O Papa Francisco conduziu a oração mariana do Angelus, deste domingo (21/07), com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice destacou a passagem do Evangelho deste domingo, em que o evangelista Lucas narra a visita de Jesus à casa de Marta e Maria, irmãs de Lázaro.
“Elas o acolhem, e Maria senta-se aos seus pés para ouvi-lo. Deixa o que estava fazendo para estar próxima a Jesus: não quer perder nenhuma de suas palavras”, disse Francisco, acrescentando:
“Tudo deve ser deixado de lado porque, quando Ele vem nos visitar em nossas vidas, a sua presença e a sua palavra vêm antes de qualquer coisa. O Senhor sempre nos surpreende: quando nos dispomos a ouvi-lo realmente, as nuvens desaparecem, as dúvidas cedem o lugar para a verdade, o medo para a serenidade, e as várias situações da vida encontram o lugar certo. O Senhor sempre quando vem, ajusta as coisas e também a nós.”
Na cena de Maria de Betânia aos pés de Jesus, São Lucas mostra a atitude de oração do fiel que sabe estar na presença do Mestre para ouvi-lo e entrar em sintonia com Ele.
“Trata-se de fazer uma pausa durante o dia, de recolher-se no silêncio para dar lugar ao Senhor que “passa” e encontrar a coragem de permanecer um pouco “à parte” com Ele, para depois retornar, com mais serenidade e eficácia, para as coisas cotidianas. Louvando a atitude de Maria, que “escolheu a melhor parte”, Jesus parece repetir a cada um de nós: “Não se deixe levar pelos afazeres, mas antes de tudo escute a voz do Senhor, a fim de desempenhar bem as tarefas que a vida lhe atribui”.
“Depois, há a outra irmã, Marta. São Lucas diz que foi ela quem hospedou Jesus”, ressaltou o Papa.
“Talvez Marta fosse a mais velha das duas irmãs, não sabemos, mas certamente essa mulher tinha o carisma da hospitalidade. De fato, enquanto Maria está ouvindo Jesus, ela está completamente absorvida pelos muitos serviços. Por isso, Jesus lhe diz: “Marta, Marta, você se preocupa e anda agitada com muitas coisas”. Com estas palavras, Ele certamente não pretende condenar a atitude do serviço, mas sim a preocupação com a qual às vezes se vive.”
Segundo o Pontífice, “nós também partilhamos a preocupação de Santa Marta e, com o seu exemplo, nos propomos a fazer com que, em nossas famílias e em nossas comunidades, se viva o sentido do acolhimento, da fraternidade, para que cada um possa se sentir “em casa”, especialmente os pequenos e os pobres quando batem à porta.
“Marta e Maria nos indicam o caminho. Se queremos desfrutar a vida com alegria, devemos associar essas duas atitudes: por um lado, o “estar aos pés” de Jesus, para ouvi-lo enquanto nos revela o segredo de todas as coisas; por outro, estar atentos e prontos para a hospitalidade, quando Ele passar e bater à nossa porta, com o rosto de um amigo que precisa de um momento de descanso e fraternidade.”
Francisco concluiu, pedindo à Virgem Maria, “Mãe da Igreja, para que nos conceda a graça de amar e servir a Deus e aos irmãos com as mãos de Marta e o coração de Maria, a fim de que permanecendo sempre na escuta de Cristo, possamos ser artesãos da paz e da esperança”.
Após a oração mariana do Angelus, o Papa recordou que neste sábado (20/07), foi celebrado o 50º aniversário da chegada do homem à lua.
“Cinquenta anos atrás, como ontem, o homem pôs os pés na lua, realizando um sonho extraordinário. Que a recordação desse grande passo para a humanidade possa acender o desejo de progredir juntos em direção a metas ainda maiores: mais dignidade para os vulneráveis, mais justiça entre os povos, e mais futuro para a nossa Casa comum.”
A seguir, saudou todos os romanos e peregrinos presentes na Praça São Pedro, em particular, as noviças das Filhas de Maria Auxiliadora provenientes de vários países, os alunos do Colégio Cristo Rei de Assunção, no Paraguai, os seminaristas e formadores da Obra dom Guanella de Iaşi, na Romênia, os jovens de Chiry-Ourscamp, na França, e os fiéis de Cantù.
Por fim, desejou a todos um bom domingo e pediu aos fiéis para não se esquecerem de rezar por ele.
Radio Vaticano