Andressa Collet – Vatican News
Foram dois dias intensos de visita pastoral na região do Piemonte: após se dedicar à família no sábado (19), o domingo (20) do Papa Francisco foi especialmente programado para abraçar a comunidade da cidade de Asti que recebeu cerca de 20 mil pessoas para um dia histórico. Em particular, na homilia da missa pela Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, o Pontífice enfatizou que da cruz Jesus abraça todos, com pobrezas, fragilidades e misérias. Entretanto, nos pede que o chamemos pelo nome e que sujemos nossas mãos com ele, não como meros espectadores, mas “envolvidos”, com coragem de olhar para nós mesmos e pelos sofrimentos do mundo, “fazendo-nos servos para reinar com Ele”.
Durante a missa, Stefano Acoornero foi apresentado para o ministério de Acólito, uma tarefa para “ajudar os presbíteros e diáconos no desempenho das suas funções e, como ministro extraordinário, poderá distribuir a Eucaristia a todos os fiéis, incluindo os doentes”, exortou o Papa. Antes de receber a bênção, Francisco continuou a apresentação encorajando o jovem a se comprometer “a viver cada vez mais intensamente o sacrifício do Senhor”, procurando “compreender o profundo significado de se oferecer diariamente em Cristo como sacrifício espiritual que agrada a Deus”. E no início da homilia, o Papa prosseguiu:
Quem ouviu o apelo do Papa, dentro da Catedral de Nossa Senhora Assunção, foi a brasileira Irani Pereira Rocha, natural de Machacalis/MG e há 22 anos na Itália:
“Ele falou da necessidade de novos sacerdotes, porque realmente na nossa diocese de Asti a maioria dos nossos sacerdotes são idosos. E é o nosso cotidiano porque a gente está vivendo isso dia por dia, porque é um sacerdote para 4 paróquias.”
A colaboradora da Caritas, que mora em em Villafranca d’Asti, pequeno município de 3 mil habitantes a 15 Km de Asti, estava dentro da catedral, enquanto que outro grupo da Comunidade Católica de Brasileiros acompanhava a celebração na área externa, através de telões. Todos conseguiram ver o Papa de perto e Irani compartilhou a emoção dos conterrâneos:
“Foi muito emocionante, comovente mesmo de vê-lo ali, passar tão perto da gente; é uma sensação diferente e até difícil de explicar. É diferente de ve-lo na televisão. A gente sentia aquele calor, aquele calor humano ali dentro, porque estava frio, fisicamente estava frio, mas espiritualmente estávamos muito quentes. E vimos nele um carisma, uma simplicidade, uma afabilidade, uma disponibilidade… Tudo isso em uma pessoa só. Imagina que ele saiu cumprimentando todas as pessoas que estavam ali com dificuldades físicas e doentes; e tudo isso mesmo na dificuldade dele, que estava na cadeira de rodas. Mas, uma vez que ele estava lá no altar, eu te digo, uma voz segura e jovem, e fez uma homilia maravilhosa.
E depois eu encontrei com o pessoal lá fora, fizemos uma foto e cada um com a sua emoção, uma grande energia, cada um com um propósito, que dizer: agora eu vou participar mais, agora eu vou fazer isso, vou fazer aquilo. Então, acredito que deu uma esquentada no espírito. Acendeu na gente aquela aquela lampadina, sabe, aquela lâmpada que estava ali, meio apagada, meio acesa espiritualmente. Acredito que essa passagem dele aqui foi, para todos, um sopro para aumentar a nossa luz.”