O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado (26/3), na Sala do Consistório, no Vaticano, as Irmãs, Filhas de Maria Santíssima do Horto, por ocasião do XX Capítulo Geral, que teve início às vésperas da Solenidade de São José.
Em seu discurso às Irmãs “Gianellinas”, assim conhecidas no Brasil e no mundo, o Papa explicou o significado do Capítulo Geral, para uma família religiosa, que representa um momento fundamental no seu caminho: “Capítulo significa encontro, diálogo, responsabilidade, comunhão evangélica”.
Segundo o Santo Padre, o início do Capítulo Geral das Irmãs Gianellinas, às vésperas da Festa de São José Operário, representa a confiança do Instituto religioso nas obras e sucesso do artesão de Nazaré, que, com seu trabalho, participou do plano de salvação divino, que serviu fielmente, como homem justo.
O modelo de São José, disse Francisco, iluminou o Fundador do Instituto, Santo Antônio Maria Gianelli, que também foi apóstolo do Evangelho do trabalho, elemento essencial da vida pessoal, familiar e social. E acrescentou:
“Este trabalhador zeloso na vinha do Senhor dedicou-se ao serviço da Palavra de Deus, tanto nas suas pregações como nas obras. Com a pregação, ele deu testemunho e anunciou a fé na providência de Deus. Com suas obras de misericórdia, indicou o caminho da santidade a ser seguido, dando exemplo de caridade concreta e solícita para com os últimos e marginalizados da sociedade”.
Desta forma, Santo Antônio Maria Gianelli deu início, em 1829, em Chiavari, perto de Gênova, onde era pároco, a um serviço caritativo, que confiou a algumas mulheres, chamadas “Senhoras da Caridade”, com as quais nasceu o Instituto, que recebeu o nome de Filhas de Maria Santíssima do Horto ou Gianellino.
Recordando o tema do Capítulo Geral das Gianellinas “Atentas ao mundo, com o coração em Deus“, Francisco disse que representa o carisma do Fundador de cuidar, ser próximo e fazer o bem, arraigados na vida consagrada.
Certamente, durante os trabalhos capitulares, disse o Santo Padre, as participantes devem ter-se perguntado como responder ao desafio atual de uma cultura de auto referência, indiferença, egoísmo, que perturba a ordem das relações humanas e abre os caminhos travessos à escravidão da injustiça, da exploração, que ofendem a dignidade humana. E explicou:
“Vocês estão presentes em muitos países e encontram muitas situações de sofrimento, pobreza, arrogância. A sua missão de evangelizar também encontra obstáculos e resistências, mas, seguindo o exemplo de Santo Antônio Gianelli, ao invés de desanimar, vocês enfrentam estas dificuldades com confiança e esperança, sabendo que vocês mesma são as primeiras pobres e necessitadas de Deus, uma atitude humilde e corajosa que se assemelha à da Virgem Maria diante de suas provações”.
Vocês são chamadas, recordou Francisco, a ser uma boa terra, onde brota a semente da caridade, que deve ser “regada”, todos os dias, com a oração e, em particular, com a adoração, para permanecer “com o coração em Deus”.
Aqui, o Papa sugeriu às religiosas duas breves reflexões para seu caminho de consagradas: a primeira é “dar mais atenção” ao mundo, no sentido evangélico, sabendo se maravilhar, com realismo saudável e simplicidade, diante das várias situações e pessoas; a segunda é não “ficar à janela”, observando, mas se aproximar, se inclinar, tocar com a mão a realidade do próximo.
O Fundador do Instituto ensinou às suas Filhas a agir como o “Bom Samaritano”, prontas a parar e cuidar dos pobres, dos feridos na vida, enfaixando as feridas, escutando e libertando-os da indiferença e da solidão.
O Santo Padre concluiu seu discurso às Irmãs Gianellinas agradecendo-lhes por sua ação entre o Povo de Deus e os mais pobres, sem jamais desanimar diante dos problemas e dificuldades. “Sejam fiéis ao seu carisma, mediante um discernimento paciente, sábio e corajoso, iluminado pela Palavra de Deus e o Magistério da Igreja”!
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