Na manhã desta quinta-feira (07) o Papa Francisco recebeu os participantes do Encontro do Secretariado de Justiça Social e Ecologia, da Companhia de Jesus, reunidos em Roma por ocasião dos 50 anos de fundação. A obra foi fundada pelo Padre Arrupe que na época, “teve a intenção de fortalecer a Companhia a partir das suas origens, a serviço dos pobres”.
Francisco iniciou seu discurso recordando as origens dos jesuítas segundo a Fórmula do Instituto de 1550, segundo a qual “os jesuítas se dedicariam à defesa e a propagação da fé e à salvação das almas na vida e doutrina cristã”, assim como “encontrar os desventurados, socorrer misericordiosamente e ajudar os que estão nos cárceres e nos hospitais, e praticar todas as obras de caridade”. “Estas palavras – observa Francisco – não eram uma declaração de intenções, mas um modo de vida que já tinham provado, que lhes dava consolo por isso sentiam-se enviados pelo Senhor”.
O Papa recordou aos presentes que “nos pobres, vocês encontram um lugar privilegiado de encontro com Cristo. E isso é uma precioso presente na vida dos seguidores de Jesus: receber o dom de se encontrar com Ele entre as vítimas e os miseráveis” e que o encontro com Cristo entre os seus favoritos fortalece nossa fé”.
Em seguida o Pontífice falou sobre a situação no mundo de hoje com as injustiças e dores dos homens, recordando que “subsiste o tráfico de pessoas, aumentam episódios de xenofobia e a busca egoísta do interesse nacional, a desigualdade entre os países e também dentro dos mesmos aumentam sem que se encontrem soluções”. Também recordou que
Portanto para seguir Jesus implica em uma série de tarefas: “Começa pelo acompanhamento dos pobres, contemplar neles o rosto de Nosso Senhor crucificado. Continua com a atenção às necessidades humanas que surgem, muitas vezes inumeráveis, inabordáveis na sua totalidade”, devemos descobrir as melhores respostas que possam gerar a criatividade apostólica e os objetivos que o padre Arrupe tanto desejava.
Para estar ao lado dos últimos, das vítimas do descarte, devemos dar atenção às suas necessidades, que algumas vezes são inúmeras.
O Papa incentiva os presentes: “Continuem com este empenho criativo, necessitado sempre de revolução em uma sociedade com mudanças tão aceleradas. Ajudem a Igreja no discernimento que hoje também temos que fazer sobre os nossos apostolados. Não deixem de colaborar entre vocês e com outras organizações eclesiais e civis para sempre ter uma palavra de defesa pelos mais desfavorecidos neste mundo cada vez mais globalizado. Globalizado de modo incorreto, diz o Papa, onde se perde a identidade própria de cada um. Onde todos são iguais”.
Ao recordar da necessidade de defender os mais fracos o Papa adverte: “Nas fronteiras da exclusão corremos o risco de desesperar, se contarmos unicamente com lógica humana. Muitas vezes as vítimas deste mundo não se deixam levar pela tentação de desistir, porque ainda confiam e mantêm a esperança”.
“Todos somos testemunhas de que os mais humildes, os explorados, os pobres e excluídos podem fazer muito… Quando os pobres se organizam, se convertem em autênticos ‘poetas sociais’: criadores de trabalho, construtores de casas, produtores de alimentos, sobretudo para os descartados pelo mercado global”.
“O apostolado social deve resolver os problemas, sim, mas sobreturo deve promover processos e encorajar esperanças, processos que ajudem as pessoas a crescer, que os levem a ser conscientes dos seus próprios direitos, das suas capacidades de criar o próprio futuro” recordou e por fim lança uma mensagem forte aos presentes:
Conclui citando a Laudato si’: “Caminhemos cantando; que as nossas lutas e a nossa preocupação por este planeta não nos tirem a alegria da esperança”.
Radio Vaticano