Senhor Jesus, Rei da Misericórdia, neste tempo quaresmal,
coloco-me aos pés de tua Sagrada Cruz
e, humildemente, peço-vos a graça de viver intensamente
estes 40 dias de conversão.
Concedei-me a perseverança na vida de oração
para que, estando unido ao teu amor,
minha vida seja reflexo de tua bondade.
Que minhas orações não sejam somente palavras,
mas se traduzam em gestos concretos de misericórdia.
Ajudai-me a viver o jejum como oportunidade
de unir-me a tantos irmãos e irmãs
que não tem o necessário para sua subsistência.
Que meu jejum seja uma oportunidade
de estar mais disponível para acolher tua presença salvadora
em minha alma.
Fortalecei-me na prática da esmola.
Que minhas mãos sejam as tuas mãos
a ajudar os que mais precisam.
Iluminai meu coração para reconhecer tua face sofredora
naqueles que vivem à margem da sociedade.
Que meus olhos não se desviem daqueles que eu encontrar
à beira do caminho, mas os acolha como a Ti mesmo.
Por tuas Santas Chagas, ajudai-me a atravessar os desertos espirituais,
e que Tua Palavra seja para mim uma bússola
a indicar o caminho da vida eterna.
Lavai-me Senhor com Tua misericórdia!
Renovai-me em Teu amor!
Que vivendo este Tempo quaresmal
e unindo-me a Sua dolorosa Paixão,
eu nunca me perca do caminho da conversão.
Amém!
Canção Nova
As imagens da missa celebrada na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, que diariamente estão levando o encorajamento do Papa via streaming para o mundo, iniciaram nesta terça-feira (10) com um lento zoom da câmera sobre o crucifixo que se sobrepõe ao altar. Em seguida, aparece a figura de Francisco que sai da Sacristia.
Começa num silêncio total do local a cerimônia presidida pelo Pontífice. Um silêncio que o próprio Papa quebra logo ao recordar, como na missa desta segunda-feira (9), que a celebração é oferecida a quem sofre por causa do coronavírus, para quem cuida deles:
“Rezemos ao Senhor também pelos nossos sacerdotes para que tenham a coragem de sair e ir ao encontro dos doentes, levando a força da Palavra de Deus e a Eucaristia, e de acompanhar os profissionais de saúde, os voluntários, nesse trabalho que estão fazendo.”
A homilia é inspirada no Evangelho, no qual os escribas e fariseus da época faziam exibição hipócrita da sua superioridade diante das pessoas, chamando-se de mestres, mas recusando de se comportar com coerência. A seguir, o texto da homilia, com uma transcrição do Vatican News, quando o Papa iniciou comentando:
“Ontem a Palavra de Deus nos ensinava a reconhecer os nossos pecados e a confessá-los, mas não somente com a mente, também com o coração, com um espírito de vergonha; a vergonha como uma postura mais nobre diante de Deus pelos nossos pecados. E, hoje, o Senhor chama todos, pecadores, a dialogar com Ele, porque o pecado nos fecha em nós mesmos, nos faz nos escondermos ou esconde a nossa verdade, dentro.
É isso que aconteceu com Adão, com Eva: depois do pecado, se esconderam porque tinham vergonha; estavam nus. E o pecador, quando sente a vergonha, depois tem a tentação de se esconder. E o Senhor chama: ‘Vamos, venham, vamos discutir’, diz o Senhor, ‘vamos falar do teu pecado, da tua situação. Não tenham medo. Não…’. E continua: ‘Mesmo se os pecados de vocês fossem como a cor de escarlate, vão se tornar brancos como a neve. Se fossem vermelhos como a púrpura, vão se tornar como lã’. ‘Venham, porque eu sou capaz de mudar tudo’, diz o Senhor, ‘não tenham medo de vir falar, sejam corajosos mesmo com as misérias de vocês’.
Me faz lembrar aquele santo, que tão penitente, rezava muito. E procurava sempre dar ao Senhor tudo aquilo que o Senhor lhe pedia. Mas o Senhor não estava feliz. E, um dia, ele estava um pouco irritado com o Senhor, porque tinha um certo temperamento, aquele santo. E disse ao Senhor: ‘Mas, Senhor, eu não te entendo. Eu te dou tudo, tudo, e tu sempre está tão insatisfeito, como se faltasse alguma coisa. O que falta?’. [E o Senhor responde]: ‘Me dê os teus pecados: é isso que falta’.
Ter a coragem de ir falar com o Senhor com as nossas misérias: ‘Vamos, venham! Vamos discutir! Não tenham medo. Mesmo se os pecados de vocês fossem como escarlate, vão se tornar brancos como a neve. Se fossem vermelhos como a púrpura, vão se tornar como lã’.
Esse é o convite do Senhor. Mas sempre há um engano: ao invés de ir falar com o Senhor, fingir de não ser pecadores. É aquilo que o Senhor repreende aos doutores da lei. Essas pessoas fazem as obras ‘para serem admiradas pelas pessoas: ampliam os seus filactérios e alongam as franjas; estão satisfeitos pelos lugares de honra nos banquetes, dos primeiros lugares nas sinagogas, das saudações nas praças, como também de serem chamados Rabbi das pessoas’.
A aparência, a vaidade. Encobertar a verdade do nosso coração com a vaidade. A vaidade nunca cura! A vaidade nunca cura. Além disso, é venenosa, continua trazendo a doença do coração, trazendo aquela dureza de coração que te diz: ‘Não, não vá ao Senhor, não vá. Você fica.’
A vaidade é apenas o lugar para se fechar ao chamado do Senhor. Em vez disso, o convite do Senhor é aquele de um pai, de um irmão: ‘Venham! Vamos conversar, falar. Ao final, Eu sou capaz de mudar a tua vida do vermelho ao branco’.