Que alegria poder falar-lhe de paz! Todos nós que experimentamos a presença de Cristo em nossas vidas e nos tornamos portadores dessa paz que vem do coração de Deus e encontra fecundidade em nosso coração.
Na presença de Cristo, nossa atitude é de despojamento, de silêncio, adoração, admiração e contemplação. É a mais bela situação ante o mistério de Deus, deixando-se atrair, deslumbrar, envolver-se. Cada segundo na presença desse Deus permite que o nosso ser se transforme em um instrumento de paz, pois nos sentimos atraídos por Ele e, assim, enviados a falar do seu amor e da sua paz ao coração de muitos homens e mulheres que ainda não ouviram falar da sua presença amorosa entre nós.
Somente o amor é capaz de tocar o mistério de Jesus, só o coração de pobre, humilde, é capaz de ver o mistério de Deus manifestado em Jesus. Só o coração puro, limpo, alegra-se ante o mistério de Deus. Que alegria poder dizer ao seu coração dessa experiência! Trazendo as palavras da Sagrada Escritura: “Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo repito: alegrai-vos!”, essa é a alegria que deve contagiar nosso coração, nossa face, nosso sorriso. Somos portadores da maior alegria do mundo, uma alegria que se espalha na simplicidade, no amor e na doação.
Nessa simplicidade, não procuramos comprovar o mistério, mas provamos esse mistério de amor, deixando-nos envolver pela presença real de Cristo em nosso meio. Assim, cada atitude nossa, em cada olhar, em cada acolhida, em cada irmão que se aproximar de nós, o amor de Deus será o motivo de espalhar a paz. Seremos sinais e portadores de Deus no coração e na vida de muitas pessoas que, também contagiadas, se tornarão outros discípulos dessa corrente de paz.
Seja você também um adorador de Cristo e permita que o seu coração se torne uma casa de fé e testemunho dessa paz que vem de Deus.
Padre Silvio César, sdb
Canção Nova
Comunicar o Amor com o corpo e alma, dando tudo de si: são as palavras que o Papa Francisco dirigiu aos membros do Dicastério para a Comunicação, que inicia esta segunda-feira a sua Plenária.
A audiência foi realizada na Sala Regia, no Vaticano, na presença de inúmeros funcionários, entre os quais os jornalistas brasileiros e lusófonos que compõem a redação em língua portuguesa do Vatican News.
O Pontífice preferiu entregar o discurso já preparado e improvisar algumas palavras sobre o tema da comunicação:
“Comunica-se com a alma e com o corpo, comunica-se com a mente, com o coração, com as mãos; comunica-se com tudo. O verdadeiro comunicador se entrega, não se poupa. È verdade que a comunicação maior é o Amor, quando no amor se vê que há a plenitude da comunicação: amor a Deus e nosso.”
Todavia, advertiu o Papa, comunicar não é fazer propaganda. “Gostaria que a nossa comunicação fosse cristã”, afirmou, e não feita de proselitismo, como dizia claramente Bento XVI. Atração significa testemunho
Outra advertência feita por Francisco foi quanto à resignação.
“O ar de mundanidade não é algo novo do século XXI: não. Sempre foi um perigo, sempre houve a tentação, sempre foi um inimigo: a mundanidade. (…) Esta é a segunda coisa que gostaria de dizer: não ter medo; somos poucos? Sim, mas com a vontade de ‘missionar’, de mostrar aos outros quem somos. (…) E comunicare é isto: comunicar esta riqueza grande que nós temos.”
O terceiro ponto levantado pelo Pontífice foi o uso de adjetivos e advérbios, em detrimento do substantivo – costume ao qual o Papa disse sentir “alergia”.
“O comunicador deve fazer entender o peso da realidade dos substantivos que refletem a realidade das pessoas. E esta é uma missão do comunicar: comunicar com a realidade, sem edulcorar com os adjetivos e os advérbios. ‘Isto é algo cristão: para que dizer autenticamente cristão? É cristão! Só o uso do substantivo “cristão”, “sou de Cristo”, é forte: é um adjetivo substantivado sim, mas é um substantivo. Passar da cultura do adjetivo à teologia do substantivo. E vocês devem comunicar assim.”
“A beleza não necessita da arte rococó”, finalizou o Papa, pedindo que os jornalistas comuniquem com alegria o Evangelho.
Radio Vaticano