Silvonei José – Vatican News
O Papa Francisco, no final da audiência geral desta quarta-feira (24/05/23), dirigiu seu pensamento à Igreja Católica na China: “Hoje é o Dia Mundial de Oração pela Igreja Católica na China. Coincide com a festa da Bem-Aventurada Virgem Maria, Auxílio dos Cristãos, venerada e invocada no Santuário de Nossa Senhora de She Shan, em Xangai. Nesta ocasião, desejo assegurar a recordação e expressar a proximidade aos nossos irmãos e irmãs na China, compartilhando suas alegrias e esperanças”.
O Papa também dirigiu um pensamento especial a todos aqueles que sofrem, pastores e fiéis, para que na comunhão e solidariedade da Igreja universal possam experimentar consolo e encorajamento. E fez um convite:
“Convido todos a elevar suas orações a Deus para que a Boa Nova de Cristo crucificado e ressuscitado possa ser proclamada em sua plenitude, beleza e liberdade, produzindo frutos para o bem da Igreja Católica e de toda a sociedade chinesa”.
Francisco deu ainda suas boas-vindas aos peregrinos de língua italiana, em particular, saudou as Missionárias da Caridade, o Comitê Organizador de Eventos Especiais de Roma, o Grupo de Oncologia Pediátrica da Policlínica de Bari, a Escola da Divina Providência de Roma. Finalmente, como de costume, dirigiu-se aos jovens, aos doentes, aos idosos e aos recém-casados.
“Hoje é a festa de Nossa Senhora, venerada sob o título de Maria Auxiliadora. Que Maria os ajude, queridos jovens, a fortalecer sua fidelidade a Cristo a cada dia. Que ela obtenha conforto e serenidade para vocês, queridos idosos e queridos doentes. Que ela os incentive, queridos recém-casados, a traduzir o mandamento do amor em suas vidas diárias”.
O Santo Padre recordou que o Dia de Maria Auxiliadora é uma vocação mariana tão cara a Dom Bosco: uma saudação – disse – e uma recordação à Família Salesiana, agradecendo por tudo o que fazem pela Igreja.
E ainda sentimos tristeza pela martirizada Ucrânia:
“Eles sofrem tanto lá, não nos esqueçamos deles. Rezemos hoje a Maria Auxiliadora para que ela esteja próxima do povo ucraniano”.
Vatican News
Mariangela Jaguraba – Vatican News
Na catequese sobre o zelo apostólico, na Audiência Geral desta quarta (24/05), na Praça São Pedro, o Papa Francisco falou sobre o testemunho de Santo André Kim Taegon, “numa terra muito distante daqui, ou seja, na Igreja coreana”.
A vida de Santo André Kim Taegon, mártir e primeiro sacerdote coreano, “foi e permanece um eloquente testemunho de zelo pelo anúncio do Evangelho”.
“Vocês sabiam que a evangelização da Coreia foi feita por leigos? Foram os leigos batizados que transmitiram a fé. Não havia sacerdotes. Houve depois, mais tarde. A primeira evangelização foi feita pelos leigos. Seremos capazes de algo assim? Pensem! É algo interessante“, disse o Papa.
“Há cerca de 200 anos, o território coreano foi teatro de uma perseguição muito severa contra a fé cristã. Os cristãos eram perseguidos e aniquilados. Na Coreia daquela época, acreditar em Jesus Cristo significava estar pronto a dar testemunho até à morte”, recordou Francisco, citando dois aspectos concretos da vida de Santo André Kim.
“O primeiro é o modo como ele devia encontrar-se com os cristãos, com os fiéis. Considerando o contexto altamente intimidatório, o Santo era obrigado a aproximar-se dos cristãos de maneira não evidente e sempre na presença de outras pessoas. Depois, às escondidas, ele fazia esta pergunta: “Você é discípulo de Jesus?”. Dado que havia outras pessoas que assistiam à conversa, o Santo devia falar em voz baixa, pronunciando apenas algumas palavras, as mais essenciais”, frisou o Papa. Para André Kim, a expressão que resumia toda a identidade do cristão era “discípulo de Jesus”. Você é discípulo de Cristo? Perguntava “em voz baixa porque era perigoso. Era proibido ser cristão ali”, sublinhou.
“Ser discípulo do Senhor significa segui-lo, seguir o seu caminho. O cristão é por sua natureza aquele que prega e dá testemunho de Jesus. Cada comunidade cristã recebe esta identidade do Espírito Santo, assim como a Igreja inteira, a partir do dia de Pentecostes”, frisou o Pontífice, acrescentando:
Desse Espírito que nós recebemos nasce a paixão, a paixão pela evangelização. Este zelo apostólico grande é o dom do Espírito que Ele nos dá. E embora o contexto ao redor não seja favorável, como o coreano de André Kim, a paixão pela evangelização não muda, aliás, torna-se ainda mais valiosa. Santo André Kim e os outros fiéis coreanos demonstraram que o testemunho do Evangelho oferecido em tempos de perseguição pode dar muitos frutos na fé”, disse ainda Francisco.
A seguir, o Papa citou o segundo exemplo concreto. “Quando ainda era seminarista, Santo André devia encontrar uma maneira de acolher secretamente os missionários provenientes do exterior. Não se tratava de uma tarefa fácil, pois o regime daquela época proibia rigorosamente a entrada de todos os estrangeiros no território. Por isso, foi muito difícil antes disso, encontrar um sacerdote que fosse missionar. A missão foi feita pelos leigos”, reiterou. “Certa vez ele caminhou na neve, sem comer, durante tanto tempo que caiu no chão exausto, correndo o risco de perder os sentidos e de permanecer ali congelado. Naquele momento, de repente, ouviu uma voz: “Levanta-te, caminha!”. Ao ouvir aquela voz, André acordou, vendo como que uma sombra de alguém que o orientava”, sublinhou o Papa.
Segundo Francisco, esta experiência de Santo André Kim “nos faz compreender um aspecto muito importante do zelo apostólico: a coragem de se levantar quando se cai”.
Mas os santos caem ou não? Sim. Desde os primeiros tempos! Pensem em São Pedro! Cometeu um grande pecado, mas teve força na misericórdia de Deus e se reergueu. Em Santo André vemos esta força. Ele caiu fisicamente, mas teve a força de andar, para levar a mensagem adiante.
“Por mais difícil que possa ser a situação, aliás, às vezes parece não deixar espaço à mensagem evangélica, não devemos desistir e não podemos deixar de levar em frente o que é essencial na nossa vida cristã, isto é, a evangelização”, sublinhou o Papa, afirmando que “este é o caminho” e que “cada um de nós pode pensar: Como eu posso evangelizar?” Francisco convidou a olhar para esses grandes santos e fazer a nossa parte no contexto em que vivemos.
Evangelizar a família, evangelizar os amigos, falar de Jesus, mas falar de Jesus, evangelizar com o coração cheio de alegria, cheio de força. Isso nos dá o Espírito Santo. Preparemo-nos para receber o Espírito Santo no próximo Pentecostes e peçamos-Lhe aquela graça, a graça é a coragem apostólica, a graça de evangelizar, de levar adiante sempre a mensagem de Jesus.
Vatican News