A Memória da “Bem-aventurada Virgem, Mãe da Igreja”, decreto publicado pela Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos, determina seja incluída no Calendário Romano Geral. Ela deve ser celebrada, todos os anos, na Segunda-feira depois de Pentecostes. O objetivo da celebração é promover o crescimento do sentido materno da Igreja nos pastores, religiosos e fiéis, bem como a genuína piedade mariana.
Diante disso, todos os discípulos de Cristo são lembrados de que, para crescer no amor de Deus, é preciso enraizar a vida na Cruz, na Hóstia e na Virgem Maria. São os três mistérios que Deus deu ao mundo para estruturar, fecundar e santificar a vida interior, conduzindo todos a Jesus Cristo.
Nos mesmos moldes, podemos recordar a própria figura de Dom Bosco e as suas três devoções. Também chamadas de devoções brancas: Eucaristia, Virgem Maria e o Papa. O santo acreditava que o núcleo da piedade cristã está enraizada nesses três pilares, os frutos de sua experiência pastoral com os jovens e os seus sonhos místicos.
A mãe da Igreja
Em 21 de maio de 2018, Papa Francisco realizou a primeira Missa em memória da bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja. Recordou que os Padres da Igreja compreenderam que a maternidade de Maria não termina com Ela: “Afirmam sempre que Maria é Mãe, a Igreja é mãe e a sua alma é mãe: há algo de feminino na Igreja, que é «maternal». Por conseguinte, explicou: ‘A Igreja é feminina, porque é igreja, esposa; é feminina e é mãe, dá à luz’. Portanto, é ‘esposa e mãe’. Mas os Padres vão além e dizem: ‘Inclusive. a sua alma é esposa de Cristo e mãe’”.
Padre Gerson Schmidt propõe uma reflexão sobre “Maria Mãe da Igreja”. Segundo Santo Agostinho, sendo Ela Mãe de Cristo, é também Mãe de todos os membros da Igreja, já que Cristo é a cabeça do corpo místico Eclesial descrito por São Paulo na sua carta aos Colossenses 1,18.
A verdadeira Mãe de Deus
O título “Mãe da Igreja” foi utilizado, pela primeira vez, por Santo Ambrósio de Milão (338 – 397). É presente também no pensamento de Santo Agostinho e São Leão Magno, no Credo de Nicéia de 325. Já os Padres do Concílio de Éfeso (430). Haviam definido Maria como “verdadeira Mãe de Deus”. Esse título retorna no Magistério de Bento XIV e Leão XIII.
Essa visão influenciou o Vaticano II na sua Constituição Dogmática Lumen Gentium e, por conseguinte, o magistério de João Paulo II ( na carta Redemptoris Mater) e Bento XVI. Sendo assim, o passo dado por Francisco é simples continuidade da visão Eclesial sobre Maria.
Em 21 de novembro de 1964, Papa Paulo VI, no Concílio Vaticano II, declarou a Bem-Aventurada Virgem “Mãe da Igreja. Isto é, de todo o povo cristão, tanto dos fiéis como dos pastores que a chamam de Mãe amantíssima”. Mais tarde, em 1980, João Paulo II inseriu, nas Ladainhas Lauretanas, a veneração a Nossa Senhora como Mãe da Igreja.
Virgem Maria, rogai por nós
Por fim, podemos meditar as palavras do Papa Francisco: “Maria, Mãe da Igreja, ajuda-nos a entregar-nos plenamente a Jesus, a crer no seu amor, sobretudo nos momentos de tribulação e de cruz, quando nossa fé é chamada a amadurecer”. Nos coloquemos diante desse mistério, rezando e nos consagrando a Ela de todo o nosso coração. Que Deus, nosso Pai, nos inspire a pôr em prática esses ensinamentos.
Canção Nova