia
Comunidade Canção Nova 

FONTE: Canção Nova

CRÉDITO FOTO: Papa Francisco durante encontro internacional “Párocos em prol do Sínodo” (Vatican Media)

Vatican News

É uma carta de um pai que conhece as dificuldades de seus filhos, mas que os estimula a seguir adiante para o bem da Igreja e da missão para a qual foram chamados. Foi assim que o Papa Francisco se dirigiu aos cerca de 300 participantes, vindos do mundo inteiro, para o evento “Os Párocos em prol do Sínodo”, realizado em Roma de 29 de abril a 2 de maio. Um encontro organizado pela Secretaria Geral do Sínodo e pelo Dicastério para o Clero, em acordo com os Dicastérios para a Evangelização e para as Igrejas Orientais. Gratidão e estima do Papa por aqueles que cuidam de igrejas periféricas ou grandes como províncias, igrejas antigas com fiéis cada vez mais idosos ou igrejas que nascem sob uma grande árvore, onde o canto dos pássaros se mistura com canções infantis

Uma paróquia sinodal para uma Igreja sinodal

Francisco recorda a importância de uma Igreja sinodal que precisa de seus párocos. “Nunca nos tornaremos uma Igreja sinodal missionária”, diz a Carta, “se as comunidades paroquiais não fizerem da participação de todos os batizados na única missão de proclamar o Evangelho o traço característico de sua vida. Se as paróquias não forem sinodais e missionárias, a Igreja também não o será”. Paróquias, espera o Papa, com discípulos missionários que partem e voltam cheios de alegria; comunidades que devem ser acompanhadas com oração, discernimento e zelo apostólico. Fortalecidos pela graça, é necessário escutar o Espírito e prosseguir no anúncio da Palavra e reunir a comunidade na “fração do pão”.

Uma paternidade que não sufoca

Há três indicações que o Papa sugere aos párocos. Ele recomenda colher os frutos que o Espírito espalha no Povo de Deus. “Estou convencido”, escreve ele, “de que assim fareis surgir muitos tesouros escondidos e encontrar-vos-eis menos sós na grande missão de evangelizar, experimentando a alegria duma paternidade genuína que não sufoca nos outros, homens e mulheres, suas muitas potencialidades preciosas, antes fá-las sobressair”.

Discernimento comunitário

Francisco convida a praticar o método da “conversação no Espírito”, que tem ajudado muito no caminho sinodal. “O discernimento é um elemento-chave da ação pastoral duma Igreja sinodal”, porque implementado no âmbito pastoral ilumina “a concretude da vida eclesial”, reconhecendo os carismas, confiando “com sabedoria tarefas e ministérios”, planejando “à luz do Espírito os caminhos pastorais, indo além da simples programação de atividades”.

Fraternidade

A outra palavra-chave da Carta do Papa é fraternidade, compartilhar com os irmãos sacerdotes e bispos. “Não podemos ser autênticos pais, se não formos, antes de tudo, filhos e irmãos. E não seremos capazes de suscitar comunhão e a participação nas comunidades que nos foram confiadas se, primeiro, não as vivermos entre nós”. Um compromisso que poderá parecer excessivo, reconhece o Papa, mas na realidade é verdade o contrário: “só assim somos credíveis e nossa ação não desperdiça o que os outros já construíram”.

Missionários da sinodalidade

Concluindo, Francisco exorta os párocos a se tornarem missionários da sinodalidade também em seu ministério diário, tendo em vista a Segunda Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que vai se realizar em outubro próximo. A voz dos sacerdotes, insiste o Papa, deve ser ouvida para que sua contribuição ao Sínodo seja cada vez mais decisiva: “Ouvir os pastores foi o objetivo desta Reunião Internacional, mas isso não pode terminar hoje: precisamos continuar a ouvir-nos”.

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Mariangela Jaguraba – Vatican News

Na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira (1°/05), realizada na Sala Paulo VI, o Papa Francisco falou sobre a virtude da fé que junto com a caridade e a esperança formam as virtudes teologais.

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“As três virtudes teologais são os grandes dons que Deus dá à nossa capacidade moral.”

Sem elas poderíamos ser prudentes, justos, fortes e temperantes, mas não teríamos olhos que veem mesmo no escuro, não teríamos um coração que ama mesmo quando não é amado, não teríamos uma esperança que ousa contra toda esperança.

Ser cristão é preservar um vínculo com Deus

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a fé é o ato com o qual o homem entrega-se total e livremente a Deus”. “Nesta fé, Abraão foi o grande pai. Quando concordou em deixar a terra dos seus antepassados ​​para ir em direção à terra que Deus lhe teria mostrado. Nesta fé, Abraão se torna pai de uma longa linhagem de filhos. A fé o tornou fecundo”, disse ainda o Papa, citando como exemplos também Moisés, que permaneceu firme, confiante no Senhor, e defendeu “o povo que muitas vezes não tinha fé”, e a Virgem Maria, que “com o coração cheio de fé, com o coração cheio de confiança em Deus, inicia um caminho cujo percurso e perigos ela não conhece”.

“A fé é a virtude que faz o cristão. Porque ser cristão não é antes de tudo aceitar uma cultura, com os valores que a acompanham, mas acolher e preservar um vínculo, um vínculo com Deus: eu e Deus; a minha pessoa e o rosto amável de Jesus. Este vínculo é o que nos torna cristãos.”

O grande inimigo da fé é o medo

Segundo o Papa, o grande inimigo da fé não é a inteligência, não é a razão, “mas o grande inimigo da fé é o medo“. “Por isso, a fé é o primeiro dom a ser acolhido na vida cristã: um dom que deve ser acolhido e pedido diariamente, para que se renove em nós. Aparentemente é um dom pequeno, mas é o essencial. Quando nos levaram à pia batismal, os nossos pais, depois de anunciarem o nome que haviam escolhido para nós, foram questionados pelo sacerdote: “O que vocês pedem à Igreja de Deus?”. E eles responderam: “A fé, o batismo!””, disse ainda Francisco.

Para um progenitor cristão, consciente da graça que lhe foi dada, esse é o dom que deve pedir também para o seu filho: a fé. Com ela, um progenitor sabe que, mesmo no meio das provações da vida, o seu filho não se afogará no medo. O inimigo é o medo. Ele também sabe que quando deixar de ter um progenitor nesta terra, continuará tendo um Deus Pai no céu, que nunca o abandonará. O nosso amor é frágil, só o amor de Deus vence a morte.

Fé, virtude que podemos invejar

Francisco disse ainda que “nem todos têm fé”, “e mesmo nós, que cremos, muitas vezes percebemos que temos apenas uma pequena quantidade dela. Muitas vezes Jesus pode censurar-nos, como fez com os seus discípulos, por sermos ‘homens de pouca fé’”.

“Mas é o dom mais feliz, a única virtude que podemos invejar. Porque quem tem fé é habitado por uma força que não é só humana; de fato, a fé “desencadeia” em nós a graça e abre a mente ao mistério de Deus.”

O Papa convidou todos os presentes na Sala São Paulo VI a pedirem: Senhor, aumentai a nossa fé! Esta “é uma oração bonita”, concluiu.

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