Andressa Collet – Vatican News

A semana do Papa Francisco começou com a leveza das crianças, já que as duas primeiras audiências desta segunda-feira (29), no Vaticano, eram destinadas ao encontro delas. Na sala adjacente da Sala Paulo VI, o Pontífice recebeu um grupo de mais de 50 pequenos pacientes em tratamento de câncer com seus acompanhantes, provenientes da Clínica de Oncologia da cidade polonesa de Wrocław. Em seguida foi a vez de encontrar as cerca de 150 crianças de várias nações africanas, por ocasião do Dia da África, celebrado na última quinta-feira, 25 de maio.

Vocês não estão sozinhos!

No primeiro encontro com o grupo polonês, Francisco teve o auxílio do tradutor a quem se dirigiu logo no começo da saudação, quando falou da alegria ao receber as crianças no Vaticano: “como se diz ‘muito obrigado, bem-vindo’ em polonês?”. Obviamente com a dificuldade do “dziękuję bardzo” e “witamy”, o Papa foi diretamente ao assunto, encorajando pacientes, pais, cuidadores e profissionais a serem “apóstolos do amor de Deus” na Igreja e no mundo. Levar esse testemunho da alegria do amor de Deus aos outros, apesar das dificuldades no caminho de quem convive com o câncer, porque “precisam se curar, superar a doença ou conviver com a doença, e isso não é fácil”:

“Quantas vezes na vida nos encontramos na situação de não ter forças para continuar. Mas vocês nunca estão sozinhos! Jesus está sempre perto e lhes diz: ‘Vai, vai, vai em frente! Eu estou com você’. ‘Pego você pela mão’, diz Jesus, como quando vocês eram crianças aprendendo a dar os primeiros passos. Queridas crianças, Jesus está sempre ao nosso lado para nos dar esperança. Sempre, mesmo nos momentos da doença, mesmo nos momentos mais dolorosos, mesmo nos momentos mais difíceis: o Senhor está ali!”

Jesus e Nossa Senhora estão sempre presentes

E não só Ele, continuou o Papa, mas uma legião do bem formada pelos familiares, médicos e amigos que ajudam a seguir em frente. “Pensem na mãe de vocês, que deu à luz, e ao seu pai”, reforçou Francisco, recordando o quanto “Deus os ama”. Além disso, convidando todos a rezar uma Ave Maria juntos para recordar de Nossa Senhora, Francisco disse para lembrar também dela, da sua constante ternura maternal:

“Se alguém se vê sozinho e se sente abandonado, não esqueçamos que Nossa Senhora está sempre perto, especialmente quando sentimos o peso da doença com todos os seus problemas: ela está ali perto, como esteve ao lado do seu Filho Jesus quando todos o abandonaram. Maria está sempre presente, ao nosso lado, com a sua ternura maternal.”

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Andressa Collet – Vatican News

O Evangelho na Solenidade de Pentecostes, recorda o Papa Francisco na alocução que precede a oração mariana do Regina Caeli deste domingo (28), nos leva ao cenáculo, onde os apóstolos se refugiaram após a morte de Jesus (Jo 20,19-23), num contexto de medo e angústia. Ao soprar sobre eles o Espírito Santo, Cristo os liberta desse “fechamento” em casa e em si mesmos, para que fossem capazes de sair e se tornar testemunhas e anunciadores do Evangelho.

“Quantas vezes nós também nos fechamos em nós mesmos? Quantas vezes, por alguma situação difícil, por algum problema pessoal ou familiar, pelo sofrimento que nos marca ou pelo mal que respiramos ao nosso redor, corremos o risco de cair lentamente na perda de esperança e nos falta a coragem para continuar? Muitas vezes acontece isso. E, então, como os apóstolos, nos fechamos, barricando-nos no labirinto das preocupações.”

Os falsos medos que paralisam

Esse “fechamento”, continua o Papa, acontece quando “permitimos que o medo assuma o controle e ‘grite’ dentro de nós” quando situações difíceis se apresentam. Mas não só:

“Irmãos, irmãs, o medo bloqueia, paralisa. E também isola: pensemos no medo do outro, de quem é estrangeiro, de quem é diferente, de quem pensa de outra forma. E pode até ser medo de Deus: medo que me castigue, que fique zangado comigo… Se damos espaço a esses falsos medos, as portas se fecham: portas do coração, as portas da sociedade e até mesmo as portas da Igreja! Onde há medo, há fechamento. E isso não é bom.”

O Espírito liberta das prisões do medo

O remédio, confirma novamente Francisco através da imagem dos apóstolos, cheios do Espírito Santo, que saem pelo mundo para perdoar os pecados e anunciar o Evangelho, vem do Ressuscitado: “o Espírito Santo liberta das prisões do medo”.

“Porque é isso que o Espírito faz: nos faz sentir a proximidade de Deus e, assim, o seu amor afasta o medo, ilumina o caminho, consola, sustenta na adversidade. […] Diante dos medos e dos fechamentos, então, invoquemos o Espírito Santo por nós, pela Igreja e pelo mundo inteiro: para que um novo Pentecostes afaste os medos que nos assaltam – afaste os medos que nos assaltam! – e reacenda o fogo do amor de Deus.”

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