Andressa Collet – Vatican News
As mesmas preocupações vividas por representantes do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL) e apresentadas ao Papa Francisco na manhã desta quinta-feira (1), no Vaticano, também estão presentes em outras partes do planeta. Por isso, disse o Pontífice em discurso, a importância de um intercâmbio para a união de forças diante de problemas sociais comuns como: trabalho, migração, mudança climática e desenvolvimento humano integral.
A cultura do encontro dentro das empresas
Ao se dirigir ao grupo que participa de evento em Roma e é formado por líderes empresariais privados da América Latina, Porto Rico, Miami e Península Ibérica – ou seja, de 19 países – Francisco reforçou o que já havia antecipado a empresários europeus de que “é essencial abordar o trabalho a partir de uma cultura do encontro”:
“Os valores dessa cultura são aqueles que inspiram o mundo empresarial para poder se defender das sombras do mal, que nos invadem quando o lucro a todo custo distorce as nossas relações a ponto de degradar ou escravizar as próprias pessoas. A cultura do encontro, por outro lado, expressa a busca pelo bem comum, ajudando assim a dissipar essas sombras.”
O desafio de ser construtor de redes
E esses valores, enfatizou o Papa em discurso, devem ser traduzidos concretamente no dia a dia do trabalho, dos sacrifícios para prosperar a empresa ao tratamento digno dos funcionários, “conscientes de que por trás de cada trabalhador há uma família e a sociedade como um todo”. Francisco, assim, propôs que os líderes se tornem “construtores de redes” para transformar o ambiente em que vivem, já que estão munidos da ferramenta valiosa da rede, da bússola que é o Evangelho e da âncora que é a esperança.
“Proponho, portanto, que vocês sejam como os primeiros seguidores de Jesus, ‘construtores de redes’. Foi para isso que trabalhavam, para poder pescar. Eles, para realizar o ofício de pescadores, precisavam tecer redes, e redes fortes e eficazes. Da mesma forma vocês, para poder enfrentar o mar do mundo e as tempestades que se apresentam, alcançando o objetivo que se quer, devem estar unidos, criando redes, ajudando uns aos outros. O serviço que prestam não é abstrato, mas para cada pessoa e para cada povo; é um serviço para cada pessoa, um serviço para cada povo. E, por isso, é necessário agir em conjunto, sem passar por cima de ninguém e sem deixar ninguém para trás. Um desafio bastante complexo.”
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