O Dia Internacional da Mulher deste ano não pode deixar de olhar para a coragem, a força, a provação sofrida na Ucrânia, onde as mulheres são forçadas a deixar seus lares para proteger seus filhos. Mulheres que rezam. Mulheres que decidem ficar ao lado de seus maridos para resistir aos tanques que avançam e aos mísseis que explodem. Mulheres amamentando nos escombros e sob fogo de morteiros, mulheres que socorrem, preparam a comida, dando à luz a vida, nova esperança, horas de espera nas fronteiras. Mulheres que dirigem carros e caminhões porque o país está sob ataque. Mulheres caminhando, com as poucas coisas que conseguiram juntar, no frio e na neve. Mulheres que perdem suas vidas, que são estupradas, meninas que são atingidas por bombas e balas. Quem pode aceitar todo esse horror? Fora da Ucrânia, outras estão coletando ajuda, trabalhando na política, na diplomacia para encontrar soluções, protestando nas ruas, sendo presas e espancadas. Mulheres: filhas, irmãs, mães, esposas, amigas, construindo sociedades, sustentando economias, trazendo educação e criatividade, protegendo a criação, protegendo a humanidade. Mulheres encarceradas. “Ferir uma mulher é ultrajar a Deus”, disse o Papa em 1º de janeiro deste ano, quando as sombras da guerra na Europa ainda não eram visíveis, mas estavam avançando silenciosamente, como muitas vezes o abuso, a violência, contra as mulheres no mundo. Vítimas, demasiadas vezes no silêncio, de violência psicológica e física, meninas obrigadas a casamentos arranjados, obrigadas a se prostituir, a trabalhar, a não estudar, mortas e que veem seus filhos morrerem na guerra. Quem pode calar diante de tais abominações? Mulheres no dia a dia, apoiando, ajudando e guiando, heroicas, mesmo quando o dia a dia é a destruição. Mulheres que, em todas as partes do mundo, se opõem à lógica da separação e da inimizade, que trabalham pela unidade. Na história da Igreja há muitas Santas, faróis que trouxeram a luz salvadora de Cristo em seu tempo e hoje em uma Europa ferida pela injustiça e pelo horror. Padroeiras da Europa, protetoras deste continente, como por exemplo: Santa Brígida, Hildegarda de Bingen, Teresa Benedita da Cruz e Catarina de Sena. Nestas horas nos entregamos a Maria, a Mãe de Deus, para que cesse toda a violência na Ucrânia e no mundo e que todo homem e toda mulher possam viver em paz.
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