A Basílica de São Pedro ficou lotada na manhã deste domingo (20/05) para a celebração da missa de Pentecostes, presidida pelo Papa Francisco. Cardeais, bispos e sacerdotes, usando paramentos vermelhos, concelebraram a liturgia com o Papa.
A homilia do Papa Francisco começou com a explicação da primeira leitura do dia, que narra a rajada de vento que veio do céu com um ruído e que encheu toda a casa em que os discípulos se encontravam: a vinda do Espírito Santo no Pentecostes é a força divina que muda o mundo.
Muda os corações
“Aqueles discípulos que antes viviam no medo, fechados em casa, mesmo depois da ressurreição do Mestre, são transformados pelo Espírito e – disse o Papa, desta vez mencionando o Evangelho do dia – «dão testemunho d’Ele»”.
“De hesitantes, tornam-se corajosos e, partindo de Jerusalém, lançam-se até aos confins do mundo. Medrosos quando Jesus estava entre eles, agora são ousados sem Ele, porque o Espírito mudou os seus corações”.
“ A experiência ensina que nenhuma tentativa terrena de mudar as coisas satisfaz plenamente o coração do homem ”
“A mudança do Espírito é diferente: não revoluciona a vida ao nosso redor, mas muda o nosso coração, transformando-o de pecador em perdoado”.
O Espírito como um reconstituinte de vida
A partir desta reflexão, o Papa sugeriu que quando precisarmos de uma verdadeira mudança, quando as nossas fraquezas nos oprimem, quando avançar é difícil e amar parece impossível, faria bem tomar diariamente este reconstituinte de vida: é Ele, a força de Deus.
Muda as vicissitudes
Prosseguindo a homilia, o Papa disse que depois dos corações, o Espírito, como o vento, sopra por todo o lado e chega às situações mais imprevistas.
Missa de Pentecostes na Basílica de São Pedro
“Como na família, quando nasce uma criança, esta complica os horários, faz perder o sono, mas traz uma alegria que renova a vida, impelindo-a para a frente, dilatando-a no amor, do mesmo modo o Espírito traz à Igreja um «sabor de infância»; realiza renascimentos contínuos. Reaviva o amor do começo”.
“ O Espírito lembra à Igreja que, não obstante os seus séculos de história, é sempre uma jovem de vinte anos, a Noiva jovem por quem está perdidamente apaixonado o Senhor ”
Gaza, nome que suscita dor
Citando o episódio dos Atos dos Apóstolos em que o diácono Filipe é impelido “por uma estrada deserta, de Jerusalém a Gaza”, o Papa acrescentou: “como este nome soa doloroso, hoje! Que o Espírito mude os corações e as vicissitudes e dê paz à Terra Santa!”.
Terminando, o Papa pediu que Espírito Santo, rajada de vento de Deus, sopre sobre nós: “Soprai nos nossos corações e fazei-nos respirar a ternura do Pai. Soprai sobre a Igreja e impeli-a até aos últimos confins; vinde, Espírito Santo, mudai-nos por dentro e renovai a face da terra”.
Radio Vaticano
Na Solenidade de Pentecostes, o Papa presidiu a liturgia na Basílica de São Pedro e em seguida, recitou o Regina Coeli da sacada de seu escritório. Assim, milhares de pessoas puderam participar e rezar juntos esta oração dominical e acompanhar a reflexão de Francisco.
O início da história cristã
Explicando o sentido desta festividade aos fiéis, romanos e turistas presentes na Praça, o Papa disse que com a efusão do Espírito Santo sobre os apóstolos, teve início a história da santidade cristã, que “não é privilégio de poucos, mas vocação de todos”.
“ Desde aquele dia, e até o final dos tempos, esta santidade, cuja plenitude é Cristo, é doada a todos os que se abrem à ação do Espírito e se esforçam em ser dóceis a ele ”
“É o Espírito que nos faz experimentar uma alegria plena. Abre nossos corações à esperança e favorece o amadurecimento interior na relação com Deus e com o próximo”.
Antes de pronunciar a oração em latim, Francisco pediu a Virgem Maria que propicie para a Igreja “um renovado Pentecostes; que nos doe a alegria de viver e testemunhar o Evangelho e infunda em nós um intenso desejo de ser santos, para a maior glória de Deus”.
Radio Vaticano