Vamos de modo prático fazer um percurso que nos direciona a dar passos concretos de como alimentar a nossa fé. É muito importante sabermos ou recordarmos que o ser humano tem dimensões essenciais. Então, conhecê-las nos dá a possibilidade de crescer e amadurecer de modo integral, ou seja, de não nos determos apenas em uma dimensão.

Quais são essas dimensões essenciais? Vamos nos deter nas 4 principais, são elas as dimensões física; cognitiva; emocional; espiritual, porém, há mais dimensões.

Como as dimensões podem nos ajudar no crescimento da fé?

A dimensão física está ligada ao corpo, à saúde, à busca pelo bem-estar.

A dimensão cognitiva diz dos nossos pensamentos e raciocínios, onde desenvolvemos a capacidade de aprendizagem, a nossa inteligência.

A dimensão emocional é sobre a nossa consciência e do modo que gerimos as nossas emoções e as dos outros, buscando analisar as situações de forma consciente para tomar decisões mais adequadas.

A dimensão espiritual diz do interior do ser humano, do que está no mais profundo da alma e que se refere à nossa espiritualidade: “O termo alma tem origem etimológica no grego anemos e que significa “ar”, “sopro”. A palavra latina anima significa também “vida”, “espírito”, “sede do pensamento”. (1)

É na dimensão espiritual que falaremos, com um olhar especial, em como está a minha vida espiritual. Às vezes, a nossa fala, diante das provas e das tempestades da vida, é de que a fé está fraca ou que parece não termos mais fé.

Embora na vida tudo esteja bem, ou não, procuramos ajuda diante das anomalias na saúde física, mental, emocional indo aos médicos, psiquiatras, psicólogos etc.

Então, como alimentar a fé?

A fé é um dom gratuito de Deus ao homem; mas há possibilidade de perdê-la. E, quanto a isso, Paulo nos instrui: “Combate o bom combate, guardando a fé e a boa consciência; por se afastarem desse princípio é que muitos naufragaram na fé” (1 Tm 1, 18-19).

Para termos uma fé viva, para que ela cresça e persevere até o fim, temos de a alimentar com a Palavra de Deus; sustentá-la pela esperança; e temos de pedir ao Senhor que aumente a nossa fé. A fé, como parte da dimensão espiritual, é da espiritualidade que se alimenta e se fortalece, que se dá ao relacionamento com Deus, pois tem por base a oração.

“Deus invisível, na riqueza do seu amor, fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à comunhão com Ele”. A resposta adequada a este convite é a fé (…)” (CIC 142).

Saiba que contamos com a alma como espírito, que anima e nos dá o poder de pensar e de sentir.

Passos a dar:

Fazer o uso da razão numa tomada de consciência de que é vital alimentar a vida espiritual para fortalecer e alimentar a fé. “Na fé, a inteligência e a vontade humanas cooperam com a graça divina” (CIC 155). Abrir-se à graça de Deus num diálogo sincero e verdadeiro com Ele, reconhecer a sua pequenez e pedir a Sua ajuda para que lhe proporcione os momentos de oração em todo tempo e lugar, de modo a crescer em comunhão e intimidade com Ele. “Pela fé, o homem submete completamente a Deus a inteligência e a vontade; com todo o seu ser, o homem dá assentimento a Deus revelador. A Sagrada Escritura chama ‘obediência da fé’” (CIC 143).

Ao se levantar, invoque uma oração ao Espírito Santo e ao seu Anjo da Guarda. “O ato de fé só é possível pela graça e pelos auxílios interiores do Espírito Santo” (CIC 154).

É preciso decisão e fazer escolhas que nos favoreçam a alimentar a alma e a fortalecer a fé. Durante o dia, de manhã, na hora do almoço ou à noite, enfim, um momento para rezar e meditar a Palavra de Deus (Bíblia), para adoração ao Santíssimo, para rezar o terço mariano, da misericórdia, da providência, do sangue de Jesus; para oração pessoal, para participar de algum grupo na comunidade paroquial.

No momento em que estiver só, ao se deitar, ao cozinhar; ao tomar banho, ao dirigir ou em um ônibus, numa caminhada… Você pode fazer uso das mídias sociais para rezar o terço, novenas, ofícios divinos.

Escute a voz de Deus

O que Deus te inspira e suscita no coração? Mãos à obra, alimente a sua fé!

Para ajudar, deixamos aqui um áudio da oração do terço mariano dedicado especialmente a Nossa Senhora de Fátima. E rezamos para que você tenha um bom êxito na sua vida de oração.

Fonte: Canção Nova
Foto Ilustrativa: by Getty Images / Daniela Jovanovska-Hristovska

Dirigindo-se aos membros do consórcio internacional da mídia católica “Catholic fact-checking”, o Papa Francisco convida a refletir sobre o estilo dos comunicadores cristãos diante de certas questões relacionadas com a pandemia. Para isso, ele cita algumas expressões de São Paulo VI presentes na Mensagem para o Dia das Comunicações Sociais de 1972, onde ele reconheceu o poder dos instrumentos de comunicação social sobre o comportamento e as escolhas das pessoas. O Papa Paulo VI dizia ainda que “a excelência da tarefa do informante consiste não apenas em destacar o que é imediatamente perceptível, mas também em buscar elementos de enquadramento e explicação sobre as causas e circunstâncias de cada fato que ele deve relatar”. Uma tarefa, portanto, que requer um senso de responsabilidade e rigor. Francisco continua:

“O Papa Montini falava da comunicação e da informação em geral, mas suas palavras estão muito de acordo com a realidade se pensarmos em certas desinformações que circulam hoje na web. De fato, vocês se propõem em chamar a atenção às fake news e informações tendenciosas ou enganosas sobre as vacinas Covid-19, e o fazem colocando em rede com diferentes mídias católicas e envolvendo vários especialistas.”

Estar juntos pela verdade

Francisco lembra que o objetivo do Consórcio é “estar juntos pela verdade”. Estar juntos, o trabalho em rede, disse, é fundamental no campo da informação e, em um tempo de divisões, já é um testemunho. Hoje, além da pandemia, observou, a “infodemia” se espalhou, ou seja, “a distorção da realidade baseada no medo, que na sociedade global faz ecos e comentários sobre notícias falsificadas ou mesmo inventadas”. A multiplicação de informações e a circulação dos chamados pareceres científicos também podem gerar confusão. É necessário, continua o Papa, citando o que ele já havia dito em um discurso em outubro de 2021, “fazer aliança com a pesquisa científica sobre doenças, que progride e nos permite combater melhor”, considerando sempre que o conhecimento deve ser compartilhado.

Isto também se aplica às vacinas, recordou o Papa:

“Há uma necessidade urgente de ajudar os países que têm menos, mas isto deve ser feito com planos a longo prazo, não apenas motivados pela pressa das nações ricas em serem mais seguras”

“Os remédios devem ser distribuídos com dignidade, e não como esmolas de piedade. Para fazer um bem real, é preciso promover a ciência e sua aplicação integral. Portanto, estar corretamente informado, ser ajudado a entender com base em dados científicos e não em fake news, é um direito humano.

A palavra “para”

A segunda palavra que o Papa Francisco enfatiza é para, uma palavra pequena, mas cheia de significado: os cristãos, comentou, são contra as mentiras, mas sempre em prol das pessoas. Não devemos esquecer a “distinção entre as notícias e as pessoas”. Se for necessário combater as fake news, as pessoas devem sempre ser respeitadas porque muitas vezes aderem inconscientemente a elas. E o Papa afirma ainda:

O comunicador cristão faz seu o estilo evangélico, constrói pontes, é um artífice da paz também e sobretudo na busca da verdade. Sua abordagem não é de oposição às pessoas, ele não assume atitudes de superioridade, ele não simplifica a realidade, para não cair em um fideísmo do estilo científico. Na verdade, a própria ciência é uma contínua aproximação à resolução dos problemas. A realidade é sempre mais complexa do que pensamos, e devemos respeitar as dúvidas, ansiedades e perguntas das pessoas, tentando acompanhá-las sem jamais tratá-las com superioridade“.

O Papa Francisco sublinha mais uma vez o dever como cristãos de fazer todo o possível para “evitar a lógica da contraposição”, sempre tentando aproximar e acompanhar o percurso das pessoas. “Tentemos trabalhar pela informação correta e verdadeira sobre a Covid-19 e sobre as vacinas”, afirmou, “mas sem criar muros, sem criar isolamentos”.

Verdade

A terceira palavra que Francisco prende em consideração é verdade, que deve ser sempre procurada e respeitada pelos comunicadores. O Papa adverte a este respeito:

A busca da verdade não pode ser levada a uma perspectiva comercial, aos interesses dos poderosos, aos grandes interesses econômicos. Ficar juntos pela verdade significa também buscar um antídoto para algoritmos destinados a maximizar a rentabilidade comercial, significa promover uma sociedade informada, justa, saudável e sustentável. Sem uma correção ética, estes instrumentos geram ambientes de extremismo e levam as pessoas a uma radicalização perigosa“.

A verdade para o cristão, continuou o Papa, não se trata apenas de coisas individuais, mas de toda a existência e também inclui significados relacionais como “apoio, solidez, confiança”. E o único “verdadeiramente confiável e digno de confiança, com quem se pode contar, que é ‘verdadeiro’, é o Deus vivo”. Jesus disse de si mesmo: “Eu sou a verdade”. E conclui indicando novamente um estilo preciso de comunicação:

“Trabalhar ao serviço da verdade significa, portanto, buscar o que favorece a comunhão e promove o bem de todos, não o que isola, divide e se opõe”

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