Silvonei José – Vatican News
“Caros irmãos e irmãs, avancem em seu trabalho itinerante! Em um mundo onde muitas vezes respiramos um clima cinzento e pesado, vocês nos lembram que o caminho para sermos felizes é a simplicidade”: foi o que disse o Papa Francisco recebendo na manhã desta segunda-feira, no Vaticano os membros da União Nacional italiana Atrações itinerantes.
Após agradecer as palavras do presidente da Associação, o Santo Padre recordou que a pandemia os impediu de realizar suas atividades habituais, viajando de praça em praça com suas atrações. Sei que a Fundação Migrantes tem estado perto de vocês, – disse Francisco – “encorajando-os a seguir em frente com espírito de fé e esperança. Agora, graças a Deus, vocês puderam retomar suas atividades”.
O Pontífice reafirmou que a Igreja continua a acompanhá-los na proclamação do Cristo Salvador, que viajou por cidades e vilarejos levando a todos a alegre proclamação do Reino de Deus.
Vocês também cooperam em um sentido amplo na proclamação do Evangelho – destacou o Papa -, por causa da alegria que levam às pessoas com suas atrações. “É por isso que vos encorajo a manter sempre o coração e a vida abertos a uma perspectiva de fé, que nasce do encontro com Cristo, presente e em ação em sua Igreja”, disse
O Santo Padre sublinhou que detendo-se com seus carrosséis nas cidades, “vocês oferecem às crianças e adultos momentos de descontração, distraindo-os um pouco das preocupações que assolam a vida cotidiana. A felicidade de uma criança em um carrossel é uma imagem de alegria limpa que pertence à memória de cada família”.
A sensação de alegria e de festa que se espalha brota da criatividade e fantasia, – disse ainda o Papa Francisco – não segue os modelos artificiais e conformista que circulam na mídia; alimenta-se não pela busca de sensações sempre novas, mas pela simplicidade e genuinidade que se pode respirar em um parque de diversões.
“Caros irmãos e irmãs, avancem em seu trabalho itinerante! Em um mundo onde muitas vezes respiramos um clima cinzento e pesado, vocês nos lembram que o caminho para sermos felizes é a simplicidade; e também uma forma de diversão ao ar livre e em companhia: o oposto do que vemos cada vez mais hoje, todos sozinhos com seu telefone celular ou seu computador”.
Francisco destacou que eles convidam as pessoas a sair, a se encontrarem na praça, a se divertirem juntas, por isso agradeceu as pessoas presente por isso. E concluiu: “e agradeço-lhes porque, afinal, vocês nos lembram que não fomos feitos apenas para trabalhar, mas também para a festa, e Deus se alegra quando celebramos juntos como irmãos na simplicidade”.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Aos milhares de peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Papa comentou o Evangelho deste IV Domingo de Quaresma, recomendando vivamente aos fiéis que leiam a narração do gesto de Jesus que doa a vista a um homem cego de nascença (cf. Jo 9,1-41).
Este episódio, afirmou Francisco, mostra como Jesus age e como procede o coração humano: há o coração bom, tíbio, medroso e corajoso, como demonstram os protagonistas da narração. Ninguém acolhe de bom grado o prodígio de Jesus, com exceção do cego. Os vizinhos são céticos, os escribas e os fariseus se opõem, enquanto os pais do homem curado temem as autoridades religiosas.
Em todas estas reações, explica o Papa, emergem corações fechados diante do sinal de Jesus: ou porque procuram um culpado ou não sabem se maravilhar, ou porque não querem mudar, bloqueados pelo medo.
O único que reage bem é o cego: feliz em poder ver, ele testemunha o que lhe aconteceu na maneira mais simples: “Eu era cego e agora vejo”. Agora, livre no corpo e no espírito, ele dá testemunho de Jesus, deixando para trás o gosto amargo da marginalização, da indiferença e do desprezo.
“Esta é a dignidade de uma pessoa nobre, de uma pessoa que sabe que foi curada e se restabelece, renasce.”
O Papa então faz uma série de perguntas:
“Como o cego, será que sabemos ver o bem e agradecer os dons que recebemos? Somos testemunhas de Jesus ou espalhamos críticas e suspeitas? Somos livres diante dos preconceitos ou nos associamos àqueles que espalham negatividade e fofocas?”
E mais: Como acolhemos as pessoas que têm limitações, sejam físicas, como este cego, sejam sociais, como os mendicantes que encontramos na rua?
Francisco concluiu convidando os fiéis a pedirem ao Senhor a graça de nos maravilharmos todos os dias com os dons de Deus e de ver as várias circunstâncias da vida, mesmo as mais difíceis de aceitar, como oportunidades para fazer o bem, como Jesus fez com o cego.
“Que Nossa Senhora nos ajude nisto, junto com São José, um homem justo e fiel.”
Vatican NEws