O Papa Francisco lançou um novo apelo no Angelus ao meio-dia deste domingo (22/07) diante da dramática situação de migrantes que se aventuram nas águas do Mediterrâneo em busca de chegar à Europa.

“Chegaram estas últimas semanas notícias dramáticas de naufrágios de barcos carregados de migrantes nas águas do Mediterrâneo. Expresso minha dor diante de tais tragédias e asseguro aos desaparecidos e suas famílias minha recordação e minha oração. Dirijo um veemente apelo a fim de que a comunidade internacional aja com decisão e prontidão, no sentido de evitar que tais tragédias se repitam, e para garantir a segurança, o respeito aos direitos e à dignidade de todos.”

Enésimo apelo do Pontífice

Trata-se de mais um apelo do Santo Padre diante de tragédias como estas, com o agravar-se de tais situações. Notícias da manhã deste domingo dão conta de que a Guarda Costeira da Líbia divulgou ter interceptado no sábado um barco com 40 migrantes a bordo, nas proximidades das costas do país africano, em direção à Europa.

A bordo da embarcação, que agora se encontra nas costas da cidade de Zuwara, encontram-se 31 homens, 8 mulheres e uma criança, declarou o porta-voz Ayoub Gassim. Os migrantes são provenientes de Marrocos, Egito, Síria e Nigéria e foram transferidos para uma base naval em Trípoli, capital líbia.

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“Sem a verdade, que é Cristo mesmo, não é possível encontrar a justa orientação da vida. Quando nos distanciamos de Jesus e de seu amor, nos perdemos e a existência se transforma em desilusão e insatisfação.”

Foi o que disse o Papa Francisco na alocução que precedeu a oração do Angelus, ao meio-dia deste domingo (22/07), na qual se deteve sobre à página do Evangelho proposta para a liturgia do dia.

O Evangelho de hoje (Mc 6,30-34), disse o Papa, nos conta que os apóstolos, após a primeira missão, voltam a Jesus e lhe falam “tudo aquilo que tinham feito e ensinado”. Após a experiência da missão, certamente entusiasmante, mas também cansativa, frisou Francisco, eles precisam de repouso.

O Pontífice ressaltou que Jesus se preocupou em assegurar-lhes um pouco de alívio, convidando-os a um lugar deserto onde pudessem recobrar as forças, mas que a multidão, tendo intuído para onde iam, correu chegando ao lugar antes deles, mudando assim o programa.

Flexibilidade e disponibilidade às necessidades dos outros

“O mesmo pode acontecer também hoje. Por vezes não conseguimos realizar nossos projetos, porque se dá um imprevisto urgente que acaba com nossos programas e requer flexibilidade e disponibilidade às necessidades dos outros.”

Nessas circunstâncias, exortou o Papa, “somos chamados a imitar aquilo que fez Jesus: ‘Tendo descido da barca, ele viu uma grande multidão, teve compaixão dela, porque eram como ovelhas sem pastor, e se colocou a ensinar-lhes muitas coisas’”.

Francisco destacou que o evangelista nos oferece aí um flash de singular intensidade, fotografando os olhos do  Divino Mestre e seu ensinamento. “Observamos os três verbos deste fotograma: ver, ter compaixão, ensinar. Podemos chamá-los os verbos do Pastor.”

“O olhar de Jesus não é um olhar neutro ou, pior, frio e distanciado, porque Jesus olha sempre com os olhos do coração. E seu coração é tão tenro e repleto de compaixão, que sabe colher inclusive as necessidades mais escondidas das pessoas.”

Jesus Cristo, realização da solicitude e cuidados de Deus para com seu povo

Francisco frisou ainda que Cristo mostra com isso a atitude e a predisposição de Deus para com o homem e a sua história. “Jesus se apresenta como a realização da solicitude e cuidado de Deus para com o seu povo”, acrescentou.

O Papa quis evidenciar que o primeiro pão que o Messias oferece à multidão faminta e cansada é o pão da Palavra. “Todos nós precisamos da palavra da verdade, que nos guie e ilumine nosso caminho”, prosseguiu.

“Com Jesus ao lado se pode prosseguir com segurança, se podem superar as provações, se progride no amor a Deus e aos próximo. Jesus se fez dom para os outros, tornando-se assim modelo de amor e de serviço para cada um de nós.”

Francisco concluiu fazendo votos de que Maria Santíssima nos ajude a assumir os problemas, sofrimentos e dificuldades de nosso próximo, mediante uma atitude de partilha e de serviço.

Saudação a fiéis e peregrinos brasileiros

Dirigindo-se aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Papa fez uma saudação particular aos fiéis da Diocese de Rio do Sul – SC, e aos jovens da Diocese de Sevilha, na Espanha, além de grupos paroquiais e associações.

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