Vatican News
O primeiro foi um vídeo inédito do Papa Francisco por ocasião do décimo aniversário de seu pontificado. Quatro meses depois do primeiro Popecast, o Papa Francisco está de volta com uma das formas de comunicação mais adequadas às novas gerações: o podcast. “O podcast? Sim, agora me lembro!”. É justamente com os jovens que o Pontífice entra em contato, em vista da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, para o novo Popecast realizado por Salvatore Cernuzio, em colaboração com a redação do podcast.
Não uma clássica pergunta e resposta, mas um diálogo ideal em que o Papa escuta, através de um computador levado à Casa Santa Marta, a voz gravada de alguns jovens e algumas jovens de diversas origens e contextos, representantes das fragilidades, mas também da criatividade que marcam a juventude de hoje. Jovens que sem saber, no início, que as suas vozes seriam ouvidas pelo Papa, que partilharam suas histórias, seus medos e problemas, os seus desejos e objetivos, livremente.
Francisco oferece a todos uma palavra, sempre diferente, assim como a história de cada um é diferente. No entanto, ele faz a mesma recomendação a todos: “Avante”. Sempre em frente, mesmo nos erros e quedas, na certeza de serem acompanhados por um Deus que é “louco de amor” pelos jovens.
O Papa Francisco ouviu a história de Jonas, que falou sobre os desafios de ser um fiel, aceitando a realidade de ter problemas físicos e ser transgênero.
O Papa lhe disse palavras de encorajamento, dizendo: “Deus nos ama assim como somos” e que “o Senhor sempre nos acompanha, sempre. Mesmo que sejamos pecadores, Ele se aproxima para nos ajudar”. O Papa acrescentou: “Não desista, continue lutando”.
Ouvindo as histórias de Edward e Valerij, ambos cumprindo pena numa comunidade correcional juvenil. O Papa ouviu sobre suas difíceis situações familiares e abandono que os levaram a cometer crimes dos quais se arrependem.
Em resposta, o Papa pediu a eles que considerassem que nossos erros não devem bloquear nossas vidas e que “a história humana continua com seus sucessos e fracassos”.
Mesmo um erro pode fazer com que nossas vidas sejam permanentemente marcadas pela sociedade, queixou-se o Papa, pedindo-lhes que se lembrem sempre de que o Senhor está com eles em seu caminho, pronto “para levá-los pela mão, para ajudar a levantá-los”. Nossa tarefa é reconhecer nossos erros para que Deus possa nos ajudar a refletir sobre nossas vidas e seguir em frente positivamente.
Arianna contou sua própria luta contra o transtorno bipolar que a mantém engaiolada e a impede de trabalhar. O Papa se comoveu diante de sua história, sobretudo quando a jovem diz viver “num balanço, entre o desejo de suicídio e o coração que explode de alegria”. Ao mesmo tempo, ela disse que se sente “salva por Deus”.
O Papa a ouviu atentamente e respondeu, encorajando-a a “olhar sempre para frente, não perder de vista o horizonte e o horizonte é Deus”.
Convidou-a a seguir o tratamento psicológico necessário, e destacou que “todos nós temos feridas psicofísicas, todos nós somos feridos pela vida e pelo pecado”.
O Papa Francisco então se dirigiu a Agustina e demais jovens argentinos, falando de suas esperanças e incentivando-os a lutar para melhorar a vida dessa nação. Francisco convidou os jovens a ajudar a tornar melhor a Argentina, um país rico em recursos.
Em seguida, ouviu Valéria, professora de religião, que se fez porta-voz de pedidos e lamentos que surgem em seu serviço, como o pedido de uma Igreja mais transparente, jovem e próxima das pessoas.
O Papa respondeu, lembrando a importância de uma Igreja a caminho, “caso contrário é uma seita religiosa fechada em si mesma”. “Não somos todos uniformes na Igreja e esta é a grandeza”.
Em seguida, o Papa ouviu Giuseppe falar sobre seu abandono dos estudos universitários, e que agora passa grande parte do tempo em casa jogando videogame, tecendo relações apenas virtuais.
O Papa observou que sua vida vivida principalmente on-line pode se tornar “asséptica” e isolada, pois perde o horizonte. “Você sente falta do horizonte. Não dá para viver sem horizonte, sabe? Você ficará entediado consigo mesmo com o tempo”, disse-lhe Francisco.
Concluindo, depois de perguntar quem iria à Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco exortou os jovens interlocutores do “Popecast” a fazerem o esforço de participar de todos os eventos da JMJ, qualificando-a como uma experiência que valerá a pena e que eles acharão muito gratificante, marcada pela comunidade, festa, esperança e alegria.
Ao Papa Francisco foi feito um pedido: Alessandro, um menino de 9 anos, lançou a proposta de uma JMC, uma Jornada Mundial das Crianças. “Isso, Santo Padre, o senhor deve realmente sentir!”.