No dicionário da Língua Portuguesa, saudade é sinônimo de solidão. É lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhadas do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las. Mas, sinceramente, só consegue explicar o que é saudade quem já a sentiu, não é mesmo?

O que é sentir saudade?

Sabe aquela sensação de vazio interior quando se pensa em alguém que está longe? E aquele sentimento de ausência, de estar sozinho por causa de quem se foi? Isso pode ser sintoma de saudade.

E quem nunca sentiu saudade? Saudade da comida da mãe, saudade de brincar na rua quando era criança, saudade de um colega de escola que você nunca mais encontrou, saudade de uma época boa da vida.

Bem escreveu diácono Nelsinho Corrêa da Comunidade Canção Nova: “…só se tem saudade do que é bom! Se chorei de saudade não foi por fraqueza, foi porque eu amei”. É a pura verdade!

Só sentimos saudade do que é bom?

Sentimos saudade de coisas boas. Acredito ser impossível existir alguém que tenha sentido saudade da época em que ficou desempregado ou do dia em que sofreu um acidente e teve que ficar no hospital, por exemplo.

Logo, sentir saudade é uma coisa boa! Isso mesmo! Vou tentar explicar.

Esses dias, vivi algo interessante. Meu namorado viajou por quatro dias. Era a primeira vez, em quase seis meses de namoro, que passávamos vários dias sem nos encontrarmos por causa da missão. Nossa, como foi difícil! Tudo me fazia lembrá-lo. Bateu certa tristeza e melancolia, mas depois pensei: por que ficar triste? É um ótimo sinal do quanto ele é importante para mim, do quanto ele faz diferença em minha vida.

Não tenha medo de sentir saudade

Quis partilhar isso para dizer a você que não tenha medo, e não esconda suas saudades! Procure encontrar nelas um sentido para sua vida. Se a saudade é de um familiar que se foi, busque não parar nesse saudosismo, mas pense nas lembranças boas que ele deixou (seus exemplos) e tente encontrar nisso forças para continuar a caminhada.

Se a saudade é de um tempo, de uma coisa, de outro alguém, busque os meio de “matar essa saudade”. Se possível, vá ao encontro desse alguém ou desta coisa. Ao contrário, se isso não é possível, fale para Jesus de suas saudades, daquilo que sente falta, que lhe faz sentir aquele vazio interior. Peça para que seus sentimentos e emoções sejam purificados, e o equilíbrio e a harmonia interior alcançados.

A letra da canção que citei acima continua assim: “… e se eu amei, quem vai me condenar? E se eu chorei, quem vai me criticar? Só quem não amou, quem não chorou, só quem já morreu e se esqueceu de deitar”.

Sentir saudade nos faz mais humanos, faz-nos pontualizar quem somos e quem são as pessoas que vivem a nossa volta.

Um ditado popular diz: “Só damos valor às coisas quando a perdemos”. Não espere perder alguém para descobrir o quanto ela significa para você. Valorize sua família, seus colegas, seu trabalho, seu namorado, noivo, esposo.

E se depois de ler essas linhas perceber que nunca sentiu saudade, penso que é hora de você rever seus valores, sua postura em relação à vida.

Quando senti saudade de meu namorado, tive a certeza de que eu o amava. Não que eu não tivesse essa certeza, mas percebi o quanto a presença dele me fazia falta, o quanto ele era importante para mim.

Canção Nova

Depois do pedido de Maduro ao Papa para relançar o diálogo na Venezuela, na manhã desta quinta-feira (07/02) a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou um comunicado, através do Diretor interino Alessandro Gisotti afirmando:

“ O Santo Padre sempre se reservou e portanto se reserva a possibilidade de verificar a vontade de ambas as partes determinando se existem condições para seguir este caminho”

Já em Abu Dhabi,  Alessandro Gisotti tinha referido que o Secretário de Estado, Pietro Parolin confirmara o episódio do líder venezuelano Maduro. Maduro, em entrevista a uma emissora italiana, informara que havia enviado uma carta ao Papa Francisco para favorecer a reconciliação na Venezuela.

Mediar, se for pedido por ambas as partes

No voo de regresso de Abu Dhabi, durante a entrevista coletiva, o Papa falou sobre a crise venezuelana, confessando que ainda não tinha lido a carta enviada pelo presidente venezuelano, mas confirma que é necessário fazer gestos “facilitadores” para uma aproximação. O primeiro passo é o pedido de ambas as partes.

Veremos o que se pode fazer. Mas, para que ocorra uma mediação, é necessária a vontade de ambas as partes, ambas as partes pedindo. Também para os países, essa é uma condição que deve fazê-los pensar antes de pedir uma facilitação ou a presença de um observador, ou uma mediação. Ambas as partes, sempre.

Recordando o compromisso da Secretaria de Estado na crise venezuelana, Francisco não esconde os poucos resultados alcançados no passado como nos colóquios na República Dominicana entre o governo e a oposição, mediados entre o ex-presidente espanhol Zapatero, representante da Unasur, União das Nações Sul-americanas. Na época, a diplomacia vaticana trabalhou também com dom Emil Paul Tscherring, hoje Núncio Apostólico na Itália e na República de San Marino, continuou depois com Dom Claudio Maria Celli, que teve uma longa carreira na Secretaria de Estado. E ali – afirmou Francisco durante o voo papal – não tivemos frutos”.

 

Radio Vaticano

Para abrir o coração dos outros e convidar à conversão são necessárias mansidão, humildade e pobreza, seguindo os passos de Cristo: foi o que disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta (07/02). A sua reflexão partiu do trecho do Evangelho de Marcos (Mc 6,7-13) proposto pela Liturgia do dia: a mensagem é precisamente a “cura”.

Verniz

Jesus convida os seus discípulos a curar, assim como Ele mesmo veio ao mundo para curar, “curar a raiz do pecado em nós”, “o pecado original”. “Curar é um pouco como recriar”, observou o Papa: “Jesus nos recriou a partir da raiz e depois fez com que fôssemos avante com o seu ensinamento, com a sua doutrina, que é uma doutrina que cura”, sempre. E o primeiro mandamento que dá é a conversão.

A primeira cura é a conversão no sentido de abrir o coração para que entre a Palavra de Deus. Converter-se é olhar para o outro lado, convergir para outra parte. E isso abre o coração, mostra outras coisas. Mas se o coração estiver fechado, não pode ser curado. Se alguém está doente e por teimosia não quer ir ao médico, não será curado. E a eles diz, primeiro: “Convertam-se, abram o coração”. Mesmo que nós cristãos façamos tantas boas coisas, mas se o coração estiver fechado, é só verniz por fora.

E na primeira chuva, desaparecerá. Portanto, Francisco exortou a se questionar: “Eu sinto este convite a me converter, abrir o coração para ser curado, para encontrar o Senhor, para ir avante?”. Para proclamar que as pessoas se convertam, é preciso porém autoridade. Para conquistá-la, Jesus diz no Evangelho, diz “não levem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro”. Ou seja, a pobreza.

Não se cura buscando o poder

O Papa convidou à “pobreza, humildade, mansidão”. E como exorta Jesus no Evangelho, “se não os receberem, vão para outra parte!”, fazendo o gesto de sacudir as sandálias, mas – reiterou Francisco – com mansidão e humildade, porque esta é a atitude do apóstolo.

Se um apóstolo, um convidado, qualquer um de vocês – há tantos convidados aqui -, vai um pouco com o nariz empinado, acreditando ser superior aos outros ou buscando algum interesse humano ou – não sei – buscando posições na Igreja, jamais curará alguém, não conseguirá abrir o coração de ninguém, porque a sua palavra não terá autoridade. O discípulo terá autoridade se seguir o passos de Cristo. E quais são os passos de Cristo? A pobreza. De Deus se fez homem! Ele se aniquilou! Ele se despiu! A pobreza que leva à mansidão, à humildade. O Jesus humilde que sai pela estrada para curar. E assim, um apóstolo com esta atitude de pobreza, de humildade, de mansidão, é capaz de ter a autoridade para dizer: “Convertam-se”, para abrir os corações.

Interessar-se pelas pessoas

Depois de exortar à conversão, os convidados expulsavam muitos demônios, com a autoridade de dizer: “Não, este é um demônio! Isso é pecado. Esta é uma atitude impura! Você não pode fazê-lo”. Mas é preciso dizer com “a autoridade do próprio exemplo, não com a autoridade de alguém que fala lá de cima, mas não está interessado nas pessoas”, destacou ainda Francisco, explicando que isso não é autoridade, é autoritarismo”. “Diante da humildade, diante do poder do nome de Cristo com o qual o apóstolo exerce a sua missão, se é humilde, os demônios fogem”, porque não suportam que os pecados sejam curados.

Os enviados curavam também o corpo, ungindo com óleo muitos enfermos. “A unção é a carícia de Deus”, afirmou o Papa: o óleo, de fato, é sempre uma carícia, amacia a pele e faz se sentir melhor. Portanto, os apóstolos devem aprender “esta sabedoria das carícias de Deus”. “Assim um cristão cura, não somente um bispo”: “cada um de nós – reiterou Francisco –, tem o poder de curar” o irmão ou a irmã “com uma palavra doce, com a paciência, com um conselho, com um olhar, mas como o óleo, humildemente”.

Todos nós precisamos ser curados, todos, porque todos temos doenças espirituais, todos. Mas também todos nós temos a possibilidade de curar os outros, mas com esta atitude. Que o Senhor nos dê esta graça de curar como Ele curava: com a mansidão, com a humildade, com a força do pecado, contra o diabo e ir avante nesta bela missão de nos curar entre nós: “Eu curo uma pessoa e me deixo curar por outra”. Entre nós. Esta é uma comunidade cristã.

Radio Vaticano