“O nosso mundo precisa da parceria das mulheres, de sua liderança e de suas capacidades, assim como de sua intuição e dedicação.” Este é um trecho da mensagem do Papa Francisco endereçada a Chiara Corazza, representante especial para o G7 e o G20 do Fórum das Mulheres.
Enviada através do secretário de Estado, card. Pietro Parolin, o Pontífice afirma que hoje há necessidade de retomada depois da dramática experiência da Covid-19, que abalou a humanidade e deixou consequências desastrosas. E é necessário que desta retomada participem as mulheres, ou melhor, sejam protagonistas, já que foram as que mais sentiram as consequências da pandemia.
O secretário de Estado faz uma menção ao que escreveu São João Paulo II em 1995: “A mulher participará sempre mais da solução dos graves problemas do futuro […] e obrigará a redesenhar os sistemas de modo a favorecer os processos de humanização que marcam a civilização do amor'”. E Francisco insiste com frequência na “contribuição insubstituível das mulheres para a construção de um mundo que possa ser casa para todos”, reconhecendo sua capacidade de promover aquele sentido de “altruísmo”, necessário “nos esforços para o cuidado da nossa casa comum e na luta contra as lógicas desagregantes ” do lucro imediato.
A solidariedade e a reciprocidade entre mulheres e homens é “vital para a sociedade”, afirma ainda o cardeal Parolin, “com suas respectivas especificidades, todos são chamados a abraçar sua vocação comum a ser construtores ativos da sociedade”. Isso requer uma mudança de paradigma da vida social, “guiado por um renovado sentido de humanidade e pela profunda dignidade que caracteriza toda pessoa humana”.
A videomensagem se conclui com um forte encorajamento, dirigido também em nome do Papa, a uma adequada formação das meninas e jovens em todos os países. Que cada uma delas, afirma, “possa ter acesso a uma instrução de qualidade”, de modo que possa desenvolver “o próprio potencial e os próprios talentos”, e fazer a sua parte para o progresso “de sociedade coesas”.
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Neste dia de São Lucas, 18 de outubro, que o Apóstolo Paulo chama de “o médico amado” o Papa Francisco recebeu em audiência os membros da Fundação Universitária Biomédica de estudos e pesquisas na área médica, assim como no atendimento na Clínica da Universidade de Roma. Depois da saudação inicial o Papa recordou aos presentes que “colocar a pessoa doente à frente da doença é essencial em todos os campos da medicina; é fundamental para um tratamento que seja verdadeiramente abrangente, verdadeiramente humano”.
“A centralidade da pessoa – continuou o Pontífice – que está subjacente a seu compromisso de curar, mas também de ensinar e pesquisar, ajuda a fortalecer uma visão unificada e sinérgica. Uma visão que não coloca idéias, técnicas e projetos em primeiro lugar, mas o homem concreto, o paciente, a ser tratado conhecendo sua história, conhecendo sua experiência, estabelecendo relações amistosas que curam o coração”.
E recomendou concluindo seu pensamento:
Francisco falou sobre os descartados e os que não têm acesso à assistência médica afirmando:
“Toda estrutura hospitalar, particularmente as de inspiração cristã, deve ser um lugar onde se pratica a cura da pessoa e onde se pode dizer:
“Portanto, o foco deve ser a cura da pessoa, sem esquecer a importância da ciência e da pesquisa. Porque a cura sem a ciência é em vão, assim como a ciência sem a cura é estéril. Os dois devem caminhar juntos, e só juntos fazem da medicina uma arte, uma arte que envolve cabeça e coração, que combina conhecimento e compaixão, profissionalismo e piedade, competência e empatia”.
Depois de agradecer pelas pesquisas feitas pela fundação para “enfrentar patologias e situações sempre novas”, recordando entre outras coisas dos “idosos e das pessoas que sofrem de doenças raras” o Papa disse:
“A assistência médica – continuou Francisco – particularmente a assistência médica católica, tem e precisará cada vez mais disso, para estar em uma rede. Não é mais hora de seguir o próprio carisma de forma isolada. A caridade requer um dom: o conhecimento deve ser compartilhado, a competência deve ser participada, a ciência deve ser em comum”.
“A ciência – continuou o Papa – não apenas os produtos da ciência que, se oferecidos em partes, tem a utilidade de um curativo que pode tapar a ferida mas não curá-la em profundidade”. Isto se aplica às vacinas, por exemplo: há uma necessidade urgente de ajudar os países que têm menos vacinas, mas isto deve ser feito a longo prazo, não apenas motivados pela pressa das nações ricas em se sentirem mais seguras”.
Destacando esse ponto Francisco concluiu:
“Os remédios devem ser distribuídos com dignidade, não como esmolas por piedade. Para fazer um bem real, precisamos promover a ciência e sua aplicação integral: compreender os contextos, implementar os tratamentos, desenvolver a cultura da saúde. Não é fácil, é uma verdadeira missão, e espero que a assistência à saúde católica seja cada vez mais ativa neste sentido, como expressão de uma Igreja extrovertida e em saída”.
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