Na manhã desta segunda-feira (02) o Papa Francisco recebeu na Casa Santa Marta no Vaticano os dirigentes da Federação Internacional dos Farmacêuticos Católicos. O Papa iniciou sua saudação pedindo desculpas pelo local do encontro devido ao seu problema no joelho e a conselho médico não pode se deslocar muito. Recordando que a Associação de Farmacêuticos Católicos, assim como todas “nossas associações eclesiais estão sempre abertas a todos e ao serviço de todos, naturalmente de acordo com os princípios da moral cristã, baseada na dignidade da pessoa humana”
“A pandemia da covid-19 – continuou o Papa – colocou os farmacêuticos na linha de frente. Os cidadãos, muitas vezes perdidos, encontraram em vocês um ponto de referência para assistência, conselho, informação e também, como bem sabemos, para poder realizar rapidamente os testes necessários para a vida e as atividades diárias”.
“Parabenizo a Federação porque foi capaz de ver esta crise como uma oportunidade e relançou o valor do compromisso associativo, que é típico da tradição católica”
Em seguida Francisco reiterou o papel social dos farmacêuticos, considerados como “uma ponte” entre os cidadãos e o serviço de saúde. Em um contexto de pandemia, continuou, “o serviço de saúde colocado à dura prova, senão paralisado, pode levar a mais desconforto, mais sofrimento e, infelizmente, a mais danos à saúde. Neste contexto, os farmacêuticos dão uma dupla contribuição para o bem comum: aliviam a carga sobre o sistema de saúde e diminuem as tensões sociais”.
“Para as pessoas é muito importante o aspecto da proximidade, do conselho, da familiaridade que deveria ser inerente de uma assistência à saúde sob medida para o homem”
E continuou sua saudação com outro aspecto com valor social e cultural, que seria “a contribuição que os farmacêuticos podem dar para a conversão a uma ecologia integral”. Explicando: “Todos somos chamados a aprender um estilo de vida que respeite mais o ambiente em que Deus nos colocou, da nossa casa comum. E este estilo de vida também inclui uma forma saudável de comer e de viver em geral. Penso que os farmacêuticos também podem ‘criar cultura’ nesta área, promovendo uma maior sabedoria para levar uma vida saudável”.
Para aprofundar este ponto Francisco recordou da tradição milenar europeia dos mosteiros, acrescentando: “hoje, graças a Deus, essas raízes podem ser enriquecidas com o conhecimento e as práticas de outras culturas, como as do Oriente, ou as dos povos nativos das Américas”.
“Eu diria que vocês farmacêuticos podem nos ajudar a desmascarar os enganos de um falso bem-estar e a nos educar para um verdadeiro “viver bem”, que não seja um privilégio de poucos, mas ao alcance de todos”
Concluindo disse: “o viver bem”, no sentido de não viver a boa vida; mas viver em consonância com o meio ambiente, em consonância com o universo, com todos.
Vatican News