Na manhã desta segunda-feira, 3 de novembro o Papa recebeu os membros da organização “Rondine Cittadella della Pace” (Andorinhas Cidadela da Paz). A organização tem como compromisso a redução dos conflitos armados no mundo e a difusão da própria metodologia para a transformação criativa do conflito em cada contexto. A Associação acolhe jovens provenientes de países em conflito armado ou pós-conflitos e ajuda-os a descobrir a pessoa no próprio inimigo, através da convivência do dia a dia.

Depois das saudações iniciais, o Papa recordou o nobre objetivo da Associação:

“ Verificar pessoalmente se o outro, aquele ou aquela que está do outro lado da fronteira, das redes e dos muros intransponíveis, seja realmente o que todos afirmam: um inimigo”. Francisco continuou recordando que nestes vinte anos foi aplicado um método capaz de “transformar os conflitos: tirar os jovens deste engano e devolvendo-os aos seus povos para um pleno desenvolvimento espiritual, moral, cultural e civil”

O Papa falou sobre o próximo Apelo que a Associação fará na ONU por ocasião do 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10 de dezembro:

“ Ouvir uma jovem palestina e um jovem israelense que juntos pedem aos governos do mundo para façam algo que possa reabrir o futuro, transferindo o custo de uma arma do balanço da defesa para o balanço da educação para formar um líder de paz, é uma coisa rara e luminosa! ”

disse o Pontífice confirmando seu apoio, simpatia e bênção.

Dirigindo-se diretamente aos jovens que tiveram dois anos de formação da Associação o Papa disse “vocês reviraram seus sentimentos, seus pensamentos, fizeram nascer a confiança recíproca e agora estão prontos para assumir responsabilidades profissionais, civis e políticas para o bem de seus povos. Vocês já são jovens líderes que no Apelo pedem aos Estados e aos povos para que se comprometam juntos!”. Depois de confirmar seu total apoio e comprometer-se em falar com os chefes de Estado e de Governo o Papa complementou dizendo:

“ “Precisamos de líderes com uma nova mentalidade. Os líderes de paz não são os políticos que não sabem dialogar ou confronta-se: um líder que não se esforça em ir ao encontro do ‘inimigo’, de sentar à mesa para discutir como vocês fazem não pode levar o próprio povo para a paz. Para isso é preciso humildade e não arrogância: que São Francisco os ajude a seguir este caminho, com coragem” ”

Depois o Papa elogiou o uso da Encíclica Laudato si como texto fundamental para a escola da associação: “a ecologia integral oferece a perspectiva para que a humanidade seja concebida como uma única família e considere a Terra como a casa comum”.

Na saudação final o Papa recomendou aos jovens: “Jamais percam a maravilha e a humildade. Protejam, caros jovens, a confiança que amadureceu entre vocês transformando-a em um generoso serviço ao bem comum”.

Radio Vaticano

O tempo do Advento tem “três dimensões”: passado, futuro e presente. Celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta (03/12), o Papa Francisco recordou que o Advento, inaugurado ontem, é o tempo propício “para purificar o espírito, para fazer crescer a fé com esta purificação”.

O ponto de partida das reflexões do Pontífice é o Evangelho do dia (Mt 8,5-11): o encontro em Cafarnaum entre Jesus e um oficial romano, que pede ajuda para o seu servo, paralisado na cama. Também hoje, afirmou, pode acontecer de se “acostumar à fé”, esquecendo a sua “vivacidade”. “Quando estamos acostumados – destacou o Papa –, perdemos aquela força da fé, aquela novidade da fé que sempre nos renova”.

Que o Natal não seja mundano

Na homilia, Francisco ressaltou que a primeira dimensão do Advento é o passado, “a purificação da memória”: “recordar bem que não nasceu a árvore de Natal”, que certamente é um “belo sinal”, mas recordar que “nasceu Jesus Cristo”.

Nasceu o Senhor, nasceu o Redentor que veio para nos salvar. Sim, a festa…nós sempre temos o perigo, sempre teremos em nós a tentação de mundanizar o Natal, mundanizá-lo … quando a festa deixa de ser contemplação – uma bela festa de família com Jesus no centro – e começa a ser festa mundana: fazer compras, presentes, isso e aquilo outro…e o Senhor permanece ali, esquecido. Inclusive na nossa vida: sim, nasceu, em Belém, mas… E o Advento é para purificar a memória daquele tempo passado, daquela dimensão.

Purificar a esperança

Além disso, o Advento serve para “purificar a esperança”, para se preparar “para o encontro definitivo com o Senhor”.

Porque aquele Senhor que veio lá, voltará, voltará! E voltará para nos perguntar: “Como foi a sua vida?”. Será um encontro pessoal. Nós, o encontro pessoal com o Senhor, hoje, teremos na Eucaristia e não podemos ter um encontro assim, pessoal, com o Natal de 2000 anos atrás: temos a memória do que foi. Mas quando Ele voltar, teremos aquele encontro pessoal. É purificar a esperança.

O Senhor bate todos os dias ao nosso coração

Por fim, o Papa convidou todos a cultivarem a dimensão cotidiana da fé, não obstante as preocupações e os muitos afazeres, cuidando da própria “casa interior”. O nosso Deus, de fato, é o “Deus das surpresas” e os cristãos deveriam perceber todos os dias os sinais do Pai Celeste, o seu falar conosco hoje.

E a terceira dimensão é mais cotidiana: purificar a vigilância. Vigilância e oração são duas palavras para o Advento; porque o Senhor veio na História em Belém; virá, no final do mundo e também no final da vida de cada um de nós. Mas vem todos os dias, em todos os momentos, no nosso coração, com a inspiração do Espírito Santo.

Radio Vaticano