Em sua série de audiências no Vaticano nesta segunda-feira, o Papa recebeu também as crianças da Ação Católica Italiana por ocasião do Natal.

Em seu discurso, o Pontífice agradeceu pela visita e comentou algumas iniciativas realizadas neste ano que a Ação Católica completou 50 anos. Entre elas, os “jovens em sínodo”.

Francisco deu um “dever de casa” no dia de Natal: recolher-se em oração e, com o mesmo estupor dos pastores, olhar para o Menino Jesus. Olhar para Aquele que veio ao mundo para trazer o amor de Deus, que se fez ponte entre Deus e os homens.

“E hoje Ele pede também a vocês que sejam pequenas ‘pontes’ lá onde vivem: vocês percebem a necessidade de construir pontes, justo? Às vezes não é fácil, mas se estivermos unidos a Jesus, podemos fazê-lo.”

A última recomendação do Papa foi que as crianças aprendam com Maria o que significa “Natal”. “Ela e São José podem realmente nos ensinar como se acolhe Jesus, como adorá-Lo e segui-Lo dia após dia.”

Radio Vaticano

Duas atitudes dos cristãos mornos – “colocar Deus num canto e lavar as mãos” – são perigosas, “é como desafiar a Deus”. Se o Senhor nos coloca num canto, “nunca entraremos no Paraíso” e ai se depois “ele lavasse as mãos, conosco”. O Papa Francisco, na homilia da Missa matutina celebrada na Casa Santa Marta, interpreta desta forma o Evangelho de Mateus proposto pela liturgia do dia, que fala do diálogo entre Jesus e os chefes dos sacerdotes, que lhe perguntam com que autoridade ele ensina no templo.

O confronto de Jesus com os chefes dos sacerdotes do templo

Jesus, recorda  o Papa, exortava as pessoas, as curava, ensinava e realizava milagres, e assim deixava os chefes dos sacerdotes nervosos, porque com sua doçura e a dedicação ao povo, atraía todos a Si. Enquanto eles, os funcionários, eram respeitados pelas pessoas, que no entanto não se aproximavam, “porque não tinham confiança neles”.

Então planejam “colocar Jesus de escanteio”. E perguntam a ele, recorda Francisco: “Com que autoridade fazes estas coisas?” De fato, “tu não és um sacerdote, um doutor da lei, não estudaste em nossas universidades. Tu não és nada”.

Na resposta a Jesus, “eles lavam as mãos”

Jesus, com inteligência, responde com outra pergunta e coloca os principais sacerdotes de escanteio”, perguntando se João Batista batizava com uma autoridade que lhe vinha do céu, ou seja, de Deus, ou dos homens.

Mateus descreve o raciocínio deles, reproposto pelo Pontífice: ‘Se dissermos: ‘Do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo”. E eles lavam as mãos e dizem: “Nós não sabemos”. Isso, comenta o Papa Francisco, “é a atitude dos medíocres, dos mentirosos da fé”:

“Não apenas Pilatos lavou as mãos, também esses lavam as mãos: “Não sabemos”. Não entrar na história dos homens, não se envolver nos problemas, não lutar para fazer o bem, não lutar para curar tantas pessoas que precisam … Melhor não. Não vamos nos sujar”.

Duas atitudes dos cristãos “à água de rosas”

É assim que Jesus responde, continua o Papa, “com a mesma música: ‘Também eu não vos digo com que autoridade faço isto'”.

Estas são duas atitudes de cristãos mornos, de nós – como dizia a minha avó – “cristãos de água de rosas”; cristãos assim: sem consistência. Uma atitude é colocar Deus no canto: “Ou você me faz isso ou eu não vou mais a uma igreja”. E o que responde Jesus? “Vai, vai. Vire-se”.

Todos os cristãos que entram na confraria de São Pilatos

A outra atitude dos cristãos mornos, esclarece Francisco, é lavar-se as mãos, como “os discípulos de Emaús naquela manhã da Ressurreição”. Vêem as mulheres “todas alegres porque viram o Senhor”, não confiam, porque as mulheres “são muito imaginativas”, e lavam-se as mãos. Assim entram na confraria “de São Pilatos”.

Muitos cristãos lavam-se as mãos diante dos desafios da cultura, dos desafios da história, dos desafios das pessoas do nosso tempo, também diante de desafios menores. Quantas vezes ouvimos o cristão avaro diante de uma pessoa que pede esmola e não dá: “Não, não, eu não dou porque depois ficam bêbados”. Lavam as mãos. Eu não quero que as pessoas se embebedem e não dou esmolas. “Mas ele não tem o que comer…” – “Problema seu: eu não quero que fique bêbado.” Ouvimos isso muitas vezes, muitas vezes.  Colocar Deus no canto e lavar-se as mãos Dele são duas atitudes perigosas, porque é como desafiar Deus. Pensemos no que aconteceria se o Senhor nos colocasse no canto. Nunca entraríamos no paraíso. E o que aconteceria se o Senhor lavasse as mãos para conosco? Pobrezinhos.

Se estão em nós, fora essas atitudes para abrir-se ao Senhor

São, conclui o Pontífice, “duas atitudes hipócritas de educados”. “Não, isso não. Eu não me envolvo”, assim o Papa Francisco dá voz aos hipócritas educados, “eu coloco as pessoas no canto, porque são pessoas sujas”, “eu lavo as minhas mãos diante disto porque é problema deles”. Vejamos, é o seu último convite, “se há algo assim em nós” e se há, vamos jogar fora “essas atitudes para dar lugar ao Senhor que vem”.

Se estão em nós, vão e abram-se ao Senhor.

São, conclui o Pontífice, “duas atitudes hipócritas de educados”. “Não, isso não. Eu não me envolvo”, assim o Papa Francisco dá voz aos hipócritas instruídos, “Eu encosto as pessoas, porque são pessoas sujas”, “Eu lavo as mãos diante disto porque é deles”. Vamos ver, é o seu último convite, “se há algo assim em nós” e se há, vamos afastar “essas atitudes para dar lugar ao Senhor que vem”.

Radio Vaticano

O Advento nos diz que não basta acreditar em Deus: é preciso todos os dias purificar a nossa fé. Palavras do Papa Francisco ao rezar com os fiéis e peregrinos na Praça São Pedro  a oração do Angelus.

Em sua alocução, o Pontífice comentou as leituras deste terceiro domingo do Advento, conhecido como domingo “da alegria”.

Alegria e dúvida

De um lado, o profeta Isaías faz um convite à alegria: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus […] ele que vem para vos salvar”. E então tudo se transforma: o deserto floresce, o consolo e a alegria tomam conta dos perdidos de coração, o coxo, o cego e o mudo são curados.

Já no Evangelho, João Batista vive um momento de dúvida: ‘És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?’. Jesus então realiza prodígios: “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”.

Novo nascimento

Esta descrição nos mostra que a salvação envolve todo o homem e o regenera, explicou o Papa. Mas este novo nascimento sempre pressupõe uma morte a nós e ao pecado que está em nós.

Por isso devemos nos converter e converter, sobretudo, a ideia que temos de Deus.

“O Advento, tempo de graça, nos diz que não basta acreditar em Deus: é preciso todos os dias purificar a nossa fé.”

Fábula

Trata-se de se preparar para acolher não um personagem de uma fábula, mas o Deus que nos interpela, nos envolve e diante do qual se impõe uma escolha.

O Menino que está no presépio, disse ainda Francisco, tem o rosto dos nossos irmãos e irmãs mais necessitados, dos pobres que “são os privilegiados deste mistério e, muitas vezes, aqueles que melhor conseguem reconhecer a presença de Deus no meio de nós”.

“Que a Virgem Maria nos ajude para que, enquanto nos aproximamos do Natal, não nos deixemos distrair pelas coisas exteriores, mas façamos espaço no coração Àquele que já veio e que quer vir mais uma vez a curar as nossas doenças e a nos dar a sua alegria.”

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