Nós não podemos desistir, pois em Deus a vitória é certa

Essa frase sempre me intrigou, porque eu ficava me perguntando: “Como o sofrimento, a dor e a perda podem concorrer e contribuir para o bem dos que amam a Deus?”.

Eu imaginava que para os amados de Deus só haveria festa, contentamento, alegria, ausência de problemas. Só que tenho descoberto uma coisa: a paz que Deus nos dá não é a ausência de dificuldades, mas a certeza de vitória no meio da dificuldade. O que leva um soldado a continuar lutando, mesmo vendo seus companheiros serem mortos ao seu lado, é a certeza de que ele vai vencer, certeza esta que se confunde com esperança. Se ele acreditasse que seu exército iria perder, não faria sentido lutar.

Com o cristão acontece mais ou menos da mesma forma: ele sofre, chora, sorri, cansa-se, recobra as forças e começa a lutar novamente, mas não desiste, porque Deus lhe deu uma certeza, e como “em Cristo somos mais que vencedores”, a vitória é certa, e é Deus quem no-la garante.

Quando aprendemos a aceitar as situações com os olhos de fé, conseguimos ver além do sofrimento e enxergarmos, lá na frente, a vitória que o Senhor já nos deu.

O exemplo da formiga

Conta-se que um garoto estava brincando e começou a observar uma pequena formiga carregando um grão de arroz em suas costas. Decidiu, então, ver até onde essa formiga iria com a sua coragem. Observou que, logo ali, na frente, havia um obstáculo, aparentemente invencível para ela: era um pequeno muro, mas que, para ela se tornou o maior desafio de sua vida.

“O que farei?”, pensou a formiga. “Será que devo abandonar o grão de arroz e subir sem ele? Assim será mais fácil! Ah, mas eu cheguei até aqui, e logo depois do muro já fica a minha casa. Já sei! Não vou desistir! Vou levar o grão em minhas costas sim!”.

Então, o garoto ficou observando a persistência daquela formiga. Na primeira vez, ela acabou escorregando e caindo. Isso se deu por várias vezes. E o garoto ficou observando quando ela iria desistir. Depois de cair 69 vezes, a formiga quis dar-se mais uma chance, pois acreditava que iria conseguir. Finalmente, na 70ª tentativa, ela foi vencedora e alcançou seu objetivo.

Também nós, cristãos, não podemos desistir diante dos obstáculos da vida. Precisamos crer que seremos vencedores e seguir em frente. Afinal, como o garoto observava a formiga e acabou aprendendo com ela, também há muitas pessoas que nos observam e precisam de nosso exemplo para também superarem suas dificuldades.

Seja corajoso e viva todas as situações com fé no Senhor, pois, de fato, tudo concorre para o bem dos que amam a Deus!

Por padre Clóvis Andrade de Melo
Missionário da Comunidade Canção Nova

“A assunção de Maria, criatura humana, nos confirma nosso destino glorioso.” Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus ao meio dia desta quarta-feira, 15 de agosto, solenidade da Assunção de Nossa Senhora.

Na alocução que precedeu a oração rezada com milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Santo Padre explicou o sentido e o significado desta festa mariana, e seu alcance também para nós.

Francisco ressaltou que nesta solenidade o santo povo fiel de Deus expressa com alegria a sua veneração à Virgem Mãe, e o faz na liturgia comum e também com diferentes formas de piedade, realizando a profecia de Maria mesma: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48). “Porque o Senhor elevou sua humilde serva”, recordou.

Em seguida, o Pontífice evidenciou que a assunção ao céu, em corpo e alma, “é um privilégio divino concedido à Santa Mãe de Deus por sua união particular com Jesus”.

“Trata-se de uma união corporal e espiritual, iniciada com a Anunciação e amadurecida durante toda a vida de Maria mediante sua participação singular no mistério do Filho”, acrescentou.

“Aparentemente, a existência de Nossa Senhora se deu como de uma mulher comum de seu tempo: rezava, se ocupava da família e da casa, ia à sinagoga… Mas toda ação cotidiana que fazia se dava em união total com Jesus. E no Calvário esta união alcançou o ápice, no amor, na compaixão e no sofrimento do coração. Por isso Deus lhe concedeu uma participação plena também na ressurreição de Jesus.”

“O corpo da Mãe – prosseguiu – foi preservado da corrupção, como o corpo do Filho. É o que proclama o Prefácio da Missa de hoje; “Vós não quisésseis que aquela que gerou o Senhor da vida conhecesse a corrupção do sepulcro”.

“A Igreja hoje nos convida a contemplar este mistério: ele mostra que Deus quer salvar o homem inteiro, alma e corpo. Jesus ressuscitou com o corpo que assumiu de Maria; e subiu ao Pai com a sua humanidade transfigurada. A assunção de Maria, criatura humana, nos dá a confirmação do nosso glorioso destino.”

Francisco lembrou que os filósofo gregos tinham entendido que a alma do homem é destinada à felicidade após a morte. Todavia, observou, “eles desprezavam o corpo – considerado prisão da alma – e não concebiam que Deus tivesse disposto que também o corpo do homem fosse unido à alma na beatitude celeste”. “A ressurreição da carne – prosseguiu – é um elemento próprio da revelação cristã, eixo da nossa fé.”

“A realidade maravilhosa da Assunção de Maria manifesta e confirma a unidade da pessoa humana e nos recorda que somos chamados a servir e glorificar Deus com todo o nosso ser, alma e corpo.”

Se tivermos vivido assim, no alegre serviço a Deus, que se expressa também num generoso serviço aos irmãos, nosso destino, no dia da ressurreição, será igual ao de nossa Mãe celeste.

Após a oração mariana, na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes, o Papa confiou a Nossa Senhora Consoladora dos aflitos “as angústia e os tormentos daqueles que, em muitas partes do mundo, sofrem no corpo e no espírito”.

Em seguida, dirigiu um pensamento particular a todos os atingidos pela tragédia ocorrida esta terça-feira em Gênova, noroeste da Itália, que provocou vítimas e desconsolo na população.

“Ao tempo em que confio as pessoas que perderam a vida à misericórdia de Deus, expresso minha proximidade espiritual a seus familiares, aos feridos, aos deslocados e a todos aqueles que sofrem por causa deste dramático evento. Convido-os se unirem a mim na oração, pelas vítimas e por seus entes queridos.”

 

Radio Vaticano