O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira (21), na Sala dos Papas, no Vaticano, uma delegação de 20 médicos da Federação Italiana de Pediatras. A entidade, com 40 anos de atuação, apoia e tutela mais de 5 mil filiados, oferecendo suporte em diferentes áreas, da assistência à previdência, da jurídica à econômica. O empenho nos âmbitos da formação, da prevenção e da pesquisa renderam à Federação a acreditação como sociedade científica.
No discurso, entregue aos presentes, o Pontífice enalteceu a contribuição da Federação ao nascimento do Serviço Nacional de Saúde da Itália, mas, sobretudo, a dedicação dos pediatras do nascimento à adolescência, ”que exige conhecimento global do corpo humano e das suas patologias”. Uma ampla gama de competências que também exige “uma formação profunda de base e uma constante atividade de atualização” para que se possa “promover uma cultura mais eficaz para proteger a saúde das pessoas, em especial, dos pequenos”.
O Papa também se demonstrou preocupado com as consequências do progresso desenfreado nesse âmbito e, por isso, afirmou que é “urgente implementar um sério programa de educação à saúde e a estilos de vida que respeitam o organismo”. Além disso, encorajou os pediatras a trabalharem como “promotores de uma cultura e de uma assistência médica solidária e inclusiva”, para diminuir as desigualdades que afligem os mais vulneráveis e assegurar “assistência e prevenção, como direitos da pessoa”.
Junto à competência científica, Francisco então abordou a atenção dada às pessoas atendidas, incentivando o dom da escuta, da compreensão e de inspirar confiança. Bem como fazia Jesus:
O Papa Francisco também lembrou a relação primária que os médicos têm com os pequenos pacientes, mas inclusive com os pais, que não buscam apenas competência médica, mas segurança do ponto de vista humano ao cuidar do que eles têm de mais precioso na vida.
“Em relação às crianças que atendem, elas são dotadas de antenas poderosas e captam rápido se estamos bem dispostos ou se, ao contrário, estamos distraídos – porque talvez gostaríamos de já ter terminado o turno, ou fazer tudo mais rápido ou ainda encontrar um paciente que grite menos… Vocês também são homens e mulheres, com as suas preocupações, mas sabemos que são também treinados ao sorriso, necessário para dar coragem e para se abrir à confiança dos pequenos; assim os remédios, então, são mais eficazes.”
O Papa recorda que inclusive o comportamento de Jesus era atrativo: não usava de convites ou presentes, mas da força e serenidade que faziam as crianças sempre irem ao encontro de dEle. Seguindo o modelo de Jesus, os médicos conseguem dar um testemunho cristão, não somente praticando valores evangélicos e de pertença à Igreja, mas, segundo Francisco, para ampliar o horizonte, aquele de um contexto social e de um sistema sanitário mais justo para o futuro.
“Vivendo com essa inspiração, o trabalho que realizam representa uma verdadeira e própria missão que envolve seja a mente que o coração. E, de qualquer maneira, não conhece desligamentos, porque mesmo que existam períodos de férias e folgas da atividade de trabalho, a profissão acompanha vocês sempre, e os envolve por mais tempo e bem mais a fundo que durante as horas em que estão no lugar de trabalho.”
Radio Vaticano