Você já ouviu dizer que a internet é ruim ou que as redes sociais são tóxicas? Eu já! E pra falar a verdade, ouvi isso sobre a televisão e o cinema também. Essas frases se baseiam no quanto o mau uso desses meios pode, de fato, ser nocivo. No entanto, nenhuma mídia é ruim em si mesma. A questão é como elas são utilizadas. Desde a abertura da Igreja aos meios de comunicação com o Inter Mirifica escrito em 1966 até hoje, tem-se visto o quanto a mídia pode favorecer na propagação do Evangelho.

Na Carta Encíclica Redemptoris Missio João Paulo II escreveu: “O primeiro areópago dos tempos modernos é o mundo das comunicações, que está a unificar a humanidade, transformando-a — como se costuma dizer — na ‘aldeia global’. Os meios de comunicação social alcançaram tamanha importância que são para muitos o principal instrumento de informação e formação, de guia e inspiração dos comportamentos individuais, familiares e sociais. Principalmente as novas gerações crescem num mundo condicionado pelos mass-média […]” (RM. n. 37c).

O Papa, com certeza, já estava se referindo à internet e apontando que, nestes novos areópagos, a Igreja precisa estar presente. Ele também viu que a cultura atual transformou seus hábitos a partir dos meios de comunicação. As relações sociais, as compras, o trabalho ou o estudo, enfim, muito da nossa vida acontece pelas mediações de dispositivos e plataformas. Em resumo, nossa cultura é, em sua maioria, midiática ainda que muita gente não tenha acesso à internet. E, se boa parte do mundo está no ambiente digital, é para lá também que o Senhor nos envia. Disso, surge a pergunta:

Como usar da internet para evangelizar?

Algo básico é entender os meandros da internet, suas linguagens, estratégias e recursos e, ao mesmo tempo, compreender a fé cristã e estar firme nela, sem dispensar a ajuda do Espírito Santo que é criativo e vai a nossa frente. Tendo isso como ponto de partida, a nossa evangelização pode ser bem eficaz. Embora “haja espaços para todos”, na web, as linguagens e narrativas são muitas e, como cristãos, precisamos ser astutos e prudentes a fim de que passemos o Evangelho de modo compreensível para as novas gerações, principalmente as que já nasceram no mundo digital. Neste sentido, precisamos entender que, no discurso da internet, não cabe a imposição. É preciso encontrar o equilíbrio em passar a Verdade de Cristo, que é imutável, como uma proposta, a melhor proposta da nossa vida. Ao mesmo tempo, é preciso entender que palavras superficiais não convencem, deve haver o nosso testemunho que se manifesta na vida real. O mundo hoje precisa muito mais de testemunhos do que de palavras bonitas. Dito isso, queria ressaltar alguns elementos que podemos levar em conta na evangelização através da internet:

Compromisso com a Verdade:

Essa Verdade está em maiúsculo porque o evangelizador precisaria, antes de mais nada, se revestir de Cristo – que é a Verdade – e estar comprometido com Ele acima de tudo. Num ambiente em que se propagam fake news e meias verdades, o cristão também não deveria passar uma vida somente de alegrias. As pessoas sofrem e querem saber como lidar com isso. Por que não mostrar o valor e o sentido que há também nas experiências difíceis que se vive e as aprendizagens que fazemos com elas? As fotos ou vídeos que postamos podem estampar a verdade de quem encontrou, em Cristo, a alegria de viver.

Geração de Conteúdo:

Para quem tem algo a dizer, é imperativo entrar nesses novos ambientes onde as pessoas se encontram. Porém, precisamos oferecer mais do que uma transmissão de conteúdo, justamente porque existe uma nova cultura no ciberespaço que entende o mundo de maneira diferente da geração anterior. Sendo assim, os valores do Evangelho devem ser apresentados de um modo compreensível, mas não subtraído, minimizado ou relativo. Ao mesmo tempo, o nosso conteúdo precisa ser bem fundamentado. Se necessário, é preciso buscar ajuda para não se passar ideias vagas, insustentáveis e não se entrar no
relativismo. É importante tocar em temas comuns ao ser humano, começando sempre com os anseios da alma. Pensar bem no conteúdo que se quer passar e na melhor plataforma para isso é uma atitude importante. As postagens também devem ser regulares para manter o perfil ativo e de acordo com a linguagem de cada mídia a ser utilizada.

Interatividade:

Uma vez que, nas redes sociais, há uma proposta de debate e compartilhamento de ideias, é necessário estar aberto para acolher pontos de vista diferentes dos nossos, sem ódio ou ofensas, mas não nos deixando levar por valores que não dizem respeito ao cristianismo. Com este fundamento, um conteúdo pode sim ser construído com a ajuda de outros, já que na rede social tende também a reunir pessoas. As interações geram engajamento e proximidade. O evangelizador deve também ser humano, atencioso e pastor dos que vão até ele. É interessante ver os comentários, curtidas e compartilhamentos para entender como as pessoas têm acolhido e o que mais elas buscam do seu conteúdo.

Criação de vínculos:

Apesar de os vínculos de relacionamento nas redes sociais serem fluidos, a web pode gerar laços mais fortes entre os cristãos, ou entre esses e a própria Igreja e com a doutrina em si.

Mobilização de ações:

Gerando vínculos, a web poderá também criar discussões que produzam engajamentos e ações além do mundo virtual e que tragam mudanças individuais e sociais como, por exemplo, solidariedade com os que sofrem sejam na alma ou no corpo.

Convergência e compartilhamento:

A convergência de mídia não se trata apenas do caráter tecnológico, mas diz respeito também à maneira como as pessoas criam e compartilham histórias em várias plataformas e de diversos modos. Isso pode ser usado também na evangelização, por exemplo, para contar, em cada mídia, uma parte da história de salvação da humanidade, complementando com os relatos da salvação de Cristo na vida das pessoas. Esse conteúdo compartilhado várias vezes atualiza o sentido de Deus no mundo.

Vatican News

A velhice não é uma doença, mas um privilégio. O Papa Francisco transforma toda a lógica humana que considera o idoso um sujeito, aliás, um objeto a ser descartado. Em uma carta aos sacerdotes idosos e doentes da Região da Lombardia afirma: “Vocês estão vivendo uma época, a velhice, que não é uma doença, mas um privilégio”, o privilégio de “assemelhar-se a Jesus que sofre”. O grupo de sacerdotes estava reunido em Caravaggio, para o Dia da Fraternidade, junto com os bispos da região. A carta do Papa foi-lhes entregue pelo bispo emérito de Mântua, Dom Roberto Busti.

A doença também é um privilégio

Mesmo os que estão doentes, escreve o Papa à mão, “vivem um privilégio” que é o de ser semelhante a Jesus “que sofre e carrega a cruz exatamente como Ele”. Portanto, a comunidade que cuida dos doentes “está firmemente enraizada em Jesus”. Nesta comunidade, os sacerdotes idosos não são apenas “objetos de assistência”, mas “protagonistas ativos”, assegura o Papa, pois são “portadores de sonhos cheios de memória e, portanto, muito importantes para as gerações mais jovens”.

“Rezem por mim, estou um pouco velho e um pouco doente”

“De vocês vem a linfa para florescer na vida cristã e no ministério”, diz o Papa nas últimas linhas de sua carta. Ele conclui com o habitual pedido de oração para si mesmo, acompanhado de uma ironia referente à sua saúde após a operação no cólon em julho passado: “Peço-lhe, por favor, que rezem por mim que sou um pouco velho e um pouco doente, mas não muito!”.

Oração pelos sacerdotes mortos de Covid

O Dia da Fraternidade, informa a Igreja de Milão, foi realizado por ocasião do habitual encontro da Conferência Episcopal Lombarda. O encontro foi iniciado com uma procissão dos sacerdotes   presentes seguido por uma missa no Santuário de Santa Maria del Fonte, presidida pelo Arcebispo de Milão, Dom Mario Delpini, e outros bispos da Lombardia. Sob indicação de Dom Delpini, foram feitas orações em memória dos sacerdotes da Lombardia vítimas da pandemia da Covid-19. Dos quase 300 sacerdotes que morreram na Itália, 92 eram da Região da Lombardia.

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Na manhã desta sexta-feira (17) o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina os responsáveis pelas Comissões das Conferências Episcopais da Europa sobre o novo Diretório para a Catequese publicado no ano passado. Francisco agradeceu a iniciativa liderada por Dom Rino Fisichella e esclareceu que, “também será estendida às Conferências Episcopais dos outros continentes, para que o caminho catequético comum possa ser enriquecido pelas muitas experiências locais”. Ao recordar sua recente participação na conclusão do Congresso Eucarístico Internacional de Budapeste disse: “Não podemos esquecer que o lugar privilegiado da catequese é justamente a celebração eucarística, onde irmãos e irmãs se reúnem para descobrir cada vez mais os diferentes caminhos da presença de Deus nas suas vidas”.

Cristo os chamou para serem discípulos missionários

Francisco enfatiza as afirmações do novo Diretório ao explicar: “A catequese não é uma comunicação abstrata de conhecimentos teóricos a serem memorizados como se fossem fórmulas matemáticas ou químicas. É antes a experiência mistagógica dos que aprendem a encontrar seus irmãos e irmãs onde eles vivem e trabalham, porque eles mesmos encontraram Cristo, que os chamou a se tornarem discípulos missionários”.

Destacando este ponto o Papa continuou:

“Foi por isso que instituí o ministério de catequista. Para que a comunidade cristã sinta a necessidade de despertar esta vocação e de experimentar o serviço de alguns homens e mulheres que, vivendo da celebração da Eucaristia, possam sentir mais viva a paixão de transmitir a fé como evangelizadores”

“O catequista e a catequista – ponderou Francisco – são testemunhas que se colocam a serviço da comunidade cristã, para apoiar o aprofundamento da fé no concreto da vida diária. São pessoas que incansavelmente proclamam o Evangelho da misericórdia; pessoas capazes de criar os laços necessários de acolhida e de proximidade que permitem apreciar melhor a Palavra de Deus e celebrar o mistério eucarístico, oferecendo os frutos das boas obras”.

Escutar o povo entender o povo que recebe o anúncio

Ao falar sobre as novas perspectivas do caminho da evangelização, o Papa reiterou que “a evangelização não é uma mera repetição do passado”. Os grandes santos evangelizadores foram criativos, afirmou.

“Isso requer saber escutar o povo, os povos aos quais se está anunciando: escutar sua cultura, sua história; escutar não superficialmente, já pensando nas respostas pré-prontas que temos em nossa memória, não! Escutar realmente, e comparar essas culturas, essas línguas, mesmo e sobretudo as não faladas, as não expressas, com a Palavra de Deus, com Jesus Cristo, o Evangelho vivo”

O Papa concluiu questionando novamente, como o fez recentemente na Eslováquia:

“Esta não será a tarefa mais urgente da Igreja entre os povos da Europa? A grande tradição cristã do continente não deve se tornar uma relíquia histórica, senão não é mais “tradição”! A tradição ou está viva ou não existe. Portanto, apaixonados e criativos impulsionados pelos Espírito Santo”

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