Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Com a presença do Papa no hospital, os enfermeiros do Departamento de Neuropediatria infantil escreveram uma carta a Francisco, contando o seu difícil dia a dia.

“Somos testemunhas do sofrimento dos nossos pequenos e de seus pais que, no crescimento de seus filhos, aceitaram carregar uma cruz pesada e não somente por crença religiosa e fé, mas pelo valor ligado à palavra VIDA, suportando e encorajando todos os dias e todas as noites os seus filhos e que, durante as longas internações, se tornam inevitavelmente a nossa família.”

Eis então a dramaticidade deste trabalho, pois às vezes os enfermeiros veem as crianças “voarem para longe”, deixando um vazio que não pode ser preenchido em seus pais e, nos agentes de saúde, “cicatrizes indeléveis que tanto fazem refletir”.

A mensagem escrita à mão se conclui com um convite ao Papa para visitar este Departamento do Hospital Gemelli.

O Pontífice prontamente respondeu à carta, consciente do trauma que o sofrimento provoca na vida das pessoas.

“Vocês são testemunhas seja de vida, seja de morte”, escreve o Papa, “chamados a acompanhar esses pequenos ‘anjos’ até ao limiar do encontro com o Senhor”.

“Vocês são imagem da Igreja ‘hospital de campanha’, que continua a desempenhar a missão de Jesus Cristo”, prossegue Francisco, encorajando os enfermeiros a serem bons samaritanos, que cuidam da vida e da dor do próximo. “E continuem a cultivar a cultura da proximidade e da ternura”.

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Amedeo Lomonaco – Cidade do Vaticano

“A Eucaristia chama-nos à primazia de Deus e ao amor aos irmãos. Este Pão é, por excelência, o Sacramento do amor. É Cristo que se oferece e se parte por nós e nos pede que façamos o mesmo, para que a nossa vida seja trigo moído e se torne pão que alimenta os irmãos.”

O Papa Francisco, hospitalizado na Policlínica Gemelli, onde continua sua recuperação após a operação da última quarta-feira, tuitou esta mensagem em sua conta @Pontifex na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Neste dia, ressoam as palavras pronunciadas pelo Papa durante o seu pontificado por ocasião da festa do Corpus Domini.

Chamados a sair

Na Santa Missa de 6 de junho de 2021, o Papa Francisco também se referiu a uma característica desta festa:

A procissão com o Santíssimo Sacramento – caraterística da festa do Corpo de Deus, mas que de momento ainda não podemos realizar – lembra-nos que somos chamados a sair levando Jesus. Sair com entusiasmo, levando Cristo àqueles que encontramos na vida quotidiana. Tornemo-nos uma Igreja com o cântaro na mão, que desperta a sede e leva a água. Abramos amorosamente o coração, para sermos a sala espaçosa e acolhedora onde todos possam entrar para encontrar o Senhor.

Fazer memória

Na celebração da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, em 14 de junho de 2020, Francisco destacou que é essencial “lembrar o bem recebido”. “Com a Eucaristia, o Senhor cura também a nossa memória negativa, aquele negativismo que frequentemente se apodera do nosso coração”.

“O Senhor – acrescentou o Papa – sabe que o mal e os pecados não são a nossa identidade; são doenças, infeções. E Ele vem curá-las com a Eucaristia, que contém os anticorpos para a nossa memória doente de negativismo”.

Acolher o Pão de Jesus

A Palavra de Deus ajuda a redescobrir dois verbos essenciais para a vida cotidiana: dizer e dar. O Papa o sublinhou na Missa de 23 de junho de 2019, recordando que a Eucaristia é o “Pão do caminho”, o “Pão de Jesus”:

Se o recebermos com o coração, este Pão irradiará em nós a força do amor: sentir-nos-emos abençoados e amados, e teremos vontade de abençoar e amar, a começar daqui, da nossa cidade, das ruas que vamos percorrer nesta tarde. O Senhor passa pelas nossas estradas para dizer-bem, dizer bem de nós e para nos dar coragem, dar coragem a nós.

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