A Igreja nos ensina que “no venerável sacramento da Eucaristia […] está contido o Cristo inteiro em cada espécie e sob cada parte da espécie” (Concílio de Trento, s.XIII, cân. 3: DH 1653); mas será que realmente nós, cristãos católicos, acreditamos nisso?

Muitas vezes, tenho a impressão de que nós participamos da Santa Missa como se fosse apenas um simbolismo e não o verdadeiro sacrifício de Cristo. O mesmo sacrifício que Jesus fez por nós, em sua morte de cruz; pois, em cada Santa Missa, através do sacerdote, é atualizado o sacrifício de Jesus; o cordeiro que se imola para a remissão de nossos pecados.

Precisamos participar desse momento com mais piedade e devoção e não somente para cumprir preceitos, pois é o próprio Jesus que se oferece por amor a mim e a você, pela nossa salvação. Devemos adorar a Jesus como Ele merece ser adorado.

A Eucaristia é o próprio Cristo! Como nos portar diante de tal mistério?

Existe uma história de São Filipe Néri que nos ajuda a entender como devemos nos portar diante de Jesus eucarístico, sobretudo na Santa Missa. São Felipe Neri percebendo que as pessoas participavam da missa por participar e, muitas vezes, comungavam e já iam embora, ele teve uma inspiração. Durante uma celebração eucarística, após ter percebido que um homem recebeu a Sagrada Comunhão e já estava saindo da igreja; e esse parecia não ter respeito pela Presença de Jesus, que tinha acabado de receber, pediu a dois coroinhas que, com velas acesas, fossem atrás daquele homem. Depois de um tempo andando pelas ruas de Roma, o homem percebeu que dois coroinhas estavam o seguindo. Com isso, o homem voltou à igreja e perguntou a Filipe Néri porque os dois coroinhas estavam atrás dele. São Filipe Néri respondeu: “Temos que prestar o devido respeito a Nosso Senhor, que você está levando com você. Como você se recusou a adorá-Lo, mandei os dois acólitos para fazer isso”. O homem envergonhado com a resposta recebida, resolveu, das próximas vezes, ficar mais consciente sobre a presença de Deus dentro dele.

Por isso, convido também você a ficar mais consciente da presença de Jesus na Eucaristia e sempre depois da comunhão. No seu momento de oração, pedir a Jesus o dom da fé e a graça de adorar a Jesus como Ele merece ser adorado. Sua experiência com Jesus Eucarístico será outra.

Canção Nova

Foto ilustrativa: wideonet by Getty Images

No Angelus deste domingo (20/02) o Papa Francisco nos ensina algumas “indicações fundamentais para a vida”. Francisco falou sobre “as situações difíceis”, que são um teste para nós, ou seja, quando nos deparamos com aqueles que são inimigos e hostis para nós. Como agir? O exemplo vem diretamente de Jesus, quando diz “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam”. E ainda mais concretamente: “A quem te ferir numa face, oferece a outra”. Para nós parece que o Senhor pede o impossível. “Mas será isso mesmo? Será que o Senhor realmente nos pede coisas impossíveis e injustas?”, pergunta-nos Francisco.

Dar a outra face

Depois de recordar que Jesus, ao receber uma bofetada do guarda durante sua paixão ele simplesmente argumenta: “‘Se falei mal, testemunha sobre o mal. Mas, se falei bem, por que me bates?’ Pede explicação pelo mal recebido”. E o Papa explica: “Dar a outra face não significa sofrer em silêncio, ceder à injustiça. Jesus com sua pergunta denuncia o que é injusto”, “a mansidão de Jesus é uma resposta mais forte do que a bofetada que recebeu”. “Isso é dar a outra face” e pondera:

“Dar a outra face não é o recuo do perdedor, mas a ação de quem tem maior força interior, que vence o mal com o bem, que abre uma brecha no coração do inimigo, desmascarando o absurdo de seu ódio”

Amar os inimigos

Em seguida o Papa reflete sobre outro ponto: “É possível que uma pessoa venha a amar seus inimigos? Se dependesse apenas de nós, seria impossível. Mas lembremos que quando o Senhor pede alguma coisa, Ele quer dá-la”.  Então Francisco nos ilumina afirmando: “O que devemos pedir-Lhe? O que Deus tem o prazer de nos dar? A força de amar, que não é uma coisa, mas é o Espírito Santo. Com o Espírito de Jesus, podemos responder ao mal com o bem, podemos amar aqueles que nos ferem. Isso é o que fazem os cristãos”.

“Como é triste quando pessoas e povos orgulhosos de serem cristãos veem os outros como inimigos e pensam em fazer guerra entre eles!”

Então o Papa conclui fazendo-nos refletir “na nossa vida, aplicamos os convites de Jesus?” E sugere:

“Pensemos em uma pessoa que nos fez mal. Talvez haja um ressentimento dentro de nós. Então, coloquemos este ressentimento ao lado da imagem de Jesus, manso, durante o seu julgamento. E depois peçamos ao Espírito Santo que aja em nossos corações”.

E recomenda, “oremos pelos nossos inimigos”. “Rezar por aqueles que nos trataram mal é o primeiro passo para transformar o mal em bem. Que a Virgem Maria nos ajude a sermos pacificadores para todos, especialmente para com aqueles que nos são hostis e não gostam de nós”.

Vatican News