Neste segundo Domingo do Advento o Papa Francisco rezou ao meio-dia a oração mariana do Angelus com os fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo reunidos na grande Praça São Pedro, embelezada pelos símbolos do Natal: o presépio e a árvore de Natal.
Depois de recordar que no último domingo a liturgia nos convidava a viver o tempo do Advento e da espera do Senhor com a atitude de vigilância, neste segundo domingo do Advento, disse o Papa, nos vem indicado como dar substância a essa espera: empreendendo um caminho de conversão.
– precisamos reduzir tantas severidades causadas pelo orgulho e pela soberba, fazendo gestos concretos de reconciliação com os nossos irmãos, pedindo perdão pelas nossas faltas. Não é fácil reconciliar-se, acrescentou o Papa, se se pensa, quem irá dar o primeiro passo? O Senhor nos ajuda nisto se temos boa vontade.
“A conversão, na verdade, é completa se leva a reconhecer humildemente os nossos erros, as nossas infidelidades e omissões”.
O fiel, sublinhou o Papa na sua alocução antes de rezar o Angelus -, é aquele que, estando próximo de seu irmão, como João Batista abre estradas no deserto, ou seja, indica perspectivas de esperança mesmo naqueles contextos existenciais impenetráveis, marcados pelo fracasso e pela derrota.
“Não podemos nos render a situações negativas de fechamento e rejeição; não devemos nos deixar sujeitar à mentalidade do mundo, porque o centro da nossa vida é Jesus e a sua palavra de luz, de amor, de consolação”.
O Batista convidava as pessoas de seu tempo à conversão com força, vigor e severidade. No entanto, ele sabia ouvir, sabia como realizar gestos de ternura e de perdão para com as multidões de homens e mulheres que iam até ele para confessar seus pecados e serem batizados com o batismo de penitência.
Seu testemunho de vida, – acrescentou o Papa – a pureza de seu anúncio, a sua coragem em proclamar a verdade conseguiram despertar as expectativas e esperanças do Messias que há muito tempo estavam adormecidas. Ainda hoje, os discípulos de Jesus são chamados a ser suas humildes mas corajosas testemunhas para reacender a esperança, para fazer entender que, apesar de tudo, o reino de Deus continua a ser construído dia a dia com o poder do Espírito Santo.
Pensemos, cada um de nós – disse Francisco –, “como eu posso mudar algo no meu comportamento para preparar o caminho do Senhor?
Que a Virgem Maria – concluiu o Santo Padre -, nos ajude a preparar dia após dia o caminho do Senhor, começando por nós mesmos; e a espalhar em torno a nós, com tenaz paciência, sementes de paz, de justiça e de fraternidade.
Radio Vaticano
Na solenidade da Imaculada Conceição, dogma definido pelo Papa Pio IX em 8 de dezembro de 1854, também neste ano o Papa Francisco prestou homenagem à Virgem no coração de Roma, levando consigo a vida e os sofrimentos dos habitantes da cidade. Um ato de veneração à Imaculada, a dos Papas, que tem uma longa história. Francisco foi recebido pelo cardeal vigário Angelo De Donatis e pelas autoridades civis. Aos pés do grande monumento onde está a estátua, foi deposta a homenagem floral. Os primeiros a deporem a coroa de flores nos braços de Nossa Senhora, nesta manhã, como tradição, foram os bombeiros.
Em silêncio, ao redor do Papa, uma multidão de fiéis. Na oração, o seu pensamento vai antes de tudo aos doentes e àqueles que “sofrem por várias circunstâncias para ir adiante e àquela “aquela graça ordinária” que a Virgem faz aos que vivem em Roma: “enfrentar com paciência as dificuldades do dia a dia”.
Eis na íntegra a Oração do Papa Francisco:
Mãe Imaculada,
No dia da tua festa, tão amada pelo povo cristão,
Venho homenagear-te no coração de Roma.
Trago na minha alma os fiéis desta Igreja
e todos os que vivem nesta cidade, especialmente os doentes
e os que sofrem por várias circunstâncias para ir adiante.
Antes de tudo quero te agradecer
pela bondade materna com a qual acompanha nosso caminho:
várias vezes ouvimos narrações com lágrimas nos olhos
dos que receberam a tua intercessão,
as graças que pedes para nós ao teu Filho Jesus!
Penso também a uma graça extraordinária que recebem os que vivem em Roma:
a de enfrentar com paciência as dificuldades do dia a dia.
Mas por isso te pedimos a força de não nos resignarmos, ao contrário,
de fazer com que todos façam diariamente a própria parte para melhorar a situação,
para que o cuidado de cada um torne Roma mais bela e habitável para todos;
para que o dever bem fato por cada um, garanta os direitos de todos.
E pensando ao bem comum desta cidade,
te pedimos pelos que têm maiores responsabilidades:
obtenha para eles sabedoria, clarividência, espírito de serviço e de colaboração.
Virgem Santa,
Desejo confiar a ti de modo particular os sacerdotes desta Diocese:
os párocos, os vice-párocos, os padres idosos que com o coração de pastores
continuam a trabalhar ao serviço do povo de Deus,
aos muitos sacerdotes estudantes de todas as partes do mundo que colaboram nas paróquias.
Para todos eles te peço a doce alegria de evangelizar
E o dom de serem pais, próximos do povo, misericordiosos.
A ti, Mulher toda consagrada a Deus, confio as mulheres consagradas na vida religiosa e na secular,
que graças a Deus, em Roma são muitas, mais do que em outra cidade do mundo,
formando um maravilhoso mosaico de nacionalidades e culturas.
Para elas te peço a alegria de serem como tu, esposas e mães,
fecundas na oração, na caridade, na compaixão.
Ó Mãe de Jesus,
Peço ainda, por último, neste tempo de Advento
Pensando nos dias em que tu e José estavam ansiosos
pelo iminente nascimento do seu menino,
preocupados porque havia o censo e vocês deveriam deixar a sua cidade, Nazaré, para ir a Belém…
Tu sabes o que quer dizer ter uma vida no ventre
e sentir ao redor a indiferença, a rejeição, às vezes o desprezo.
Por isso te peço para estar próxima das famílias que hoje
em Roma, na Itália, no mundo inteiro sofrem semelhantes situações,
para que não sejam abandonadas a si mesmas. Mas tuteladas em seus direitos,
direitos humanos que são prioridades antes de qualquer legítima exigência.
Ó Maria Imaculada,
autora de esperança no horizonte da humanidade,
vigie sobre esta cidade,
sobre as casas, as escolas, os escritórios, as lojas,
as fábricas, os hospitais, as prisões
que em nenhum lugar falte o que Roma tem de mais precioso,
e que conserva para o mundo inteiro, o testamento de Jesus:
“Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (cf. Jo 13, 34)
No final da oração, o Papa fez uma breve parada na sede do jornal romano “Il Messaggero”, na via del Tritone, para saudar os dirigentes e funcionários. Este ano o jornal fesgteja 140 anos de vida.
Radio Vaticano