Ao saudar e abençoar os peregrinos de língua portuguesa na Audiência Geral, o Papa Francisco assegurou sua oração ao encontro que se realiza nestes dias em Belém, e que reúne presidentes dos países da região amazônica:
Queridos peregrinos de língua portuguesa, abraço-vos a todos e de coração vos abençoo a vós e às vossas famílias. Que Nossa Senhora vos acompanhe e sempre vos proteja. Aproveito esta ocasião para enviar uma saudação particular aos Presidentes dos países da região amazônica que, nestes dias, estão reunidos em Belém do Pará, no Brasil. Asseguro a minha oração pelo bom êxito do seu encontro, desejando que se renove o compromisso de todos em prol da criação e dum progresso sustentável.
A IV Cúpula dos presidentes que compõem o bioma Amazônia, que teve início na terça-feira, em Belém, é realizada no âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), criada em 1995 e integrada por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Os presidentes dos países que abrigam a floresta amazônica não se reuniam há 14 anos (não estão em Belém os presidentes do Equador, Suriname e Venezuela).
Os líderes dos oito países assinaram a Declaração da Cúpula da Amazônia no primeiro dia do encontro, com propostas para garantir a sobrevivência da maior floresta tropical do planeta e soluções conjuntas para os graves desafios do bioma, como desmatamento, garimpo ilegal e narcotráfico.
Paralelamente à cúpula oficial, cerca de 20 mil indígenas e outros grupos de diferentes países amazônicos movimentam 400 eventos paralelos. Em sessões de uma hora, eles apresentaram demandas a ministros principalmente do Brasil, mas também da Colômbia, Peru e outros países.
O encontro de dois dias em Belém também prepara a conferência global do clima (COP) em novembro em Dubai.
Vatican News
Andressa Collet – Vatican News
Esta quarta-feira, 9 de agosto, marca a retomada das Audiências Gerais após a pausa de verão e também o retorno do Papa Francisco de Portugal. Até o último domingo (6), o Pontífice esteve no país por ocasião da 37ª Jornada Mundial da Juventude, ocasião para também encontrar as autoridades e a Igreja local, além de fazer uma breve peregrinação a Fátima.
Como de costume ao voltar de uma viagem apostólica, o Papa procurou compartilhar com os fiéis da Sala Paulo VI a experiência de fé vivida em meio à juventude do mundo inteiro em Lisboa. O evento foi sentido por todos como um presente de Deus, disse Francisco, já que aconteceu após a pandemia, um período que particularmente afetou o comportamento dos jovens. Com esta Jornada Mundial da Juventude, continuou Francisco, “Deus deu um ‘empurrão’ no sentido oposto”, marcando “um novo início da grande peregrinação dos jovens em nome de Jesus”.
E não é por acaso que isso aconteceu em Lisboa, recordou o Pontífice, “cidade voltada para o oceano, cidade-símbolo das grandes explorações marítimas”. A JMJ de Lisboa foi um “movimento de corações e passos dos jovens de várias partes do mundo ao encontro de Jesus”, nos caminhos do Evangelho e tomando como modelo a Virgem Maria. No momento mais crítico para ela, “levantou-Se e partiu apressadamente” (Lc 1,39). “Gosto muito de invocar Nossa Senhora neste aspecto: a Nossa Senhora ‘apressada’, que sempre faz as coisas com pressa, nunca nos deixa esperando, porque Ela é a mãe de todos”, disse ainda o Papa.
“Como já tinha feito há um século justamente em Portugal, em Fátima, quando se dirigiu a três crianças, confiando-lhes uma mensagem de fé e esperança para a Igreja e para o mundo. Por isso, na JMJ, voltei a Fátima, ao local da aparição, e junto com alguns jovens doentes rezei para que Deus curasse o mundo das doenças da alma: o orgulho, a mentira, a inimizade, a violência. São doenças da alma e o mundo está doente com essas doenças. E renovamos a nossa consagração, a da Europa e a do mundo ao Imaculado Coração de Maria. Rezei pela paz porque há muitas guerras em todas as partes do mundo, muitas.”
Em Lisboa e na região metropolitana que acolheram os eventos oficiais, o Papa Francisco sempre se deparou com multidões de jovens entusiastas e provenientes do mundo inteiro. Dos anos de preparação à JMJ, eles se apresentavam prontos a compartilhar as experiências vividas em âmbito local paroquial e a receber o chamado de Deus, cada um a seu modo:
“Não eram férias, uma viagem turística, nem mesmo um evento espiritual por si só; a JMJ é um encontro com Cristo vivo por meio da Igreja. Os jovens vão ao encontro de Cristo; é verdade que onde há jovens há alegria, há um pouco de tudo isto! A minha visita a Portugal, por ocasião da JMJ, se beneficiou do ambiente festivo desta onda de jovens”, reforçou Francisco.
O coração do Papa carrega muita gratidão a Deus pelo que foi visto e vivido em Portugal neste início de agosto. Um pensamento especial ele também tem pela Igreja local que, em retribuição ao grande esforço feito para a organização e o acolhimento, deve receber “novas energias para lançar novamente as suas redes com paixão apostólica”. Os jovens em Portugal já dão hoje uma mensagem clara ao mundo:
“Enquanto na Ucrânia e em outros lugares do mundo se combate, e enquanto em certas salas escondidas se planeja a guerra, a JMJ mostrou a todos que outro mundo é possível: um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos tremulam juntas, uma ao lado da outra, sem ódio, sem medo, sem fechamentos, sem armas! A mensagem dos jovens foi clara: será que os ‘grandes da terra’ a ouvirão? É uma parábola para o nosso tempo, e ainda hoje Jesus diz: ‘Quem tem ouvidos, ouça! Quem tem olhos, veja!’ Esperamos que o mundo inteiro ouça esta Jornada da Juventude e veja esta beleza dos jovens indo adiante.”
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