Se você deseja ter um ótimo dia, seja grato! No evangelho de Lucas, 4,38, encontramos um exemplo muito belo de alguém que reconhece o bem que recebeu de Deus e transforma sua gratidão em atitude: “Saindo Jesus da sinagoga, entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta; e pediram a Jesus por ela. Inclinando-se sobre ela, Jesus ordenou à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se imediatamente e pôs-se a servi-los” (Lucas 4,38-39).

Essa passagem chama a minha atenção por vários motivos. Um deles é este: “Logo que a febre a deixou, ela levantou-se imediatamente e pôs-se a servi-los”. Penso que, a gratidão movia aquela mulher, porque nenhum outro motivo seria capaz de fazê-la agir tão prontamente assim. E Deus me convida, hoje, a rever a minha vida a partir deste prisma, a gratidão.

Como podemos ser gratos?

Quando estamos enfermos, por exemplo, quantas vezes Deus nos visita e nos cura? E, nós, logo, nos esquecemos até mesmo de agradecer? A doença também tem seus benefícios! Por mais que a nossa natureza rejeite o sofrimento, ele é para a alma tão importante como o inverno é para a natureza, pois é na superação da dor que o cristão renasce e retoma o caminho para uma vida grata, rumo à santidade.

Deus, em seu grande desígnio de salvação, nos permite passar pelas provas, mas também nos dá a esperança, a fé e nos capacita a irmos além do que imaginávamos que seria possível. E mais, quando nos abrimos verdadeiramente à ação de Deus, como fez “a sogra de Pedro”, Ele nos permite redescobrir o Evangelho como percurso que nos ajuda a encontrar o sentido da vida e nos impulsiona a servi-Lo nas pessoas, inclusive nas mais próximas.

Peçamos a Deus, neste dia, a graça de reconhecermos Seu amor em nossa vida, e que, movidos pela gratidão, possamos nos levantar e ir servir a Cristo, que está presente naqueles que mais sofrem.

Oração

Senhor, assim como visitaste “a sogra de Pedro”, visita-me também neste dia, cura-me e liberta-me de tudo que me mantém prostrada, acomodada ou na indiferença. Eu que tanto já recebi de Ti, quero, hoje, levar Teu amor e a Tua salvação através do meu serviço àqueles que eu encontrar, capacita-me, Senhor, conduz a minha vida.

Canção Nova

O Papa Francisco se reuniu na manhã desta quarta-feira com milhares de fiéis na Sala Paulo VI para a Audiência Geral.

Após a parentese na semana passada para recordar sua viagem a Budapeste e Eslováquia, na catequese de hoje o Pontífice retomou o ciclo sobre a Carta aos Gálatas e comentou um tema que ele mesmo definiu “difícil, mas importante”: o da justificação.

“O que é a justificação? Nós, como pecadores, nos tornamos justos. Quem nos fez justos? Este processo de transformação é a justificação. Nós, diante de Deus, somos justos.”

Certamente somos pecadores, “mas na base somos justos”, explicou Francisco, e quem nos justificou foi Jesus Cristo.

A bondade de Deus

Paulo insiste no facto de que a justificação vem da fé em Cristo. No seu pensamento, a justificação é a consequência da “misericórdia de Deus que oferece o perdão”. “E este é o nosso Deus, assim tão bom! Misericordioso, paciente e repleto de misericórdia, que continuamente oferece o perdão. Continuamente.

De fato, através da morte de Jesus, Deus destruiu o pecado e deu-nos o perdão e a salvação de uma forma definitiva. Assim justificados, os pecadores são acolhidos por Deus e reconciliados com Ele.

É como um regresso à relação original entre o Criador e a criatura, antes que interviesse a desobediência do pecado. Portanto, a justificação que Deus realiza permite que recuperemos a inocência perdida com o pecado. E isto ocorre “por pura graça, não por nossos méritos”. Cristo pagou por todos nós, através de sua morte e ressurreição.

Responder ao Amor com amor

Todavia, isso não significa que, para Paulo, a Lei mosaica já não tenha valor; pelo contrário. Inclusive para a nossa vida espiritual é essencial observar os mandamentos, mas também aqui não podemos confiar na nossa própria força: a graça de Deus que recebemos em Cristo é fundamental. Dele recebemos aquele amor gratuito que nos permite, por nossa vez, amar de modo concreto.

E não só: a resposta da fé exige que sejamos ativos no amor a Deus e no amor ao próximo. Isso requer de nós colaboração, conjugar a graça que recebemos com nossas obras de misericórdia.

Francisco citou novamente o estilo de Deus, que resumiu em três atitudes: proximidade, compaixão e ternura.

“E a justificação é justamente a maior proximidade Deus para conosco, homens e mulheres, a maior compaixão de Deus para conosco, homens e mulheres, a maior ternura do Pai. A justificação é este dom de Cristo, da morte e ressurreição de Cristo que nos torna livres. (…)  Permitam-me a palavra: somos santos na base. Mas depois, com a nossa obra, nos tornamos pecadores. Mas na base somos santos.”

E o Papa concluiu:

“Vamos em frente com esta confiança: todos fomos justificados, somos justos em Cristo. Devemos aplicar aquela justiça com as nossas obras.”

A proteção dos Santos Arcanjos

No final da Audiência, em sua saudação em várias línguas, o Papa recordou hoje a memória litúrgica dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.

“Confiemo-nos de modo especial à proteção dos santos Arcanjos: Miguel que combate satanás e os espíritos malignos; Gabriel que leva a boa nova do Senhor; e Rafael que cura e acompanha na busca do bem. Com a sua ajuda, sejam também vocês mensageiros da graça e da misericórdia do Senhor.”

Paz na Nigéria

Francisco fez também um apelo em prol da paz na Nigéria, depois dos ataques domingo passado contra os vilarejos de Madamai e Abun, no norte do país. “Rezo por quem perdeu a vida, por quem ficou ferido e por toda a população nigeriana. Faço votos de que seja sempre garantida no país a incolumidade de todos os cidadãos.”

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