A cena se repete em todas as famílias: filhos, sobrinhos ou netos com um aparelho de celular nas mãos, conectados à internet, assistindo a vídeos ou jogando games. Acontece com pessoas próximas a mim e com certeza a você também. A tecnologia está presente em nossas vidas de uma forma ou de outra, e os celulares são nossas extensões. O hábito dos adultos é transferido para os mais novos num simples tocar de telas. Experimente ficar um dia sem se conectar a um smartphone… Praticamente impossível. A grande questão é o quanto das nossas horas gastamos conectados e como isso pode ser prejudicial aos que possuem pouca idade.
Se por um lado temos uma procura por acessos, novidades, vídeos e comentários; na outra ponta temos as empresas de tecnologia cegas por lucros, preocupadas em gerar engajamentos e tráfego nas redes, pouco se importando com as consequências da saúde mental de seus usuários.
O Brasil tem 152 milhões de pessoas conectadas à Internet, o que corresponde a 81% da população do país com 10 anos ou mais. A estimativa é da pesquisa TIC Domicílios 2020, promovida pelo Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br) divulgada em agosto deste ano.
A palavra não é nova: NOMOFOBIA. Segundo a Academia Brasileira de Letras, significa “Medo patológico de ficar sem acesso ao telefone celular (internet, redes sociais, aplicativos contatos, fotos e funções em geral) ou dispositivos eletrônicos semelhantes, como o computador ou o tablet”. Desconectar-se passou a ser algo difícil para as pessoas, pode representar a perda de um trabalho, de um compromisso importante, de uma informação familiar entre outros motivos.
Com os jovens a situação é ainda mais alarmante. A dependência das redes sociais tem causado depressão, suicídio, ansiedade, alteração do padrão do sono, falta de aceitação com a própria imagem. A busca desenfreada por curtidas e compartilhamentos, a dificuldade em lidar com as críticas, ataques e comentários raivosos levam os jovens aos extremos de seus comportamentos. Como os pais podem ajudar?
O uso não é tido como totalmente prejudicial por parte dos especialistas. O que implica dependência é o exagero, a falta de restrições e monitoramento do adulto. Controlar a quantidade de horas de acessos ajuda a impor limites. Conectar-se todo dia é permitido, mas não o dia todo! Se este tema ainda é um desafio na sua família, pense que ainda dá tempo de mudar a rota e fazer diferente, tentando deixar as telas de lado e aproveitar o que há de melhor junto daqueles que amamos. Pense nisso!
Canção Nova
“A palavra de Deus é uma fonte inesgotável”, disse o Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (10/11), no final das catequeses sobre a Carta aos Gálatas, ressaltando que o Apóstolo Paulo, nesta Carta, “nos falou como evangelizador, teólogo e pastor”.
Segundo o Papa, Paulo “foi um verdadeiro teólogo, que contemplava o mistério de Cristo e o transmitia com a sua inteligência criativa. E foi também capaz de exercer a sua missão pastoral a uma comunidade desorientada e confusa. Ele fez isto com métodos diferentes: usou ironia, rigor e mansidão. Reivindicou a própria autoridade como apóstolo, mas ao mesmo tempo não escondeu as fraquezas do seu caráter. O poder do Espírito realmente escavou no seu coração: o encontro com Cristo Ressuscitado conquistou e transformou toda a sua vida, e ele dedicou-a inteiramente ao serviço do Evangelho”.
O Apóstolo dos Gentios “estava convencido de que tinha recebido um chamado ao qual só ele podia responder; e queria explicar aos Gálatas que também eles foram chamados a essa liberdade, que os aliviava de todas as formas de escravidão, porque os tornou herdeiros da antiga promessa e, em Cristo, filhos de Deus”.
“Consciente dos riscos que este conceito de liberdade comportava”, Paulo “nunca minimizou as consequências”. Ele “colocou a liberdade na sombra do amor e estabeleceu o seu exercício coerente ao serviço da caridade. Toda esta visão foi colocada no horizonte da vida de acordo com o Espírito Santo”.
Existe sempre a tentação de voltar atrás. Uma definição de cristãos que se encontra na Escritura diz que nós cristãos não somos pessoas que voltam atrás. Uma definição bonita! A tentação de voltar atrás porque é mais seguro. Voltar à lei transcurando a vida nova no Espírito. Paulo nos ensina que a verdadeira lei tem a sua plenitude na vida no Espírito que Jesus nos doou e esta vida no Espírito só pode ser vida na liberdade, na liberdade cristã.
“No final deste itinerário de catequese, parece-me que possa surgir em nós uma atitude dupla”, disse ainda Francisco. “Por um lado, o ensinamento do Apóstolo gera entusiasmo em nós; sentimo-nos impelidos a seguir imediatamente o caminho da liberdade, a «caminhar segundo o Espírito». Por outro, estamos conscientes das nossas limitações, pois sentimos todos os dias como é difícil ser dócil ao Espírito, para seguir a sua ação benéfica. Pode então surgir o cansaço que diminui o entusiasmo. Sentimo-nos desanimados, fracos, por vezes marginalizados em relação ao estilo de vida da mentalidade mundana”.
Nos momentos de dificuldades estamos, como diz Santo Agostinho, no barco, que é o momento da tempestade. O que os Apóstolos fizeram? Acordaram Cristo. Acordar Cristo que dorme e você está na tempestade, mas Ele está presente. A única coisa que podemos fazer nos momentos ruins é despertar Cristo que está dentro de nós, mas dorme como no barco. Devemos despertar Cristo no nosso coração e só então poderemos contemplar as coisas com o seu olhar, porque Ele vê para além da tempestade. Através desse seu olhar sereno, podemos ver um panorama que, por nós mesmos, nem sequer é possível divisar.
Segundo o Papa, “neste caminho desafiador, mas fascinante, o Apóstolo nos lembra que não nos podemos dar ao luxo de nos cansarmos de fazer o bem. Devemos confiar que o Espírito vem sempre em auxílio da nossa fraqueza e nos concede o apoio de que necessitamos”.
Qual é a oração do Espírito Santo”? A oração ao Espírito Santo é espontânea: ela deve vir de seu coração. Você deve pedir nos momentos de dificuldade: “Espírito Santo, vem”. A palavra-chave é esta: vem. Vem. Você deve dizê-la com sua linguagem, com as suas palavras. Vem porque estou em dificuldade, vem porque estou na escuridão, no escuro; vem porque não sei o que fazer; vem porque estou prestes a cair. Vem. Vem. É a palavra do Espírito. Invocar o Espírito. Aprendamos a invocar o Espírito Santo com mais frequência.
O Papa concluiu, dizendo que nos fará bem rezar esta “oração com frequência. Vem, Espírito Santo. Com a presença do Espírito, salvaguardemos a liberdade. Seremos livres, cristãos livres, não apegados ao passado no sentido ruim da palavra, não acorrentados a práticas. A liberdade cristã nos faz amadurecer. Esta oração nos ajudará a caminhar no Espírito, na liberdade e na alegria, porque quando o Espírito Santo vem, vem a alegria, a verdadeira alegria”.
Vatican News