Se você quer ser uma pessoa feliz, completa e realizada, você precisa saber quem você é de verdade. Isso mesmo, você precisa saber para ser quem é você. Muitas vezes, querendo agradar as pessoas e recebermos o seu amor, vamos nos moldando ou nos caracterizando, nos mascarando com esse “jeito” que todo mundo gosta, assim, deixamos de ser quem realmente somos, com as características que Deus nos deu.
Vamos escondendo as nossas fraquezas e ressaltando as nossas qualidades. Ressaltar as qualidades não é ruim, desde que seja natural. Por exemplo, um rosa não fica o tempo todo gritando: “Vejam como eu sou bonita”. No entanto, é impossível passar perto de uma rosa e não reconhecer a sua beleza. É nesse sentido que devemos ressaltar as nossas qualidades, sendo naturais.
E falando em rosa, ela é linda, mas também tem seus espinhos, ou seja, nós também temos a nossa beleza e os nossos espinhos, que são as nossas fraquezas. Precisamos sim, trabalhá-las, mas nunca negá-las, pois quando negamos nossas fraquezas, estamos negando uma parte de nós; e nós somos muito mais que isso.
Descobri que Deus me ama na minha totalidade, com minhas fraquezas e qualidades e, por isso, posso ser eu. E assim também me amar na minha integridade como pessoa. Certamente, Ele me ama como sou, mas não me deixa como estou. Preciso apresentar as minhas fraquezas e limitações a Ele nas orações, para que o próprio Senhor me cure e me transforme.
Assim como Santo Agostinho diz: “Conhece-te, aceita-te e supera-te”, procure se conhecer e se amar; pois Deus te ama muito! E, agora: quem sou eu, afinal? Uma filha amada de Deus… Ao me criar, Ele constatou que era muito bom, sou a imagem e semelhança de Deus, que é amor.
Canção Nova
Com os fiéis na Praça São Pedro pelo segundo domingo consecutivo, o Papa Francisco rezou o Angelus num domingo de sol e muito frio em Roma.
Antes da oração mariana, o Pontífice comentou o Evangelho deste VI Domingo do Tempo Comum, que narra a cura de Jesus a um leproso. Neste episódio contido em Marcos, Francisco identificou duas “transgressões”: o leproso que se aproxima de Jesus e Jesus que, movido por compaixão, o toca para curá-lo.
A primeira transgressão é a do leproso: naquele tempo, eram considerados impuros e eram excluídos da vida social, não podiam por exemplo entrar na sinagoga. A doença era considerada um castigo divino, mas, em Jesus, ele pode ver outra face de Deus: não o Deus que castiga, mas o Pai da compaixão e do amor, que nos liberta do pecado e jamais nos exclui da sua misericórdia. “A atitude de Jesus o atrai, o leva a sair de si mesmo e a confiar a Ele a sua história dolorosa”, comentou Francisco.
Ao dizer estas palavras, o Pontífice pediu um aplauso – também ele aplaudindo – a todos os confessores misericordiosos.
A segunda transgressão é a de Jesus: enquanto a Lei proibia de tocar os leprosos, Ele se comove, estende a mão e o toca para curá-lo. Não se limita às palavras, mas o toca. Tocar com amor significa estabelecer uma relação, entrar em comunhão, envolver-se na vida do outro a ponto de compartilhar inclusive as suas feridas. Com este gesto, Jesus mostra que Deus não é indiferente, não mantém a “distância de segurança”; pelo contrário, se aproxima com compaixão e toca a nossa vida para curá-la.
Hoje, lamentou o Papa, muitas pessoas ainda sofrem com esta doença e outras que vêm acompanhadas de preconceitos sociais e até mesmo religiosos. Mas ninguém está imune de experimentar feridas, falências, sofrimentos, egoísmos que nos fecham a Deus e aos outros.
Diante de tudo isso, destaca Francisco, Jesus anuncia que Deus não é uma ideia ou uma doutrina abstrata, mas Aquele que se “contamina” com a nossa humanidade ferida e não tem medo de entrar em contato com as nossas chagas.
Costumes sociais, reputação e egoísmos nos levam muitas vezes a disfarçar a nossa dor e impedir de nos envolver nos sofrimentos alheios.
Ao invés, Francisco convidou os fiéis a pedirem ao Senhor a graça de viver essas duas “transgressões” do Evangelho.
“Aquela do leproso, para que tenhamos a coragem de sair do nosso isolamento e, ao invés de permanecer ali com pena de nós mesmos ou chorando nossas falências, ir até Jesus assim como somos. E depois a transgressão de Jesus: um amor que leva a ir além das convenções, que faz superar os preconceitos e o medo de nos envolver na vida do outro. Aprendamos a ser transgressores como estes dois: como o leproso e como Jesus.”
Vatican News