Vatican News
“Estou feliz que meus paroquianos puderam ver o Papa Francisco e, junto com ele, os católicos de diferentes Igrejas locais: uzbeques, russos e outros. Depois do que vimos em Nursultan, voltamos para nossas casas e nossa paróquia tendo em nossos corações a imagem viva da Igreja católica, que é universal. A visita do Papa nos deu uma visão mais ampla de nossas vidas como católicos da pequena Igreja do Cazaquistão.”
É assim que o padre Valery Ermish, pároco da paróquia católica da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria em Sachtinsk, no território diocesano de Karaganda, comenta a visita do Papa ao Cazaquistão, realizada nos dias 13 a 15 de setembro.
A paróquia, localizada na área onde antes se encontrava o sistema dos campos de concentração de Karaganda, foi originalmente criada para o cuidado pastoral dos deportados alemães e poloneses, muitos dos quais retornaram a suas pátrias após a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética.
O padre Valery acompanhou o grupo de peregrinos católicos que da Rússia foi até o Cazaquistão, por ocasião da viagem apostólica do Papa, e que na sexta-feira, dia 16, retornou para a Federação Russa.
Entre eles estava também o irmão verbita Artem Tret’jakov SVD, da cidade de Angarsk (sudeste da Sibéria), que contou à Fides – agência missionária do Dicastério para a Evangelização – sobre seu encontro com o Papa Francisco:
“Eu não tinha a ideia de participar desta peregrinação, estava muito ocupado com o início do novo ano de estudos, mas meus confrades me convenceram. Então trouxe comigo, como presente para o Papa, um livro de orações com as assinaturas dos verbitas de nossa região. Estava certo de que eu o levasse até ele através de um bispo ou cardeal ali, mas em vez disso, a multidão inesperadamente me levou a ficar diante dele. Eu beijei suas mãos e comecei a falar com ele em russo, mas ele não entendeu e, quando lhe disse de onde eu era, ele ouviu a palavra ‘Rossija’ (Rússia) e imediatamente se voltou para mim e me abraçou. Para mim foi um grande presente ver que o Papa nos ama”.
Ol’ga Dubjagina, católica de Moscou e professora de direito, também quis dizer à agência missionária o que ela experimentou de mais importante durante a viagem: “Trago comigo uma nova compreensão sobre a unidade e paz. Partimos em um contexto de grande dificuldade que também se reflete em nossas vidas, mas a oração nos uniu: vi unidade entre nós no grupo e unidade com todos os peregrinos que tinham vindo de vários países para encontrar o Papa”.
“E em Nur-Sultan, enquanto esperávamos pelo Papa em meio à multidão da praça, freiras, padres e leigos que nunca tínhamos visto antes se aproximaram de nós para nos apresentar a seus amigos lá, contando-nos suas histórias. São pessoas que provavelmente nunca mais verei em minha vida, mas sei que somos parte da Igreja e Jesus nos une como uma grande família: levo comigo para Moscou aquela praça repleta de católicos de diferentes países, sabendo que pertenço a essa realidade, capaz de trazer paz a todas as partes do mundo”, conclui.
(com Fides)
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