Também neste ano o Papa Francisco quer recordar com a celebração de uma Missa o aniversário de sua visita a Lampedusa, na ilha entre a Tunísia e a Itália, em frente a um trecho de mar, o “Canal da Sicília” que, ao invés de ser um caminho de esperança, transformou-se em um caminho de morte para milhares de migrantes.
Será nesta quarta-feira – agora que a Audiência Geral está suspensa durante todo o mês de julho – na capela da Casa Santa Marta, das 11 às 12. Dada a atual situação sanitária, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, comunica que somente o pessoal da Seção de Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral irá participar..
No ano passado, o Papa celebrou a Santa Missa no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, com a presença de cerca de 250 pessoas, entre migrantes, refugiados e aqueles que trabalharam para salvar suas vidas.
Em sua primeira viagem fora do Vaticano, Francisco quis denunciar a “globalização da indiferença”, que deixa insensível ao clamor dos outros, oportunidade em que deu alguns sinais claros sobre aspectos que marcariam seu Pontificado: as periferias, os últimos, os gestos cheios de significado.
Em uma entrevista que abre o livro “In viaggio” de Andrea Tornielli, o Papa Francisco diz que se sentiu “tocado e comovido” pelas notícias sobre migrantes que morreram no mar “afogadas”: pessoas comuns, crianças, mulheres, homens que continuam a perder a vida ainda hoje, sete anos depois daquela viagem, em travessias desesperadas, a bordo de barcos improvisados, confiados e gerenciados por pessoas sem escrúpulos.
No lugar simbólico do sofrimento no Mediterrâneo, ainda ressoa o grito do Papa: “Neste mundo da globalização, caímos na globalização da indiferença”, “nos acostumamos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é assunto nosso”! “Nos foi tirada a capacidade de chorar”.
A oração foi então a de pedir ao Senhor “perdão pela indiferença para com tantos irmãos e irmãs”, “perdão para aqueles que se acomodaram e se fecharam em seu próprio bem-estar, o que leva à anestesia do coração”, “perdão para aqueles que com suas decisões globais, criaram situações que levam a esses dramas”, para que o mundo tenha “a coragem de acolher aqueles que buscam uma vida melhor “.