O Santo Padre concluiu suas atividades na manhã desta sexta-feira (23/11), recebendo na Sala Clementina cerca de 200 membros da Fundação “Giorgio La Pira”, reunidos em Roma.
Giorgio nasceu em Pozzallo, na Sicília, em 9 de janeiro de 1904 e faleceu em 5 de novembro de 1977. Foi um ativista católico e político italiano. Além da sua atividade profissional, participou do Movimento da Ação Católica. Em 1925 tornou-se membro da Ordem Terceira de São Domingos e, em 1928, membro do Instituto Secular dos Missionários da Realeza de Cristo e dirigente das Conferências de São Vicente Paulo.
Em seu discurso aos participantes do encontro sobre o Venerável Servo de Deus, o Papa expressou seu desejo de que, esta reunião em Roma, possa contribuir para um maior compromisso com o desenvolvimento integral das pessoas.
Falando sobre a figura deste estadista italiano, no âmbito do atual momento complexo da vida política italiana e internacional, Francisco disse que a Igreja precisa de fiéis leigos engajados na vida eclesial a serviço do bem comum. E acrescentou:
“É importante descobrir Giorgio La Pira, uma figura exemplar para a Igreja e para o mundo moderno. Ele foi uma testemunha entusiasta do Evangelho e um profeta dos nossos tempos. A sua atitude e ação sempre foram inspiradas na perspectiva cristã”.
Suas atividades como professor universitário, sobretudo em Florença, Sena e Pisa, foram multiformes: fundou várias obras de caridade, como a “Missa dos Pobres”. Como supervisor da revista “Princípios”, fez diversas críticas sobre o fascismo. Sendo perseguido pela polícia do então regime, foi obrigado a refugiar-se no Vaticano, na residência do então Substituto de Estado, o arcebispo Giovanni Battista Montini, futuro Papa Paulo VI.
No entanto, o estadista contribuiu para a elaboração da Constituição Italiana. Mas, a sua missão, a serviço do bem comum, teve seu ápice como Prefeito de Florença, nos anos cinquenta, quando assumiu uma linha política aberta às necessidades do catolicismo social, dos últimos e das camadas mais frágeis da população. E o Papa Francisco ponderou:
“Ele se comprometeu também com um grande programa para a promoção da paz social e internacional, promovendo conferências “pela a paz e a civilização cristã”, fazendo apelos vibrantes contra a guerra nuclear. Pela mesma razão, ele fez uma viagem histórica a Moscou, como político-diplomático, chegando a convocar, em 1965, em Florença, um Simpósio pela paz no Vietnã”.
Por isso, o Santo Padre encorajou os presentes “a manter vivo e difundir o patrimônio da ação eclesial e social do Venerável Giorgio La Pira, sobretudo, seu testemunho de fé e amor pelos pobres e marginalizados, seu trabalho pela paz e atuação da mensagem social da Igreja católica”. E o Papa afirmou:
“O seu exemplo é precioso, especialmente para os que trabalham no setor público, chamados a serem vigilantes sobre as situações negativas que, São João Paulo II chamava “estruturas de pecado”: situações que atuavam na direção contrária à realização do bem comum e ao respeito da dignidade da pessoa”.
De fato, o Venerável Giorgio La Pira dizia: “A política é um compromisso de humanidade e santidade” e, portanto, um caminho exigente de serviço e responsabilidade aos fiéis leigos, chamados à animação cristã das realidades temporais.
Francisco concluiu seu discurso, recordando os inúmeros talentos que estadista italiano deixou aos seus seguidores para serem frutificados. E os exortou:
“Exorto-os, portanto, a dar valor às virtudes humanas e cristãs, que fazem parte do patrimônio ideal e espiritual do Venerável Giorgio La Pira. Assim, vocês poderão ser construtores da paz, arquitetos da justiça, testemunhas da solidariedade e da caridade, como também fermento dos valores evangélicos na sociedade, especialmente na esfera da cultura e da política”.
Radio Vaticano