O Papa Francisco, antes da Oração Mariana do Angelus deste domingo (17) de sol e ambiente primaveril, comenta o Evangelho das Bem-aventuranças na versão de São Lucas (Lc 7, 17.20-26). O Pontífice afirma que ter fé é confiar totalmente no Senhor, derrubando “ídolos mundanos”, e a que a felicidade é estar com Deus próximo aos pobres e não seguindo os “profissionais de ilusão”.
O Pontífice começa explicando que o texto se articula “em quatro bem-aventuranças e quatro mandamentos formulados com a expressão ‘ai de vós’”. São palavras fortes e incisivas que Jesus usa para nos abrir os olhos. Francisco nos convida, assim, “a refletir sobre o sentido profundo de ter fé, que consiste em confiarmos totalmente no Senhor”.
Deus está próximo dos “pobres, dos que tem fome, aflitos e perseguidos” para libertá-los das suas escravidões, diz o Papa, e se dirige aos ricos, saciados, sorridentes e aclamados pelas pessoas com o “ai de vós” para “’despertá-los’ do engano perigoso do egoísmo”.
“São muitos, de fato, inclusive nos nossos dias, aqueles que se propõem como distribuidores de felicidade: vêm e prometem sucesso a curto prazo, grande retorno de fácil alcance, soluções mágicas para cada problema e assim por diante. E aqui é fácil escorregar sem perceber no pecado contra o primeiro mandamento, isto é, a idolatria, substituir Deus com um ídolo. Idolatria e ídolos parecem coisas de outros tempos, mas, na verdade, são de todos os tempos! Inclusive de hoje. Descrevem algumas posturas contemporâneas melhor que muitas análises sociológicas.”
Por isso Jesus nos abre os olhos para a realidade, afirma o Papa. Somos felizes se estamos ao lado de Deus e “da parte daquilo que não é efêmero, mas dura pela vida eterna”. Somos felizes se “estivermos próximos aos pobres, aos aflitos e a quem tem fome”, acrescenta o Pontífice, “possuindo bens deste mundo”, mas conseguindo “compartilhar com os nossos irmãos”.
“As Bem-aventuranças de Jesus são uma mensagem decisiva que nos motiva a não recolocar a nossa crença nas coisas materiais e passageiras, a não procurar a felicidade seguindo os vendedores de fumaça que muitas vezes são vendedores de morte, aqueles profissionais da ilusão. Não, não seguir eles; são incapazes de nos dar esperança. O Senhor nos ajuda a abrir os olhos, a capturar um olhar mais penetrante sobre a realidade, a sarar da miopia crônica que o espírito mundano nos contamina.”
O Papa finaliza sua mensagem através da motivação de Deus, de reconhecermos “aquilo que realmente nos enriquece, nos sacia, nos dá alegria e dignidade” e de nos tornarmos, assim, “testemunhas da felicidade que não engana. Aquela de Deus, não decepciona nunca”.
Radio Vaticano