O Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, nesta quinta-feira (07/04), a comunidade do Pontifício Instituto Teutônico de Nossa Senhora da Alma, em Roma, por ocasião dos 500 anos da eleição de Adriano VI, penúltimo Papa proveniente do mundo germânico, sepultado na igreja do Pontifício Instituto Teutônico de Nossa Senhora da Alma.
Adriano Florensz nasceu em Utrecht, Países Baixos, que fazia parte do Sacro Império da Nação Alemã. Recebeu uma excelente educação na Universidade de Leuven. Foi tutor do futuro Imperador Carlos V e depois de realizar importantes tarefas eclesiásticas e políticas, foi elevado aos mais altos cargos e criado cardeal em 1517. Quando a notícia de sua eleição como Bispo de Roma chegou até ele, primeiramente hesitou, mas por um senso de dever por fim aceitou.
Segundo o Papa Francisco, “em seu breve pontificado, que durou pouco mais de um ano”, Adriano VI “procurou sobretudo a reconciliação na Igreja e no mundo, pondo em prática as palavras de São Paulo segundo as quais Deus confiou aos Apóstolos o ministério da reconciliação”. O Papa Adriano “enviou o Núncio Chieregati à Dieta de Nuremberg para reconciliar Lutero e seus seguidores com a Igreja, pedindo expressamente perdão pelos pecados dos prelados da Cúria Romana”.
Crescer na vocação de servos de Cristo
Francisco disse ainda em seu discurso que “na esfera política, superando muita resistência, ele se esforçou para chegar a um entendimento entre as duas potências vizinhas, o rei Francisco I da França e o imperador Carlos V de Habsburgo, também para que juntos pudessem deter os projetos cada vez mais ameaçadores de conquista pelo exército otomano. Infelizmente, o Papa Adriano, devido à sua morte prematura, não conseguiu concluir nenhum desses projetos. No entanto, seu testemunho de trabalhador destemido e incansável pela fé, justiça e paz permanece vivo na memória da Igreja”.
Queridos irmãos e irmãs, que o exemplo da vida e do trabalho do Papa Adriano os estimule a crescer em sua vocação de servos de Cristo. Que o Senhor os sustente em seu ministério e os leve a uma fé cada vez mais enraizada em seu amor, vivida com alegria e dedicação.
O trabalho do confessor é perdoar, não torturar
Pensando na preocupação do Papa Adriano VI com a promoção da concórdia e da reconciliação, Francisco exortou os membros do Pontifício Instituto Teutônico de Nossa Senhora da Alma a seguirem seus passos, especialmente no serem ministros do Sacramento da Penitência.
Isto é importante: o trabalho do confessor é perdoar, não torturar. Sejam misericordiosos, grandes perdoadores, a Igreja quer vocês assim. Isto significa dedicar tempo para ouvir as confissões, e fazê-lo bem, com amor, com sabedoria, com muita misericórdia. Mas não apenas isso. Este ministério também envolve pregação, catequese, acompanhamento espiritual; e requer, antes de tudo – como sempre – testemunho. Para ser um bom servo do perdão de Cristo, um sacerdote deve saber perdoar os outros, deve ser misericordioso em seus relacionamentos, ser um homem de paz, de comunhão. Que Nossa Senhora os ajude nisso.