“Quando o Papa veio em visita pastoral à nossa paróquia, eu lhe disse que fazíamos transmissões via streaming para estar perto de todos e lhe pedi uma bênção. Mas não esperava um telefonema dele na última transmissão, antes das férias de verão, como aconteceu ontem à noite!”
Ainda não acredita no que aconteceu, o pe. Roberto Cassano, pároco de São Paulo da Cruz, paróquia situada no centro de Corviale, em Roma. Um bairro difícil, marcado pelo conhecido “Serpentone”, uma aglomeração de edifícios cinzentos e arruinados, onde convive uma humanidade variada, composta por idosos sozinhos, migrantes, famílias com problemas sociais, e uma parte de apartamentos ocupados ilegalmente por aqueles que não têm uma casa. Na tarde desta quarta-feira (01/07), a carícia do Papa Francisco chegou a eles através de um telefonema ao pároco.
Um pai que não esqueceu os seus filhos
“Devíamos ir ao ar com o episódio final de uma transmissão que, junto com outros dois sacerdotes da nossa paróquia, intitulamos “Cuidado com aqueles três”, mas não funcionava nada. A transmissão ao vivo não iniciava. Parecia que estava tudo bloqueado. A um certo ponto, o meu telefone tocou e eu respondi. Reconheci imediatamente a voz do Papa!” Naquele momento, pe. Roberto tentou fazer com que todos os paroquianos conectados ouvissem o telefonema. “Foi emocionante para todos nós saber que o Santo Padre ainda se lembra da visita que nos fez, que reza por nós, que não se esqueceu de Emanuele, aquele menino que tinha perdido o pai recentemente, e que entre lágrimas lhe perguntou se seu pai estava no céu, mesmo não tendo o dom da fé, e que ele o abraçou e consolou. Por isso, não é visto como uma pessoa distante, mas como um pai que realmente veio para estar perto das pessoas em dificuldade”, disse pe. Roberto.
O compromisso de rezar pelo Papa
O Papa pediu no telefonema para não deixar sozinhos especialmente os mais vulneráveis como os idosos. “A nossa é uma realidade muito particular, com muitos problemas”, explicou pe. Roberto. “Nós, como paróquia, procuramos estar o mais próximo possível dos idosos sozinhos. Durante o isolamento, muitas vezes telefonamos para eles, para entender como estavam e se precisavam de alguma coisa. Procuramos nunca deixar faltar o Sacramento da Eucaristia para aqueles que nos pediam. Através das redes sociais transmitimos a missa e com as nossas transmissões tentamos fazer companhia às pessoas”, frisou. Uma coisa que marcou muito pe. Roberto neste telefonema foi o pedido do Papa para rezar por ele. “Ele nos pediu várias vezes. Por isso decidimos, junto com os outros sacerdotes, convidar todos os nossos paroquianos a se comprometerem todos os dias de fazer uma oração ao Senhor pelo nosso amado Papa, para que ele o sustente em suas dificuldades e o proteja”, concluiu.
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