Como tradição, na manhã desta segunda-feira (17/01) o Papa Francisco recebeu uma Delegação Ecumênica da Finlândia, por ocasião da Festa de Santo Henrique que será celebrada dia 19 de janeiro. Francisco iniciou seu discurso recordando a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos que se realiza de 18 a 25 de janeiro. O tema deste ano é do Evangelho de Mateus: “Vimos sua estrela no Oriente e viemos prestar-lhe homenagem” (cf. Mt 2,2). “Refere-se aos Magos que, – continua o Papa – após uma longa viagem, encontram Jesus e o adoram. Os Magos chegam à meta porque a procuraram. Mas eles a buscam porque o Senhor por primeiro, com o sinal da estrela, tinha partido em busca deles. Encontram porque procuram, e procuram porque foram procurados”. E recordou:
“Caminhar juntos. Aqueles que foram tocados pela graça de Deus não podem se fechar e viver em autopreservação, eles estão sempre a caminho, sempre se esforçando para seguir em frente. E avançar juntos: sua peregrinação aqui é um belo exemplo disso”, afirmou Francisco aos finlandeses presentes na audiência, em seguida ponderou:
“Há etapas da caminhada – continou o Papa – que são mais fáceis e onde somos chamados a proceder rápida e diligentemente. Algumas vezes, no entanto, o caminho é mais difícil e, diante de objetivos que ainda parecem distantes e difíceis de alcançar, é mais difícil alcançá-los. Neste caso, lembremo-nos de que estamos a caminho não como possuidores, mas como buscadores de Deus”.
Por fim o Papa Francisco recordou duas grandes “estações” que virão na caminhada dos cristãos nos próximos anos:
“Em 2025 celebraremos o 1700º aniversário do Concílio de Niceia. A confissão trinitária e cristológica deste Concílio, que reconhece Jesus como “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro”, “consubstancial ao Pai”, nos une a todos os batizados. Em vista deste grande aniversário, preparemo-nos com renovado entusiasmo para caminhar juntos no caminho de Cristo, no caminho que é Cristo!”
E recordou a segunda “estação”: “Em 2030 comemoraremos os 500 anos da Confissão de Augsburg. Em uma época em que os cristãos estavam prestes a seguir seus caminhos separados, essa confissão procurou preservar a unidade. Sabemos que não foi possível impedir a divisão, mas o aniversário pode ser uma ocasião fecunda para nos confirmar e fortalecer no caminho da comunhão, para nos tornar mais dóceis à vontade de Deus e menos à lógica humana, mais dispostos a colocar metas terrestres à frente do caminho indicado pelo Céu”.
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Manifesto minha proximidade às pessoas afetadas por chuvas fortes e inundações em diferentes regiões do Brasil nas últimas semanas. Rezo em particular pelas vítimas e suas famílias, e por aqueles que perderam suas casas. Que Deus ajude os esforços daqueles que estão prestando socorro.
Foram as palavras do Santo Padre após a oração mariana do Angelus, ao meio-dia deste domingo, 16 de janeiro, II Domingo do Tempo Comum. A oração de Francisco ilumina a difícil situação do Brasil, onde a emergência nos dez Estados atingidos pelas chuvas e inundações continua elevada (durante e no pós-inundações), particularmente nos Estados da Bahia e Minas Gerais, nos quais já morreram 50 pessoas. As consequências para a população têm sido desastrosas, com a perda de casas, escolas e infraestrutura. Entre as localidades afetadas está Brumadinho, em Minas Gerais, onde o rompimento da barragem em 25 de janeiro de 2019 havia causado 270 mortes. Há também temores de rompimento de 42 barragens no país, incluindo a de Usina de Carioca, perto de Pará de Minas, onde mais de cem mil pessoas foram alertadas. Em Ouro Preto, lugar famoso por sua herança histórica, um deslizamento de terra e lama varreu um edifício neocolonial do século XIX, o primeiro da cidade, felizmente sem causar feridos. Segundo o último relatório da Defesa Civil, Minas tem atualmente 374 cidades em estado de emergência e 30,5 mil pessoas desabrigadas.
Diante das necessidades de tantas pessoas, tem havido uma mobilização internacional. A Caritas internacional está coordenando as ajudas em estreita colaboração com a Caritas brasileira. Os EUA e a União Europeia também forneceram as primeiras ajudas. Bruxelas enviou um milhão de euros em fundos de emergência para responder às consequências das enchentes. “Este financiamento – escreve a Comissão Europeia em uma nota – visa cobrir necessidades urgentes através do fornecimento de alimentos, água potável, abrigo e artigos domésticos. Os parceiros humanitários também apoiarão a população com serviços de saúde para mitigar o risco de epidemias”.
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