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Depois de rezar o Angelus, e antes de saudar os diversos presentes na Praça São Pedro, o Papa fez diversos apelos e enviou mensagens, a começar pela felicitação àqueles que em festejarão o Ano Novo Lunar:

No dia 10 de fevereiro, no Leste Asiático e em diferentes partes do mundo, milhões de famílias celebrarão o Ano Novo Lunar. Chegue a eles a minha cordial saudação, com os votos de que esta festa seja uma oportunidade para viver relações de afeto e gestos de atenção, que contribuam para criar uma sociedade solidária e fraterna, onde cada pessoa seja reconhecida e acolhida na sua dignidade inalienável. Enquanto invoco sobre todos a bênção do Senhor, convido-vos a rezar pela paz, que o mundo tanto anseia e que, hoje mais do que nunca, está posta em risco em muitos lugares. Essa não é responsabilidade de poucos, mas de toda a família humana: cooperemos todos na sua construção com gestos de compaixão e de coragem!

E continuemos a rezar pelas populações que sofrem com a guerra, especialmente na Ucrânia, na Palestina e em Israel.

Hoje, na Itália, comemora-se o Dia pela Vida, com o tema “A força da vida nos surpreende”. Uno-me aos Bispos italianos no desejo de superar as visões ideológicas para redescobrir que cada vida humana, mesmo aquela mais marcada por limitações, tem um valor imenso e é capaz de dar algo aos outros.

Saúdo os jovens de numerosos países que vieram para o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico, que se celebrará no dia 8 de Fevereiro, em memória de Santa Josefina Bakhita, a freira sudanesa que foi escrava quando jovem. Também hoje, muitos irmãos e irmãs são enganados com falsas promessas e depois submetidos à exploração e a abusos. Unamo-nos todos para combater o dramático fenômeno global do tráfico de seres humanos.

Rezemos também pelos mortos e feridos nos incêndios devastadores que atingiram a região central do Chile.

E saúdo todos vós que viestes de Roma, da Itália e de muitas partes do mundo. Saúdo em particular os consagrados e as consagradas provenientes de mais de 60 países que participam no encontro “Peregrinos da esperança no caminho da paz”, promovido pelo Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

(….)  vejo ali bandeiras japonesas, saúdo os japoneses! E vejo bandeiras polonesas, saúdo os poloneses, e todos vocês, e os filhos da Imaculada Conceição.

Desejo a todos um bom domingo. Por favor, não se esqueça de orar por mim. Tenha um bom almoço e até mais!

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Abandonar a imagem do Deus que pensamos conhecer e converter-nos a cada dia ao Deus que Jesus nos mostra no Evangelho, Pai de amor e compaixão.

Contínuo movimento de Jesus nos fala de Deus e nos interpela

Esta foi o convite do Papa em sua alocução antes de rezar o Angelus neste 4 de fevereiro, V Domingo do Tempo Comum, em que a liturgia nos propõe o Evangelho de Marcos 1, 29-39. E precisamente o “contínuo movimento de Jesus” narrado pelo evangelista, “nos diz algo muito importante sobre Deus e nos interpela com algumas perguntas sobre a nossa fé”.

De fato, a passagem bíblica nos mostra uma contínua movimentação de Jesus, que tem dois sentidos: uma horizontal e outra ascendente, vertical. Inicialmente Ele prega na sinagoga, depois vai à casa de Pedro onde cura sua sogra da febre, então vai à porta da cidade onde cura doentes e possuídos pelo demônio. Mas na manhã seguinte, retira-se para rezar, onde no silêncio da oração, “entrega tudo e todos ao coração do Pai”. Depois, volta a caminhar pela Galileia, vai às aldeias da redondeza. E precisamente nesses movimentos, revela o verdadeiro rosto do Pai:

Jesus, que vai ao encontro da humanidade ferida, mostra-nos o rosto do Pai. Pode ser que dentro de nós ainda exista a ideia de um Deus distante, frio, indiferente à nossa sorte. O Evangelho, ao invés disso, mostra-nos que Jesus, depois de ter ensinado na sinagoga, sai, para que a Palavra que pregou possa alcançar, tocar e curar as pessoas.

Deus é proximidade, compaixão e ternura

E ao fazer isso, acrescenta o Papa, Ele revela-nos que Deus não é um Senhor distante que nos fala do alto:

Pelo contrário, é um Pai cheio de amor que se faz próximo, que visita as nossas casas, que quer salvar e libertar, curar de todo mal do corpo e do espírito. Deus está sempre perto de nós. A atitude de Deus pode ser expressa em três palavras: proximidade, compaixão e ternura. Deus que se faz próximo para nos acompanhar, terno, e para nos perdoar. Não se esqueçam disto: proximidade, compaixão e ternura. Esta é o comportamento de Deus.

Esse caminhar de Jesus nos interpela, diz Francisco, que sugere que nos façamos algumas perguntas:

Descobrimos o rosto de Deus como Pai da misericórdia ou acreditamos e proclamamos um Deus frio, um Deus distante? A fé nos provoca a inquietação do caminho ou para nós é uma consolação intimista, que nos deixa tranquilos? Rezamos somente para nos sentirmos em paz ou a Palavra que ouvimos e pregamos nos faz ir, como Jesus, ao encontro dos outros, para difundir a consolação de Deus?

Converter-se ao Deus que Jesus nos apresenta no Evangelho

Devemos então olhar para este movimento de Jesus e recordar do primeiro trabalho espiritual, sugeriu o Santo Padre:

O nosso primeiro trabalho espiritual é este: abandonar o Deus que pensamos conhecer e converter-nos a cada dia ao Deus que Jesus nos apresenta no Evangelho, que é o Pai de amor e o Pai da compaixão. O Pai próximo, compassivo e terno. E quando descobrimos o verdadeiro rosto do Pai, a nossa fé amadurece: não ficaremos mais “cristãos da sacristia”, ou “de sala”, mas sentimo-nos chamados a tornar-nos portadores da esperança e da cura de Deus.

“Que Maria Santíssima, Mulher em caminho – disse ao concluir – ajude-nos a dar testemunho do Senhor que é próximo, compassivo e terno.”

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