Na manhã deste sábado (22/06), o Papa Francisco recebeu os participantes do Fórum internacional dos Jovens, que tem como objetivo promover a atuação do Sínodo 2018 sobre o tema Os jovens a fé e o discernimento vocacional. Francisco começou o seu discurso afirmando “Vocês são jovens em ação em uma Igreja sinodal, e nestes últimos dias vocês meditaram e refletiram sobre este tema”.

Logo depois o Papa falou sobre o episódio de Emaús, presente no documento final da Assembleia sinodal, considerando-o “um texto paradigmático para compreender a missão eclesial em relação às jovens gerações”. Francisco recorda que “a profunda experiência que os discípulos de Emaús viveram com Jesus, levou-os irresistivelmente a colocar-se novamente a caminho”. E estimulando os jovens disse: “Vocês, queridos jovens, são chamados a ser luz na noite de muitos outros jovens que ainda não conhecem a alegria da nova vida em Jesus”.

Caminhar juntos

“Cleofás e o outro discípulo depois de terem encontrado o Ressuscitado sentiram a necessidade vital de estar com a sua comunidade. Não há alegria autêntica se não for compartilhada com os outros”, afirma Francisco e recordou “agora que se aproxima o momento de se despedir, talvez vocês já sintam saudades… é normal. Faz parte da experiência humana”. Os discípulos também não queriam que Jesus fosse embora, porém “seu Corpo ressuscitado não é um tesouro a reter, mas um Mistério a partilhar” (Documento final do Sínodo, 115). “Nós encontramos Jesus sobretudo na comunidade e pelas ruas do mundo. Quanto mais levamos Jesus aos outros mais o sentimos nas nossas vidas. “Por isso – indica o Papa – alimentem e difundam o fogo de Cristo presente dentro de vocês”.

A Igreja precisa de vocês!

Em seguida o Papa recorda mais uma vez aos jovens: “Vocês são o hoje da Igreja! A Igreja precisa de vocês para ser plenamente ela mesma”. E acrescenta: “Somente caminhando juntos seremos verdadeiramente fortes. Com Cristo, Pão da Vida que nos dá força para o caminho, levemos a luz do seu fogo para as noites deste mundo!”.

Tema para a próxima JMJ

Concluindo o encontro faz um importante anúncio. Seguindo o percurso do Sínodo dos Jovens que precedeu a Jornada Mundial da Juventude do Panamá três meses mais tarde, o Papa almeja uma grande sintonia entre estas duas vias, confiando esta intenção à poderosa intercessão de Maria. Então Francisco anuncia: “A próxima edição internacional da JMJ será em Lisboa 2022”, recorda e para esta etapa da peregrinação dos jovens “escolhi como tema: ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente (Lc 1, 39)”. Em seguida o Papa faz um apelo: “para os dois anos precedentes convido todos a meditar sobre os versículos: Jovem, eu te digo: levanta-te” (cf. Lc 7, 14 e Christus vivit 20) e ‘Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!’ (At 26, 16).

Radio Vaticano

Sábado, 22 de junho, ao meio-dia, o Papa Francisco recebeu a Federação Internacional de Médicos Católicos, cujos membros vieram a Roma para a cerimônia de Consagração ao Coração Sagrado de Jesus.

Jesus: “doutor” das pessoas

O Santo Padre fez um discurso no qual destacou como as primeiras comunidades cristãs frequentemente apresentavam o Senhor Jesus como “médico”, sublinhando a atenção constante e compassiva que Ele dedicava àqueles que sofriam de todo o tipo de doenças.

“Sua missão era antes de mais nada estar perto dos doentes ou portadores de deficiência, especialmente daqueles que, por este motivo, eram desprezados e marginalizados. Com esta proximidade compassiva, Ele manifestava o amor infinito de Deus Pai por seus filhos mais necessitados”, disse Francisco, argumentando que o cuidado aos doentes parece ser, portanto, uma das dimensões constitutivas da missão de Cristo; e assim foi também na da Igreja.

Outro ponto fundamental sublinhado pelo Papa foi “a importância do modo como as pessoas são curadas e para isso é fundamental- acrescentou Francisco – seguir a escola de Jesus.”

Curar significa começar uma viagem

Para Jesus, curar significa aproximar-se da pessoa, mesmo que às vezes haja quem queira impedi-lo, como no caso do cego Bartimeu, em Jericó. Jesus chamou-o e disse: “O que queres que eu faça por ti?” (Mc 10,51). Para Ele, curar significa entrar em diálogo para suscitar o desejo do ser humano e a doce força do Amor de Deus, agindo sobre o seu Filho, porque curar – disse o Pontífice – significa iniciar um percurso: um caminho de alívio, consolação, reconciliação e cura.

E em relação a este “caminho de cura de Jesus” com amor sincero, sem esquecer que o ser humano é unidade de espírito, alma e corpo, Francisco ressaltou que o cuidado do Filho de Deus coincide com a elevação da pessoa e o envio daquele que se aproximou e foi curado, pois – afirmou o Santo Padre – “há muitos doentes que, depois de terem sido curados por Cristo, tornam-se seus discípulos e seguidores”.

Escola de Jesus: médico e irmão dos que sofrem

E neste contexto, Francisco indicou que Jesus se aproxima, cuida, cura, reconcilia, chama e envia: como podemos ver, aproximar-se de pessoas oprimidas por doenças e enfermidades é para Ele uma rica relação pessoal, não mecânica e distante.

E é nesta escola de Jesus, “o médico e irmão dos que sofrem”, a que são chamados vocês, doutores que creem nele, membros de sua Igreja. Chamados a estar perto daqueles que estão passando por provações por causa da doença.

Radio Vaticano