A oração não é um meio mágico, também não é uma técnica que usamos para tratar a nossa falta de saúde. É de Deus que a oração recebe a sua força de cura. Ela restabelece a saúde porque nos une com Jesus, o verdadeiro médico capaz de curar toda e qualquer enfermidade.

Toda oração é uma forma de entrega a Deus. Por meio dela, nos confiamos a Jesus com nossas chagas e desequilíbrios; e d’Ele recebemos os cuidados que nos devolvem a saúde. Ele é o médico que na cruz conheceu por si mesmo a experiência das feridas. Nossa cura e fortalecimento começam quando nos entregamos a Ele.

Também a presença do Espírito Santo se torna muito mais sensível quando nos entregamos a Deus e nos colocamos com humildade diante d’Ele. A oração perseverante em pouco tempo nos liberta dos vícios e corrige nossas manias. Ela nos protege da tristeza e do desânimo.

Oração que começa do coração

Assim, o mais importante da vida espiritual é dizer “sim” a Jesus de todo o coração, com todo nosso ser e, depois, deixar que o Espírito Santo nos revele na própria vida o significado desta escolha. Você pode estar certo de que Deus o ama e sempre estará com você. Todos os planos d’Ele para sua vida são bons. Quanto mais nos abandonarmos e deixarmos que o Espírito Santo nos mergulhe nesse amor do Senhor, melhor nossa vida será.

Quando uma pessoa começa a rezar, tudo na sua vida muda, a começar por seu coração. Experimentamos isso quando rezamos com os Salmos. A oração com a Escritura Sagrada nos livra das perturbações na mente e faz com que se acalme até mesmo o corpo agitado. A fé em Deus nos dá mansidão e nos torna bondosos. Basta que a pessoa confie n’Ele para que o Espírito Santo venha confortá-la e encher de alegria.

Qual a sua resposta a Jesus?

E, então? Você quer mesmo se entregar a Jesus? Certamente, você já deve ter colocado sua vida nas mãos d’Ele outras tantas vezes, mas, neste momento, Ele pede que você vá mais longe e se entregue um pouco mais.

Basta que a pessoa tenha coragem de fazer isso, que persevere no amor de Deus e tente rezar sempre, para que tudo nela comece a ser curado, mesmo que ela se sinta fraca para enfrentar os próprios pecados e vícios.

Trecho extraído do livro “O dom da cura”, de Márcio Mendes.

Canção Nova
Foto Ilustrativa: by Getty Images / Everste / cancaonova.com

Michele Raviart – Vatican News

“Fico contente com a sua inquietação sobre Deus e Jesus”, escreve o Papa Emérito em uma passagem do livro “Caminhando em busca da Verdade. Cartas e diálogos com Bento XVI” de Piergiorgio Odifreddi, matemático ateu, que reúne a correspondência e a narração dos cinco encontros entre os dois, que se realizaram desde a renúncia ao papado em 2013 até 2020.

Um sinal de atenção ao diálogo

O livro, das edições Rizzoli, foi apresentado na quinta-feira (06) na Universidade Lumsa,  e é uma viagem pela fé, ciência, ética e antropologia, uma prova de como é possível dialogar entre diferentes posições até mesmo nas opostas, e o testemunho de alguns dos temas que ocuparam as reflexões do Papa Emérito desde 2013.

“É extremamente significativo”, disse o Padre Federico Lombardi, presidente da Fundação Ratzinger, que organizou a apresentação do livro, “que Bento XVI, desde que deixou de ser Papa e, portanto, teve mais tempo para refletir, tenha levado muito a sério o pedido do cientista Odifreddi para dialogar com ele. Este é um sinal da sua atenção ao diálogo entre a fé, a razão e a ciência, e da atitude muito disponível e aberta com a qual sempre viveu”.

O nascimento de uma amizade

Em 2011, Piergiorgio Odifreddi escreveu uma carta aberta a Bento XVI comentando a “Introdução ao Cristianismo”, um livro histórico que Joseph Ratzinger escreveu como teólogo em 1968. Uma tentativa inicial de obter uma resposta que não teve sucesso até 2013 quando, após sua demissão e através do secretário do Papa emérito Georg Gänswein, que também estava presente na apresentação do livro, Bento XVI, por sua vez, enviou uma carta, iniciando uma amizade entre os dois.

“Uma bela amizade” que é “uma dimensão rara” entre duas posições diferentes onde “há diálogo e não brigas”, onde “as ideias se encontram e o adversário não é demonizado”, explicou Dom Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida. “Creio que a lição pode ser esta”, explicou Piergiorgio Odifreddi, se até mesmo um Papa e um ateu podem ficar conversando amistosamente, com tranquilidade, isso significa que talvez na vida também se possa comportar assim”.

A proximidade no luto

O que é surpreendente na evolução da correspondência entre os dois é a evolução dos temas. No início, o confronto era entre ciência e fé, aponta Odifreddi, então com o passar do tempo “era inútil continuar as ‘escaramuças’ sobre estes temas”, então passaram a outros assuntos, tais como a lógica, a vida e a morte. Foi precisamente sobre o tema da morte que houve a maior convergência entre os dois. O Papa emérito tinha pedido a Odifreddi a opinião de um ateu sobre a morte e o matemático escreveu uma carta descrita por ele como “teórica”. Depois, em 2020, ano da pandemia, faleceram, Georg Ratzinger o amado irmão de Bento, e a mãe de Odifreddi. Esse foi o momento de maior proximidade”, explicou, quando duas pessoas conhecem a mesma dor de perder entes queridos.

Vatican News